Artilheiro na base, promessa de muitos gols e que mostrou grande futebol nos treinos e amistosos, o atacante João Victor encerrou sua passagem pelo Clube do Remo sem se firmar na equipe titular. O atleta, de 22 anos, se reuniu com a direção do clube na manhã de ontem, confirmando que tinha uma proposta do futebol europeu e que não aceitaria o contrato de renovação que o clube lhe propunha. “Reunimos apenas para acertar e deixar limpo com a direção, sem mágoas e sem problemas, mas meu caminho já está bem definido. É quase que certeza o futebol português, falta apenas definir o clube”, comentou o jogador.

 Artilheiro da Segundinha 2016 defendendo o Castanhal e marcando 9 gols, João apareceu como o provável “homem-gol” do Leão Azul na temporada 2017, após a profunda reformulação que o clube sofreu. Tanto era a aposta, que o atleta afirma que já havia até uma proposta para renovação. “No começo do ano conversamos e deixamos acertada uma situação. Mas, após a sequência de lesões, a diretoria não se pronunciou mais. Após o término do contrato, essa semana, me procuraram para fazer uma proposta de redução salarial. O que eu não aceitei”, comenta João.

Levado para o clube no início de 2015 pelo técnico Zé Teodoro, João teve pouquíssimas oportunidades nestes três anos de Remo. Ao todo, foram apenas 10 jogos e 2 gols como profissional. Apesar disso, a imagem mais marcante que o atleta deixou junto ao torcedor foi o gol aos 43 do segundo tempo que levou a semifinal do Parazão, contra o Independente, para as penalidades.


Falta de estrutura foi crucial

Apontadas como o principal fator para a não renovação, as lesões perseguiram João Victor durante a passagem pelo Remo. Em 2016, pela Série C, o atleta sofreu rompimento dos ligamentos e ficou meses afastado. O jogador foi emprestado ao Castanhal e disputou a Segundinha, atuando em alto nível. No retorno ao Leão, durante um treino, sofreu uma fratura no pulso que o deixou de fora de quase todo Parazão. O atleta, no entanto, nega que tenha algum problema físico que tenha o comprometido.

“O problema maior foram as seguidas lesões musculares por conta de um tratamento deficiente. O Remo é carente na área estrutural, a gente sabe. Após cada lesão a gente tratava, tratava, tratava, mas voltava sem fazer o devido reforço muscular. A musculatura enfraquecida voltava a se lesionar depois. A verdade é que fomos todos vítimas da falta de estrutura”, comenta João. De estrutura, o garoto pode afirmar que conhece.

Revelado na base do Paysandu, se profissionalizou na Tuna, aos 16 e depois passou pela base do Santos-SP entre 2011 e 2014. Apesar da pouca idade, o Remo já era o sexto clube que defendeu. Diz levar amigos e aprendizados com os técnicos que conviveu, mas lamenta a falta de chances

“O único atacante que eu sentia que não tinha como tomar o lugar era o Edno. Acho que poderia ter disputado com os demais. Não digo nem de ser titular, mas ser relacionado, entrar em alguns jogos. Infelizmente muitos treinadores foram empurrando as coisas, diziam que eu ainda era muito novo, ainda não estava na hora e o resultado é que as oportunidades não vieram. Nem pra mim nem pra base, e agora estamos indo quase sem jogar”, lamenta.

(Taion Almeida/Diário do Pará)

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