Com 23 pontos conquistados em 18 partidas, o Remo não faz a campanha dos sonhos na Série B 2020, mas também não decepciona em sua reentrada na competição. Cumpre uma trajetória razoável, com muitas oscilações, característica indissociável do campeonato mais competitivo e difícil do futebol nacional.

Hoje à noite, em Aracaju, o time fecha o primeiro turno com boas possibilidades de melhorar o desempenho na pontuação geral. Enfrenta o Confiança, penúltimo colocado e em fase descendente, vindo de uma goleada frente à Ponte Preta.

O Remo tem um conjunto mais afinado, tem jogadores que vêm se destacando e saiu-se bem jogando fora de casa, embora nem sempre obtendo resultados felizes, muito em função de erros grosseiros de arbitragem.

Apesar das projeções otimistas, os azulinos terão alguns problemas para o jogo. Erick Flores, Mateus Oliveira e Romércio desfalcam a equipe. Flores é um dínamo no meio-campo, auxiliando na marcação e não hesitando em cumprir tarefas ofensivas, como diante do Vasco.

Mateus Oliveira teve boa atuação na sexta-feira, apagando a má impressão inicial. Participou ativamente dos lances que decidiram o confronto e mostrou utilidade na articulação. Outro problema sério é a ausência de Romércio, titular absoluto da zaga e exemplo de regularidade.

Todos farão muita falta, mas ouso dizer que Romércio e Flores deixam lacunas difíceis de preencher. Por outro lado, Felipe Gedoz volta ao time. Para muitos, o camisa 10 não pode mais ser considerado intocável. Nos dois jogos em que esteve fora (CSA e Vasco) o time se movimentou bem e mostrou até mais desprendimento tático.


Há, inclusive, um movimento crescente de defesa da barração de Gedoz, levando em conta que o Remo parece mais solidário e rápido quando ele não está em campo. Em parte, isso é verdade. Gedoz muitas vezes se ausenta e não assume o papel de protagonista que lhe cabe.

Por outro lado, o meio-campo ganha em criatividade e o ataque conta com um finalizador de qualidade quando ele joga. Não por acaso é um dos artilheiros do time. As cobranças e críticas talvez contribuam para que o meia evolua e possa ser mais colaborativo quando não estiver com a bola.

De qualquer forma, o Remo tem plenas condições de obter um bom resultado em Sergipe, principalmente pela paz proveniente de dois bons jogos em sequência, fazendo sumir do horizonte o clima de desconfiança que se abateu sobre o Evandro Almeida após a derrota para o Operário.

Ao mesmo tempo, é preciso ter em conta também os desafios que surgem no caminho dos técnicos na Série B. Com dois jogos por semana, com intervalos de 72 horas, não é possível treinar normalmente. As escolhas e testes ficam para os jogos. Felipe Conceição tem enfrentado isso no Remo, com desfalques em série que obrigam ajustes constantes.

Resenhas do blog campeão

“A grande desculpa para os erros dos sopradores de apito é que nas demais séries, exceto a A, não existe o VAR, como se esse instrumento já existisse no futebol desde sua criação, sendo apenas uma lacuna nas séries inferiores. Interessante nisso é a chancela dada por vários analistas de futebol da imprensa, que corroboram essa desculpa furada. Os árbitros podem operar qualquer clube, mas saem ilesos porque, justificam eles e outros, não têm para auxiliá-lo a muleta do VAR. E tudo fica por isso mesmo. Mas, já vimos de forma recorrente que mesmo com o VAR eles são capazes de cometer verdadeiras atrocidades, principalmente nos lances em que bola e mão/braço se tocam. É aí que está a grande saída para operar os desafetos e beneficiar os de sempre”.

Miguel Silva

“Os ‘erros’ de arbitragem têm sido rotina no futebol brasileiro, mesmo com o advento do VAR. Nessa rodada de final de semana, da Série B, o único clube não prejudicado foi o Remo, apesar de que contra o Vasco também tivemos um gol irregular. Economia para o clube paraense que, desta vez, não gastará dinheiro para ir ao Rio de Janeiro, reclamar na CBF”.

Gilberto Carvalho

Cacaio, um talento resgatado pelo Castanhal

Vários fatores explicam a excelente campanha do Castanhal na Série D. A gestão do clube garantiu a formação de um elenco respeitável desde o Campeonato Paraense. Alguns jogadores estão rendendo em nível máximo, casos de Pecel, Daelson e Fazendinha, auxiliados por reforços importantes, como Willian, Lukinha e Leandro Cearense. Acima de tudo, porém, há uma figura em destaque: Cacaio, o comandante que chegou em meio ao Estadual e arrumou o time.

O Castanhal lidera a classificação da Série D e é favoritíssimo ao acesso à Série C 2022. A competência de Cacaio responde pela caminhada segura e imperturbável na competição, superando adversários que normalmente criam muitos problemas para times paraenses.

Desde já, mesmo antes do possível acesso, Cacaio colhe os louros do bom momento. Com justiça, resgata a carreira que ficou abalada depois da passagem pelo Remo em 2015, quando teve conquistas importantes e foi crucificado pela derrota na final da Copa Verde para o Cuiabá.

Difícil e imprevisível, o futebol nem sempre permite essa recuperação de imagem. A performance do Castanhal ajuda a mostrar que técnicos regionais também podem ser dignos de admiração e respeito, apesar de todas as desconfianças e preconceitos que enfrentam.

(DOL)

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