O guia médico expedido pela CBF divide em cinco etapas o protocolo obrigatório para a retomada do futebol no país e deve servir de referência para a retomada prevista para julho ou agosto. Preparado com base nas orientações do Conselho Federal de Medicina, da Associação Médica Brasileira e da OMS, o documento elenca as providências que federações e clubes terão que adotar para um retorno seguro às competições.
As cinco fases do processo são: preliminar, treinamentos individuais ou pequenos grupos, treinamentos coletivos, competições e acompanhamento. A primeira parte diz respeito à testagem de covid-19 com os elencos de jogadores, comissões técnicas e equipe de funcionários. A aplicação de exame em familiares é facultativa, embora os sindicatos de atletas defendam sua realização.

Depois, começam os treinamentos, que deverão ser inicialmente individuais ou em pequenos grupos de atletas. Começa aí a etapa mais aguda, com a necessidade de cuidados especiais. Pelo guia da CBF, os jogadores terão que ir em condução própria aos treinos, já uniformizados e retornar para suas casas imediatamente depois da prática.
Todos serão submetidos a checagem de temperatura, preferencialmente ainda dentro de seus carros. Em caso de constatação de temperatura acima de 37,5 graus, o atleta terá barrado o acesso ao local de treinos.

O terceiro estágio refere-se aos treinos coletivos, com recomendações de obediência às orientações médicas, o que inclui a manutenção de cuidados com higienização, uso de máscaras e avaliação clínica.

Os atletas não precisarão usar máscara durante a prática, mas devem recolocar assim que o treino terminar. As refeições serão individuais (kits preparados por nutricionistas) e haverá distanciamento mínimo de 1 metro entre jogadores e integrantes da comissão técnica.

Funcionários utilizarão máscaras o tempo todo e a recomendação é para que os vestiários sejam todos utilizados a fim de evitar aglomerações.
No quarto item, que trata da volta das competições, a CBF avalia que as federações estaduais devem ter a palavra final a respeito, mas determina que todos os jogos sejam realizados sem presença de público. O trabalho de cobertura da imprensa ainda será alvo de discussões pelas federações.


Jogadores ficam impedidos de trocar camisas e abraçar companheiros na comemoração de gols. No banco de reservas, todo mundo terá que usar máscaras. No período final, de acompanhamento, o estudo da CBF prevê envio regular pelos clubes de dados sobre atletas e a realização de testes aleatórios sobre o novo coronavírus.

Na teoria, tudo está bem calibrado, a partir das indicações dos estudos já publicados pela Bundesliga sobre o reinício do certame alemão. Resta saber se, na prática, as coisas se encaminharão como pretende a entidade, principalmente porque quase todas as exigências dependem de verba extra que no momento falta a clubes e federações.

Clubes confirmam: Parazão será reiniciado no final de julho

O Parazão, conforme decisão tomada há um mês pelos clubes, será finalizado em campo e antes da realização do Campeonato Brasileiro da Série C. Segundo seis dirigentes representantes de agremiações participantes, ouvidos ontem pela coluna, é absolutamente inconcebível a ideia de que a competição poderia ficar para o final da temporada ou começo do próximo ano. A bola vai rolar no final de julho ou, no mais tardar, na primeira quinzena de agosto.

Alguns clubes, recalcitrantes em relação aos planos de retomada, insistem em valorizar dificuldades – a última é a possível interdição do estádio Mangueirão – para o cumprimento do que estabelece o contrato firmado entre os 10 clubes e o governo do Estado, único patrocinador do torneio, com verbas liberadas através de Funtelpa e Banpará.
O fato é que, até o momento, apenas o Tapajós declarou oficialmente que não irá participar do restante da competição. É inteiramente improvável que os outros disputantes sigam esse caminho.

De técnico e cientista louco todo mundo tem um pouco

Personagem folclórico do futebol brasileiro, Lisca (foto) faz jus ao apelido que ganhou no começo da carreira. Meio na brincadeira, meio a sério, os torcedores o chamavam de doido e a alcunha acabou pegando, não sem uma forte contribuição do técnico.

Hoje no comando da América-MG, Lisca Doido parece mais reflexivo e vem reavaliando as vantagens e prejuízos de carregar um apelido tão pesado. Apesar do sentido carinhoso, o técnico admite que a alcunha não é bem vista pelos clubes na hora de fechar negócio com ele.

A fama de maluco ganhou consistência a partir de manifestações entusiasmadas do técnico em defesa de seus times. O currículo se firmou com as comemorações exageradas e algumas declarações mais fortes em entrevistas.

Recentemente, Lisca contou que epíteto atrapalhou algumas negociações. Ainda assim, mesmo preocupado com as interpretações acerca do apelido, Lisca não pretende aposentar a personalidade delirante. Acredita que os melhores treinadores têm um quê de loucura no jeito de ser.

Talvez o ponto mais incômodo para Lisca seja não ser reconhecido pelo trabalho propriamente dito. Garante que sua metodologia de treinos e preparação dos times é aprovada pelos jogadores, o que permite uma relação profissional satisfatória.

Longe de se sentir incomodado, Lisca devia assumir de vez a maluquice e observar o exemplo daquele que é o maluco brasileiro melhor sucedido e respeitado. Raul Seixas abraçou a persona do maluco beleza, seguro de que era o caminho mais lúcido a trilhar.

(Diário do Pará)

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