Na luta que trava pela sobrevivência na Série B do Brasileiro, o Paysandu ainda tem 18 pontos a disputar na competição, nos seis jogos que lhe restam até a 38ª rodada do campeonato, quando serão, definitivamente, conhecidas as quatro equipes classificadas à Série A e as outras tantas rebaixadas à Série C de 2018. Ao longo do percurso final, o Papão medirá forças com equipes que também fogem do Z4, podendo até mesmo ter concorrentes vindos do último “pelotão” do campeonato. Neste panorama, em princípio, os bicolores têm ao menos seis concorrentes diretos à permanência na competição.

Mas existe ainda a possibilidade de equipes que ocupam a zona de rebaixamento ressurgirem das cinzas, tal fênix, aumentando o risco da queda do time bicolor. Hoje, concluída a 32ª rodada, não se pode afirmar com exatidão que até mesmo o ABC-RN, último colocado, com 25 pontos, esteja com passaporte carimbado à Terceira Divisão do ano que vem. Como em futebol tudo é possível, a equipe potiguar ainda fará mais seis partidas, assim como todos os participantes, e poderá chegar até 43 pontos, caso vença todos os compromissos. O número é superior aos 38 do Paysandu, até antes do início da rodada passada.

As projeções matemáticas, que preveem o mínimo de 45 pontos para que se evite o descenso, porém, são remotas as chances de sobrevivência não só ao ABC-RN, mas também dos pernambucanos Náutico-PE e Santa Cruz-PE, 19º e 18º colocados, que reuniam, até os jogos passados, 98,3% e 84,8% de possibilidades de continuarem na Segundona. A própria diretoria do Náutico já não acredita no imponderável, falando em uma nova realidade para o clube em 2018.

A briga dos bicolores, tudo indica, deverá ser travada, em princípio, com os times que ocupam a zona intermediária, entre o G4 e o Z4, e que eram até o desfecho da última rodada, Brasil-RS, Boa Esporte-MG, Guarani-SP, CRB-AL, Figueirense-SC e Luverdense-MT, este encabeçando a zona até a partida de ontem contra o Santa Cruz-PE. Caso tenha derrotado o Criciúma, na sexta-feira, o Papão respira um pouco mais aliviado. Do contrário, o fantasma da queda estará ainda mais robusto.


Meta de pontuação está quase alcançada

O prognóstico de sites especializados em matemática do futebol assegurava, antes mesmo do início da Série B, que os 20 clubes envolvidos na disputa precisariam de, no mínimo, 45 pontos para evitar o descenso à Série C de 2018. Concluída a 32ª rodada, com pouco mais de 80% da competição disputada, o cálculo projetado só se confirma. Até o desfecho da 31ª rodada quando esta edição já havia sido fechada, para chegar à pontuação necessária à manutenção na Segundona, o Papão, que tinha 38 pontos, precisava chegar a, no mínimo, mais sete pontos, o que dava uma média de um ponto por partida. Caso tenha conseguido a vitória diante do Criciúma, o time bicolor fechou a rodada com 41 pontos, a apenas quatro do pretendido.

Visualizando a tabela de classificação, àquela altura, o time bicolor estava um ponto abaixo de Brasil-RS e Boa Esporte-MG, 11º e 12º colocados, respectivamente, empatando com o Guarani-SP e CRB-AL, levando vantagem nos critérios de desempates previstos no regulamento. Já em relação ao Figueirense-SC e Luverdense-MT, que encabeça o Z4, a diferença pró Paysandu era de dois e três pontos.

O retrato classificatório mostra que com o duelo entre os times da zona intermediária, evitar a queda será cada vez mais acirrado até o desfecho da 38ª rodada, a última do campeonato, havendo a possibilidade, ainda que remota, de quem está enterrado na zona da morte ressuscitar para assombrar que está acima.

Projeto de 2017 começou mal, com Marcelo Chamusca, que nunca foi unanimidade na Curuzu, à frente do elenco (Foto: Ney Marcondes)

Ficar na Série B já é um prêmio

Para quem chegou a figurar na liderança da Série B, ainda que por pouco tempo – apenas uma rodada, a campanha feita pelo Paysandu no campeonato é, aparentemente, frustrante para a sua torcida. Mas, desde o começo da competição, apesar dos lampejos de empolgação, a Fiel sempre esteve com um pé atrás, quando a concretização do sonho de voltar a ver sua equipe na elite nacional. A vinda do técnico Marcelo Chamusca para a Curuzu nunca foi bem digerida pelos simpatizantes bicolores, com o treinador sobrevivendo até por muito tempo no cargo, levando em conta o seu índice de rejeição.

Mas o problema não se resumiu à aquisição errada do comandante técnico do elenco. O próprio grupo de jogadores formado para a disputa do Brasileiro nunca esteve à altura para que a Primeira Divisão fosse vislumbrada pelo torcedor. E não foi por causa da quantidade de atletas contratados – 35 profissionais -, mas sim pela qualidade técnica da maioria deles, o que levou a direção do clube a se desfazer de alguns deles, casos, por exemplo, de Willian Simões, Alfredo, Daniel Sobralense e Hayner.

Manter-se na Série B já será um prêmio ao atrapalhado projeto de montagem do elenco bicolor. Se safando antes da rodada final, quando pegará o Figueirense-SC, em Santa Catarina, será um motivo ainda maior de comemoração para a Fiel. O que fica da campanha bicolor é a lição, tantas vezes ensinada, de que Parazão e Copa Verde não são parâmetros para a disputa de um Brasileiro, competição que exige a cada temporada, não só um elenco quantitativo, mas, principalmente qualificativo. Resta esperar 2018 para ver se o dever foi aprendido ou não, queira Deus com o Papão mantido na Série B.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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