“Oh! E agora, quem poderá nos defender?”. Vendo os seus times do coração com tantos problemas dentro de campo nessa temporada e ainda tentando se acertar, os torcedores de Remo e Paysandu se fizeram essa clássica pergunta do seriado Chapolin Colorado inúmeras vezes. Apesar de os clubes terem ido buscar outras soluções, aqui no Pará mesmo existe alguém que se diz pronto para ajudar e que, como o herói mexicano, responde ‘Eu’, com toda a convicção, aos apelos dos apaixonados e preocupados torcedores: Carlos Alberto Lucena, uma das figuras mais folclóricas do nosso futebol.

Lucena, que é mais conhecido por suas inúmeras passagens na Tuna Luso, e por fundar o famoso time de anões do Estado, o Gigantes do Norte, revelou o que acha da atual situação de Clube do Remo e Paysandu, futebol feminino, o momento da Lusa Guerreira, além dos rumos da sua carreira. Com 58 anos de idade e, pelo que o próprio diz, os mesmos 58 de experiência, o paladino do futebol do Pará, que hoje reveza sua agenda treinando a equipe de base do Vila Rica, time da Marambaia, e do próprio Gigantes, não duvida que, se for acionado, fará estragos na modalidade local.

SITUAÇÃO DE REMO E PAYSANDU

“A situação de Paysandu e Remo é a qualidade, que não tem. Não adianta trocar de treinador. Eu digo pro pessoal que só tem um treinador que resolveria, que é Jesus, porque o plantel é o mesmo. Ou seja, é seis por meia dúzia, e a tendência é piorar mais. Todos esses jogadores de fora são ruins, antigamente vinham três ou quatro e viravam lenda, hoje nem isso. O que ainda ajuda os times era a Tuna, quando eu liberava alguns atletas pra tentar render. De resto, os dois times estão em uma situação precária”.

CATEGORIAS DE BASE


“Infelizmente, eu acho que a base dos dois times nunca serão aproveitadas. O Paysandu tem um atacante que está há 10 jogos só prendendo zagueiro, mas marcar (gol) que é bom nada. No Remo, o Gabriel entrou em 2 jogos e marcou, mesmo assim não é titular. O titular é o que não faz um gol. Como os times querem algo assim? É complicado”.

CARREIRA

“Hoje o Vila Rica abriu as portas para mim. Estamos indo direto para Moju, onde estou treinando a equipe sub-20, que é forte. Estamos fazendo peneira em diversos interiores, pois o nosso Pará é rico em talento. Todo mundo sabe. Agora, a partir de agosto, vamos disputar vários campeonatos e vamos em busca do crescimento dos atletas e da própria equipe. Em breve, iremos em busca da elite do paraense”.

TUNA LUSO

“Eu estive lá no ano retrasado. Fui levado por alguns diretores. Mas infelizmente não deu certo. Hoje, daquele time, não tem um jogador jogando em equipe nenhuma, pra vocês verem só a qualidade que eu tinha, só jogador ruim. Não pude fazer nada. Acredito que ainda tenho muito o que fazer pela Tuna, tanto é que o último título do time fui eu que ajudei a conquistar, o 1° turno do campeonato de 2007, de lá pra cá não ganharam mais nada. Não tenho problema com ninguém lá, torço pela Tuna e sempre irei torcer. Espero, agora com o Sinomar (Naves, atual técnico da Tuna), que o time possa se reerguer, de verdade mesmo”.

FUTEBOL FEMININO

“As meninas (do Pinheirense) estão de parabéns. Estão melhores das pernas do muito marmanjo. Se classificaram pra elite. Isso mostra que a qualidade delas é muito acima dos homens. E isso ajuda todo mundo, abre portas para outros times, para nós treinadores. Se Deus quiser elas vão ganhar essa final contra a Portuguesa-SP, porque merecem”.

FUTEBOL PARAENSE EM GERAL

“O futebol paraense está em decadência. Do jeito que está, a gente não vê alegria, até o torcedor deixou de ir pro estádio. O jogo do Paysandu não passa de 5 mil no estádio, é preciso dar uma sacudida, pois eu não aceito isso. Tá faltando qualidade. Remo e Paysandu podem trazer o Guardiola que não dará certo com esses jogadores com baixa qualidade. Precisamos melhorar desde já. E o pior é que os times preferem trazer treinador de fora, auxiliar de fora, preparador de fora, traz não sei quem de fora, que não conhece nada do nosso futebol. Será que aqui em Belém não tem um treinador capaz de resolver? Posso garantir uma coisa pra vocês, o que o treinador de fora sabe, nós sabemos.

SALVADOR DA PÁTRIA

“Se eu teria chances de melhorar o futebol paraense? Sem dúvidas. Claro que é preciso jogador de qualidade, mas tenho certeza que minha experiência no futebol paraense ajudaria qualquer time. Qualquer coisa é só me acionarem. Sigo estudando e com a carreira em dia. É capaz de voltarem a me ver no estadual do ano que vem, e podem ter certeza que se entrar, é pra ganhar”.

(Matheus Miranda)

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