Uma semana de muito trabalho, mas também de algum descanso para o elenco, afinal de contas ninguém na Curuzu é de ferro. Assim foram os últimos dias de preparação do Paysandu para o Re-Pa de amanhã, no Mangueirão, quando os rivais decidirão, em 90 minutos, o fim ou a continuidade das equipes em atividade este ano. E entre os bicolores o desejo é só um, o de não para! Não para! Não para! Do técnico Hélio dos Anjos até a garotada da base, de pouca utilidade nas partidas do clube, ninguém pretende ganhar férias mais cedo. Todos só pensam em superar o Remo e, assim, chegar à decisão da Copa Verde.

Mas, embora o Papão ainda não tenha perdido Re-Pa este ano, obtendo duas vitórias e três empates, os bicolores esperam um clássico brigado do começo ao fim por se tratar de jogo decisivo. “Todos os jogos foram muito disputados. Só o primeiro (3 a 0 para o Papão) teve um placar mais elástico”, lembrou, ontem, o lateral Bruno Collaço. “Não esperamos nada diferente neste jogo”, afirmou o defensor. O volante Leo Baiano não esconde a ansiedade do elenco em torno da partida. “Queremos que chegue logo o dia do jogo para que a gente possa desenvolver o nosso trabalho”, conta.

Raspa do tacho 

O zagueiro Micael ressalta que a Copa Verde representa a “raspa do tacho” para Papão e Leão, visto que quem foi eliminado do torneio ficará sem atividade até o final do ano, ou seja, quase três meses de inatividade. “A Copa Verde representa tudo. Tudo que nós temos nas nossas mãos”, diz o capitão bicolor. “É o título que nós queremos e precisamos para fechar a temporada bem”, argumenta Micael. “Todas as competições são importantes para o Paysandu, a gente tinha o foco principal que era o acesso (à Série B), não aconteceu, então temos agora a Copa Verde e queremos esse título”, salienta Micael.

O lateral-esquerdo Diego Matos segue o mesmo discurso de seus companheiros. “O grupo sabe da importância da Copa Verde para o clube”, aponta. “É um torneio que dá uma vaga nas oitavas de final da Copa do Brasil e tem também a renda que a gente sabe que será de extrema importância para o clube”, argumenta. “Tem ainda essa questão de a gente continuar trabalhando por mais algum tempo até o final da temporada”, lembra Matos, que, mais uma vez, deverá compor o banco de reservas, levando em conta a boa fase do titular da posição, Bruno Collaço.


Os preparativos da equipe serão encerrados hoje, com o tradicional “rachão”, quando os jogadores costumam relaxar da carga de trabalho que tiveram nos dias antecedentes, mas todo mundo, claro, com o pensamento voltado para o Re-Pa.

Bruno Collaço e a saudade de um gol

Bruno Collaço é lateral-esquerdo, mas acredita que tento é possível com esquema empregado por Hélio dos Anjos
Bruno Collaço é lateral-esquerdo, mas acredita que tento é possível com esquema empregado por Hélio dos Anjos Jorge Luiz/PSC

 

Embora esta não seja, em princípio, sua função, o lateral-esquerdo Bruno Collaço confessou, ontem, na Curuzu, que gostaria muito de balançar a rede no Re-Pa de amanhã. O jogador acredita que o gol viria para abrilhantar ainda mais as atuações que vem tendo com a camisa do Paysandu. Além disso, o tento serviria para ele matar um pouco a saudade de balançar a rede do adversário. A última vez que o defensor conseguiu “ir pra galera” foi há 8 anos, quando ele defendia o Grêmio-RS, portanto há bastante tempo.

“Faz tempo que não faço um gol. Com esse esquema do (técnico) Hélio dos Anjos consigo chegar um pouco mais perto do gol, perto da área, então, sem dúvida nenhuma, é uma coisa que venho me cobrando bastante”, comentou. “Faz falta. Estou com saudade de fazer um golzinho”, continuou.

Gol à parte, o lateral diz que para sair do Mangueirão classificado, o Papão terá de ter algo a mais que a boa aplicação tática e a qualidade técnica de seus jogadores.

“O clássico pede isso, além da parte tática, da parte técnica, acho que vai mais o coração também, da garra, da raça de tentar fazer algo a mais para dar alegria para a torcida”, disse Collaço em depoimento que pode ser traduzido em uma só palavra: entrega. O fato de o Re-Pa ser o 6º da temporada, segundo o lateral, implica no conhecimento prévio das equipes. “É natural que cada jogador conheça as características básicas, as qualidades e defeitos do adversário”, ressalta. Isso, segundo Bruno, exigirá ainda mais entrega dos atletas em campo.

Time dificilmente vai mudar

O Paysandu teve, ontem, o seu último dia de verdadeiro trabalho para enfrentar o maior rival, o Clube do Remo, amanhã. O técnico Hélio dos Anjos (foto)segue em silêncio quanto à formação da equipe que pretende mandar a campo no último dos dois clássicos valendo vaga na final da Copa Verde. O segredo do treinador, porém, não chega a fazer, aparentemente, muito sentido, visto que são remotas as chances dele alterar a composição tática do time e mexer de forma surpreendente na equipe, que não contará com o atacante Elielton, suspenso.

O que se espera é que o treinador lance, de cara, o meia Tomas Bastos no meio de campo, provavelmente como substituto de Thiago Primão. Mas isso é apenas especulação, já que todos os treinos do elenco foram de portões fechados à imprensa. A mudança se daria por opção pessoal do treinador. Segundo uma pessoa que acompanhou a atividade de ontem, Primão chegou a iniciar o treinamento, mas, depois, foi sacado da formação principal para a entrada de Bastos.

Na frente, Nicolas e Vinícius Leite parecem peças insubstituíveis, enquanto Hygor Silva aparece como o mais cotado para substituir Elielton. No treino, ainda segundo esse informante, Dos Anjos utilizou o jogador no começo da movimentação. O treinador fez algumas mudanças, mas apenas para testar os substitutos, no caso Jheimy e Wesley Pacheco, que substituíram, pela ordem, Hygor e Vinícius Leite. As mudanças são encaradas como alternativas testadas pelo comandante para eventual utilização no decorrer do clássico.

Micael destaca que título da Copa Verde tem importância para o elenco nessa final de temporada.

 Bruno Collaço é lateral-esquerdo, mas acredita que tento é possível com esquema empregado por Hélio dos Anjos | Jorge Luiz/PSC
Bruno Collaço é lateral-esquerdo, mas acredita que tento é possível com esquema empregado por Hélio dos Anjos

 Bruno Collaço é lateral-esquerdo, mas acredita que tento é possível com esquema empregado por Hélio dos Anjos | Jorge Luiz/PSC

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