A crise no Clube do Remo está definitivamente instaurada. A torcida azulina foi ao Baenão na tarde de ontem para protestar contra a diretoria, jogadores e, principalmente, contra o técnico Josué Teixeira. Cerca de 300 torcedores estiveram no estádio remista, levando cartazes, milho e até galinhas, que foram atiradas dentro de campo. Por causa de todo esse rebuliço, o treinamento da tarde, que seria com bola, foi cancelado.

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O protesto já vinha sendo convocado pelos torcedores por meio das redes sociais na internet, há alguns dias. Mesmo que a diretoria já estivesse esperando, a torcida foi em peso e invadiu o estádio e também o gramado do Baenão. Dentro de campo, a torcida cantou alguns gritos de guerra, à espera dos jogadores. Entretanto, uma cena chamou à atenção. Os goleiros, que já estavam trabalhando, no meio de todo o protesto, seguiam o seu treinamento normalmente, já que eles vivem um bom momento e foram os poucos que tiveram o nome gritado favoravelmente pela torcida – além deles, o atacante Edgar também teve seu nome exaltado pelos torcedores. Os demais atletas ficaram nos vestiários, esperando que a torcida saísse de campo para que eles pudessem adentrar o gramado do Baenão.

Quando os azulino, enfim, subiram ao campo, os cantos de incentivo, comuns nos jogos do Remo, viraram vais e ofensas. Os principais alvos foram o presidente remista, Manoel Ribeiro, o diretor de futebol, Marco Antônio Pina, e o treinador Josué Teixeira. Josué chegou a conversar com alguns membros de torcidas organizadas, no meio do gramado. Em outro momento, o técnico se aproximou da arquibancada para conversar com outros torcedores, quando uma pessoa lhe deu uma cusparada. Em meio a tudo isso, os jogadores correram apenas em metade do gramado, sempre com a presença do policiamento dentro de campo, para evitar qualquer tipo de tumulto.


Este é o segundo protesto que ocorre no Remo este ano, entretanto este teve uma proporção maior. O primeiro foi logo após a vexatória derrota de 3 a 0 para o Santos-AP, na eliminação na Copa Verde. A equipe foi recebida no aeroporto de Belém com ovos, que foram arremessados pelos torcedores.

Protesto no Baenão teve momentos de tensão, muito policiamento e até galinhas sendo atiradas (Foto: Mário Quadros)

O técnico remista foi o alvo principal dos protestos (Foto: Mário Quadros)

Diretoria aceita protesto, mas não aprova violência

O protesto da torcida do Clube do Remo, na tarde de ontem, foi um dos maiores dos últimos anos. Apesar de ter se preparado para a manifestação, na hora que o protesto começou, a situação acabou fugindo do controle da diretoria do Leão. E, apesar de não condenar o ato de protestar, os dirigentes são contra qualquer ato de violência que, segundo eles, a torcida protagonizou.

De acordo o diretor de segurança do Remo, Laury Segundo, os protestos são até saudáveis em muitos casos, e todo o torcedor tem o direito de fazer a sua manifestação. “O que a gente não concorda é como foi feito. Eles invadiram o estádio, destruíram o patrimônio do clube. Isso foi uma situação difícil, os jogadores se esconderam. Os torcedores foram violentos. Isso nós não vamos admitir”, afirma o dirigente.

Laury destaca que já era do conhecimento da diretoria que haveria este protesto, mas na hora que o policiamento foi acionado, só havia uma guarnição, que não deu conta de controlar a situação. “Quanto o policiamento chegou, os torcedores já tinham pulado para cá. A situação ficou incontrolável. Depois chegou o reforço, que controlou mais a situação”, explica. Por causa disso, não se sabe se os próximos treinos serão abertos. “Vamos conversar com o Josué, com a comissão técnica, diretoria. Não somos contra a isso. Mas desde que o torcedor venha aqui para apoiar”, conclui o dirigente.

(Café Pinheiro/Diário do Pará)

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