Compactação e agressividade

O Remo superou o Castanhal e chega à decisão do Campeonato Estadual habilitando-se a brigar pelo terceiro título consecutivo. A atuação de ontem foi a melhor do time desde a retomada. Sexta vitória em seis partidas, o desempenho foi quase perfeito taticamente, cumprindo à risca o modelo defendido pelo técnico Mazola Junior.

Contra um adversário desenhado para atacar o tempo todo, o sistema de defesa azulino funcionou bem, guarnecido pela linha móvel de volantes às vezes tão criticada, inclusive pelo escriba aqui.

Artur Oliveira, compensando a falha da primeira partida, quando barrou seus principais atacantes, botou força máxima desde o começo. Pecel, João Leonardo, Dioguinho e Fazendinha foram escalados e garantiram ao time um volume expressivo de jogo nos primeiros movimentos.

Aos poucos, essa troca de passes foi se revelando improdutiva e enganosa. O Remo marcava bem, não permitia que o Castanhal entrasse na área e dificultava arremates de média distância. Pecel teve espaço para bater em direção ao gol somente aos 44’.

Sem pressa, acelerando a transição somente quando a situação permitia, o Remo tinha Djalma adiantado pela direita, Tcharlles mais centralizado e Eduardo Ramos flutuando, além de Gelson chegando como um terceiro avançado, dando bote e puxando contra-ataques.

Apesar de insistir, as ações ofensivas resultaram em poucas chances claras. Julio Rusch, o volante que mais se movimenta, mandou um chute forte da intermediária e quase marcou. No papel de pivô ou atacante de lado, Tcharlles apareceu com dois bons disparos da entrada da área.

Depois do intervalo, o Castanhal se lançou ainda mais e abriu a guarda. O esquema de Mazola passou a funcionar no aspecto ofensivo. Depois de duas tentativas pelos lados, com Marlon e Djalma, o Leão ganhou um escanteio e na cobrança Pecel ergueu o braço e cometeu pênalti. Eduardo Ramos bateu e fez, aos 5 minutos.


A movimentação do Remo não se alterou e o time passou a ser mais compactado e agressivo, melhorando muito a cobertura da própria zaga, quase não incomodada pelo Castanhal. O meio recuperava a bola e saía rapidamente pelos lados, com Djalma ou Marlon, sempre apanhando a zaga castanhalense desarrumada.

Cirúrgico, o Remo matou o jogo aos 9 minutos. Eduardo Ramos recebeu livre na intermediária e tocou para Tcharlles, que bateu de curva à meia altura sem chances para o goleiro Paulo Henrique. A partir daí, veio a administração da vantagem, mas Ramos, Djalma e Giovane (que substituiu Tcharlles) ainda tiveram boas oportunidades.

Classificação tranquila e sinal de estabilidade do plano que Mazola projetou para o Remo, respeitando sempre a configuração 4-4-1-1.

Os melhores foram Tcharlles, que parece assumir definitivamente a titularidade; Eduardo Ramos, vivendo uma de suas melhores fases; Djalma, Lucas e Gelson. Fazendinha foi o mais produtivo do Castanhal.

O contestado Micael renasce jogando

à moda antiga

Até a semana passada, o zagueiro Micael (foto) era o jogador mais cornetado do criticado setor defensivo do PSC na retomada do futebol no Pará. A todo instante se ouvia uma observação negativa, principalmente nas redes sociais, território cada vez mais livre para a veiculação de desaforos a torto e a direito. Contra o Paragominas, anteontem, ele se redimiu por inteiro.

Micael já sofria questionamentos antes mesmo da pandemia, mas pagou o pato pela mudança no posicionamento da defesa. Desde que o time voltou ao campeonato estadual, os zagueiros aparecem adiantados, tentando pressionar o adversário junto à linha de meio-campo.

Pelo pouco tempo de treinamento e a mais completa falta de adaptação ao sistema, o PSC sofreu bastante com a modificação. O ápice foi a derrota frente ao Paragominas, que marcou 3 a 2 aproveitando as brechas defensivas deixadas por Perema e o contestado Micael.

No segundo confronto da semifinal com o PFC, anteontem, o experiente zagueiro teve uma atuação impecável. Não permitiu em nenhum momento que o rápido ataque do Jacaré repetisse os estragos da semana passada.

Aos 38’ do 2º tempo, o atacante Debu entrou pela direita e cruzou recuado em direção a Fábio Paulista. A bola, antes de chegar ao atacante, foi interceptada por Micael, de carrinho, evitando ali o que poderia ser um gol fundamental na decisão, com potencial para levar à disputa de penalidades.

Por ora, o esquema implantado por Hélio dos Anjos não funcionou, mas na quarta-feira Micael mostrou que jogando na marcação à moda antiga é ainda um zagueiro útil ao sistema defensivo do Papão. Foi o mais regular jogador da equipe na vitória que garantiu presença na final.

Confusão com inscrição de atletas pode tumultuar Parazão

Enquanto se inicia a discussão quanto às datas da decisão do Parazão, entre Remo e PSC, um novo imbróglio ameaça a normalidade do processo. Surge a informação de que a diretoria bicolor pretende contestar a escalação de Tcharlles e Marlon pelo Remo nas finais alegando que teriam sido inscritos fora do prazo legal.

O regulamento diz que só podem disputar o Parazão atletas que saírem no BID até o último dia útil da 10ª rodada da fase classificatória. Eles saíram no BID na terça, dia 4 de agosto. A entidade fez um adendo assumindo a antecipação da rodada e fazendo um ajuste no regulamento.

O PSC chia com o respaldo de um documento que teve a assinatura de oito clubes reclamando da medida à FPF. Curiosamente, a reclamação não recebeu resposta da entidade. O assunto vai render ainda e deve tornar mais inflamada e catimbada a reta final do campeonato.

Quanto aos jogos das finais, duas possibilidades: 27 e 30 de agosto ou nos domingos 30 de agosto e 6 de setembro. Esta segunda hipótese depende de aval da CBF para mudança na tabela da Série C.

 

 

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