Admirável chip novo

Remo e PSC, que se preparam para o Brasileiro da Série C, não têm mais tempo para preocupações com o campeonato estadual. Precisam virar o chip para encarar a principal competição da temporada para ambos. A Terceira Divisão tem abertura prevista para o próximo fim de semana, com estreia do Papão em Belém diante do Santa Cruz (sábado) e do Remo contra o Jacuipense, domingo, no interior baiano.

Os técnicos estão focados nesta obrigatória mudança de prioridade. Hélio dos Anjos escalou um Papão mesclado contra o Itupiranga, pela 10ª rodada do Parazão, anteontem. Pôs em campo jogadores que não são titulares, ou não eram, como Netinho (lateral direito), Wesley Matos (zagueiro), Diego Matos (lateral esquerdo), Caíque (volante) e Calbergue (meia).

As mudanças provocaram certo desconforto tático no 1º tempo, com falhas de marcação, zaga muito adiantada e mal posicionada e um ataque pouco municiado pelo meio-campo e laterais. Em função disso, o time interiorano se agigantou e foi superior. Fez um golaço, com Quadrado, perdeu três boas chances e teve mais organização.

No 2º tempo, Hélio manteve o critério da experimentação, dando a vários atletas a chance de mostrar atitude ante uma situação adversa. Aproveitou as dificuldades para testar a capacidade de reação do time. No final, o banco mais qualificado e o melhor condicionamento permitiram a virada.

O PSC reverteu o marcador antes dos 10 minutos, pressionando muito e utilizando até quatro jogadores no ataque (Mateus Anderson, Vinícius Leite, Nicolas e Bessa), sufocando o Itupiranga e mudando por completo as circunstâncias da partida. Ao longo do 2º tempo, Hélio lançou Uilliam, Victor Diniz e Elielton, que não tinham atuado contra o Paragominas. A goleada veio com dois gols nos três minutos finais.


Não foi uma atuação portentosa, longe disso, mas a maneira como o time se comportou para virar o placar pode ser encarada como positiva. Para o técnico, as dificuldades da partida representaram uma chance preciosa para observar e analisar o nível de condicionamento do elenco, sempre com os olhos postos na Série C que se aproxima.

No Remo, Mazola Jr. foi até mais generoso nas alterações para enfrentar o Tapajós, ontem, fechando a última rodada classificatória. Ao todo, foram cinco estreias: Pingo, Neguete, Lucas, Carlos Alberto, Wallace e Marlon.

O processo de recondicionamento de atletas exige que todas as possibilidades de garantir tempo de jogo sejam aproveitadas, a fim de reduzir o percentual de erros e garantir os ajustes necessários.

Leão finaliza primeira fase com vitória tranquila

Com um gol de Gustavo Ermel logo aos 3 minutos, aproveitando rebote do goleiro Jardel, o Remo não teve dificuldades para superar o Tapajós. Zé Carlos ganhou um presente da zaga, aos 23’, e marcou seu primeiro gol com a camisa remista. O 1º tempo ficou então inteiramente favorável ao Leão, que cadenciou o jogo e tocou a bola sem pressa.

Ficou explícita, porém, a dificuldade criada pela ausência de atacantes velocistas no Remo. Ermel, que foi escalado na direita, até tentou as jogadas pelo setor, mas sempre acabava investindo pelo centro do ataque. Esse problema já havia aparecido contra o Águia, mas, na ocasião, a entrada de Ronald supriu a ausência de ações de linha de fundo.

Os meias que o Remo tem utilizado, Douglas Packer e Robinho, até buscam as jogadas pelos lados, mas não são especialistas. Dudu Mandai, de características ofensivas, apareceu pela esquerda sempre que podia.

No segundo tempo, logo aos 8’, uma arrancada de Ermel pela esquerda oportunizou o terceiro gol. A bola foi cruzada, passou por Zé Carlos e chegou a Packer, que bateu cruzado no canto direito de Jardel. O Tapajós ainda fez o gol de honra, mas o jogo virou um treino para observações de Mazola quanto a peças do elenco.

Wallace, Ronald, Marlon, Rafael Jansen e Carlos Alberto (reaparecendo após quase um ano de espera) entraram nos 25 minutos finais, alterando a maneira de jogar da equipe, mas mantendo a boa produção contra um adversário que não representava qualquer perigo.

Na quinta-feira, o Remo inicia a disputa das semifinais com o Castanhal, mas antes terá o Jacuipense pela frente, na abertura da Série C.

Aplicação de protocolos no Brasileiro exige mais rigor da CBF

Em meio às polêmicas no Campeonato Paulista, com diferentes interpretações dos critérios de segurança, a CBF tenta impor rigor no cumprimento de protocolos para os jogos das Séries A, B e C. Haverá exames obrigatórios de covid para todos os times, com o resultado controlado pela CBF. Jogadores não testados ou com teste positivo serão automaticamente impedidos de atuar.

Reuniões com as federações e representantes de clubes já definiram que a CBF vai pagar 23 testes para cada clube participante, como forma de controlar os resultados. O médico Jorge Pagura, chefe da comissão responsável pelos protocolos, deixou claro que os testes não ficarão sob a exclusiva responsabilidade dos clubes. “Como saber que ninguém testou positivo? Temos que controlar”, afirmou, em entrevista recente.

A comissão da CBF, que reúne médicos e infectologistas, vai analisar os resultados. Foi o procedimento adotado na Copa do Nordeste, com 14 clubes. Nos principais certames estaduais, foram realizados testes até depois das partidas. Por garantia, e para evitar problemas com resultados errados de exames, a CBF pretende refazer os testes antes dos jogos.

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