Com exceção do Imperatriz-MA, que é a pior equipe entre as 20 que disputam a Série C do Campeonato Brasileiro, o Paysandu tem a pior defesa da competição. O Cavalo de Aço levou impressionantes 22 gols, seguido de Papão, Ituano-SP e Boa Esporte-MG com 13 gols sofridos, cada um. É uma situação nova para esse elenco que vem desde o ano passado em sua quase totalidade. A contrapartida seria o fato de o time bicolor ter marcado 15 gols e estar ao lado do Brusque-SC e Ferroviário-CE como segundo melhor ataque, com a diferença que esses dois times têm setores defensivos melhores.

Antes do confronto com o Santa Cruz-PE, jogadores e o treinador bicolor afirmavam sobre a necessidade de um maior equilíbrio entre os setores para que o time consiga um melhor desempenho quanto à pontuação. Para o lateral-esquerdo Bruno Collaço, a situação é delicada, mas não desesperadora. Segundo ele, é preciso ter atitude dentro do elenco para que o Paysandu volte a vencer e mantenha uma regularidade.

“A pressão é diária entre nós, tanto no momento bom como no momento desconfortável. Acima de tudo, além da pressão, a gente tem se cobrado muito”, disse. “Todo mundo tem que ter coragem num momento como esse, sobretudo personalidade para se corrigir, ter uma cobrança individual para que cada um busque crescer num momento como esse e dê um algo a mais para que as coisas aconteçam da melhor forma”, completou o lateral.

Com 11 pontos, o Paysandu tem apenas um a mais que o Jacuipense-BA, o primeiro dentro da zona de rebaixamento, sendo que o time baiano faz hoje um jogo atrasado justamente diante do lanterna Imperatriz – a partida pode nem acontecer, com uma vitória de WO para o Jacuipense.

AUTOAVALIAÇÃO


Bruno voltou aos treinos ontem junto com os demais companheiros. Segundo ele, ninguém na Curuzu cogita rebaixamento e sim que as conversas são pela busca do acesso para a Série B. ele defende que é o momento de todos que estão no clube se autoavaliarem para buscarem uma melhora.

“Assustar não pode ser a palavra entre nós. Quem veste a camisa do Paysandu, que é um clube de massa, tem que ter personalidade em um momento como esse. É cada um procurar evoluir de forma individual, nessa semana principalmente, ter a consciência que tem que trabalhar cada dia mais para melhorar nos pontos que vem errando nos jogos, para que possamos conseguir os resultados o mais rápido possível”.

Mais do que atitude, o jogador bicolor diz que é preciso coragem para encarar o desafio sem se abalar, reforçando que no Paysandu a cobrança acontece nos bons e nos maus momentos. “Acima de tudo tem também que ter coragem num momento como esse, saber que todos têm a sua parcela de responsabilidade, independentemente se chegou no ano passado ou nesse ano, todos têm que trabalhar juntos para que possamos sair dessa o quanto antes”.

Feijão no aguardo 

O anúncio do atacante Vítor Feijão ameaça se tornar uma novela. Com o Paysandu já está tudo acertado, inclusive com os testes físicos e exames médicos. O jogador está em Belém desde o sábado da semana passada, mas não será anunciado oficialmente enquanto não finalizar a rescisão contratual com o Figueirense-SC, o clube em que estava antes de acertar com o Papão.

Baixas e improvisações prejudicam

Durante toda a semana passada se comemorou na Curuzu o fato do técnico Matheus Costa poder contar com todo elenco à sua disposição. Mas, quase na véspera da viagem a Recife (PE), ele ficou sabendo que não poderia contar com o volante Anderson Uchôa, um dos principais jogadores do meio de campo do Papão.

Foi a segunda partida em que Uchôa esteve de fora, já que no clássico Re-Pa ele ficou ausente por ter recebido o terceiro cartão amarelo na rodada anterior. As alterações de jogo para jogo têm sido um problema para o time, que já teve que, inclusive, fazer improvisações. O próprio Bruno Collaço já teve que atuar como zagueiro, na derrota de 2 a 1 para a Jacuipense-BA. Diante do Santa Cruz-PE, Alan Calbergue teve que voltar a jogar como volante, sua posição de origem, embora há tempos venha atuando mais como meia de armação.

Mesmo com essas dificuldades, o lateral-esquerdo do Paysandu bicolor defende a formação do elenco do Paysandu, mesmo quando esteve em um número reduzido em alguns momentos. “O planejamento foi bem feito em termos de números de jogadores. Vem sendo uma temporada atípica pelo fato da pandemia. De qualquer forma, perdemos poucos jogadores nesse sentido, alguns sofreram com lesão”, afirmou. “Acho que o próprio Alan já comentou que gosta de jogar nessa função de volante. Acredito que a improvisação mesmo acabou acontecendo quando eu joguei de zagueiro. Quanto a isso, acho que não tem problema nenhum. Acredito que em todas as posições temos no mínimo dois jogadores com condições de jogar”, finalizou Bruno.

VILA NOVA

O time bicolor vai encarar o Vila Nova-GO no próximo domingo (18) e precisa vencer para não ver os primeiros colocados dispararem, inclusive o próprio Tigre. O técnico do time goiano, Bolívar, comentou após a vitória sobre o Manaus-AM que a intenção é buscar a liderança e, para isso, a obrigação é vencer o Paysandu, o que também significa deixar em má situação um adversário direto.

“Temos que pensar rodada a rodada. Não projetamos um número ‘x’ para a classificação. Pensamos na distância para o quinto colocado. Na próxima rodada enfrentaremos o Paysandu, que tem 11 pontos e, se vencermos, deixaremos mais um adversário para trás. Dependemos só das nossas forças para continuar vencendo e classificar o quanto antes”, disse o treinador.

(Diário do Pará)

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