Na noite de domingo, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) divulgou um plano com diretrizes a serem seguidas pelos clubes para retomarem as atividades esportivas com segurança diante da pandemia de Covid-19.

O documento, que foi elaborado pela Comissão Médica Especial da entidade, segue as orientações da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Ministério da Saúde, do Conselho Federal de Medicina (CFM) e da Associação Médica Brasileira (AMB). Os médicos Edilson Andrade, do Paysandu, e Jean Klay, do Clube do Remo, comentaram sobre o assunto e falaram das medidas dos seus respectivos clubes.
A cartilha da CBF reforça a importância dos clubes garantirem as medidas preventivas de higienização e isolamento, como lavar as mãos, limitar os cumprimentos das pessoas, usar máscaras quando não estiverem em campo, não cuspir em campo, entre outras coisas. Os médicos admitem que as medidas não evitam totalmente os riscos de contaminação, mas as diminuem consideravelmente, já que o esporte é de contato físico constante.

“Devemos observar que todos os atletas passarão por uma triagem antes dos treinos e antes dos jogos (testes laboratoriais e avaliação médica diária), logo há um controle muito maior num jogo de futebol dos participantes, do que em vários outros ambientes que estão funcionando. Não conseguiremos zerar os riscos, o objetivo é minimizar ao máximo.


Teremos um risco controlado”, explicou profissional do clube bicolor Edilson Andrade.
“O futebol tem algumas particularidades que são impossíveis de atender à orientação de distanciamento social. Os cuidados são na fase de preparação para diminuir ao máximo o contágio nessa fase. Esses atletas estão em quase sua totalidade fora do grupo de risco, sem obesidade e comorbidades, por exemplo. O contágio pode acontecer, mas num risco muito menor a de atividades correlatas. O risco seria o mesmo de uma feira, de um supermercado, de um shopping”, completou Jean Klay.

Familiares

Sobre o retorno das atividades diárias, a CBF definiu cinco fases para que os trabalhos voltem de maneira gradual. A primeira será o momento em que os clubes devem buscar fazer uma testagem em massas nos seus funcionários; a segunda com os treinos em pequenos grupos; a terceira será de treinos coletivos; a quarta é a definição das datas para o retorno das competições, o que ainda não está certo; a quinta e última etapa define que as partidas em novas datas tenha que ser flexível, pois a tabela de jogos pode sofrer alterações.
Os médicos de Papão e Leão ressaltam que antes mesmo do retorno aos treinos os clubes vêm tomando algumas precauções com os elencos, orientando os atletas e seus familiares, também. “Todos estão orientados a tomar as medidas de higiene tanto no clube quanto fora dele, assim como informar ao clube sobre contatos com casos confirmados e/ou suspeitos de Covid-19. Nossa intenção é abranger familiares que moram com os atletas.

Porém estamos na dependência da disponibilidade dos testes”, afirmou Andrade. “Em nossa primeira versão de protocolo interno será aplicado um inquérito epidemiológico para familiares e contactuantes dos jogadores. Se alguém aparecer com algum sintoma ele será isolado, sai do treino e volta para casa, sempre com acompanhamento médico. Recomendamos que, mesmo após o retorno das atividades no clube, se mantenha os cuidados com isolamento social”, finalizou Klay.

(Tylon Maués / Diário do Pará)

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