Contra o Brasil de Pelotas, o Paysandu não quer saber de nacionalismo e encara o rival como um estrangeiro invasor que deve ser combatido com gols e, claro, a imposição de vitória

PAPÃO EMBALADO

Nildo Lima

No mais alto astral, sem, porém, tirar os pés do chão e a cabeça do lugar, método exigido por seu treinador desde que o time iniciou a série de quatro vitórias consecutivas, o Paysandu enfrenta, hoje, a partir das 16h30, na Curuzu, o Brasil-RS, pela terceira rodada da Série B do Brasileiro. Apesar de toda a cautela recomendada pelo técnico Dado Cavalcanti, os bicolores não abrem mão de seguir somando pontos na competição. O objetivo é voltar a encostar e, caso seja possível, até assumir a liderança na tabela de classificação.


Consciente das barreiras a serem superadas até a liderança, Dado já se conforma com uma vitória, que manteria o Papão no embalo e, ao mesmo tempo, na cobiçada zona de classificação, o chamado G4.

“Temos a chance de somarmos nove pontos, independentemente de classificação”, avalia o treinador. “A soma de nove pontos em três jogos disputados é um feito grande”, argumenta Dado. “Essa é a nossa busca, com a mesma humildade e os pés no chão”, salienta. Embora mostre contentamento com o desempenho de sua equipe, que vem de duas vitórias na Copa Verde (Manaus-AM e Atlético-ES) e duas na Série B (Ponte Preta-SP e Londrina-PR), o treinador faz alguns reparos que ele gostaria de ver colocados em pratica pelo time diante do Xavante.

Na partida passada, em Cariacica, onde o Papão deu um grande passo rumo à conquista da Copa Verde, Dado deixou claro não ter gostado da atuação de seus comandados no primeiro tempo, que ele classificou como “muito burocrática” e com a equipe listrada “muito preguiçosa e com ações mais lentas na retomada da bola e nas saídas para o ataque”.

Defeitos que ele espera que não se repitam diante do adversário do Sul. O desejo do treinador é que o grupo mostre uma pegada mais forte e uma disposição maior para o jogo do começo ao fim da partida, que ele prevê como “muito difícil”, levando em conta a qualidade e a tradição do visitante.

BRASIL VEM CHEIO DE MISTÉRIOS

O treino secreto, tão adotado por aqui nos últimos tempos, pelos técnicos do Paysandu, Marquinhos Santos primeiro, e Dado Cavalcanti depois, parece ter virado moda entre os treinadores brasileiros. Na última atividade que ministrou para a sua equipe, antes do jogo de hoje, o técnico Clemer vetou a presença de torcedores e dos repórteres.

A assessoria do clube não justificou a decisão do treinador, que passou pelo futebol do Pará como goleiro do Remo na década de 1990. A equipe do Xavante, porém, conforme previsão da imprensa gaúcha, não deve fugir muito a composição que vem utilizando desde o início da Série B.

Uma presença certa é a do capitão Leandro Leite, que se recuperou de contusão e volta no lugar de Vacaria. Também liberado pelo departamento médico, Calyson briga por uma vaga com Valdemir. Por outro lado, Itaqui, Bruno Colaço, Luiz Eduardo e Toty ainda continuam lesionados. “Vai ser um jogo muito difícil, mas acredito que, pelo perfil que a equipe tem e pelo entendimento que temos de jogos assim, a gente vai ter maturidade para enfrentar o fator torcida”, disse o atacante Michel sobre a pressão exercida pela torcida bicolor na Curuzu.

Em sua última apresentação no Brasileiro, o time visitante arrancou um empate, por 2 a 2, diante do Avaí-SC.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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