Com média de 2,5 gols por partida, o Parazão não chega a decepcionar por completo. Tudo o que ocorreu até aqui está perfeitamente dentro das expectativas geradas por um torneio com 12 equipes de níveis desiguais. O número ideal de clubes deveria ser oito, mas a licenciosidade imposta por interesses diversos acabou por fixar em 10 participantes, limite ampliado para 12 pelo não rebaixamento na edição passada.

Neste fim de semana, as semifinais reúnem os times que verdadeiramente mais se destacaram. Tuna, Castanhal, PSC e Remo têm os méritos necessários para estar na atual fase. Os jogos Tuna x Remo (10h, no Souza) e Castanhal x PSC (15h30, em Castanhal) trazem a marca do equilíbrio, embora possa se atribuir um ligeiro favoritismo à dupla Re-Pa.

O Remo é o líder geral da competição (com 26 pontos) e segue invicto. O PSC é segundo na classificação, com 23. São os times que também mais investiram em contratações. No total, ambos contrataram mais de 30 jogadores para a disputa do Estadual.

No confronto do Souza, a Tuna vai explorar a velocidade e a presença ofensiva que garantiu a melhor artilharia do Parazão – 23 gols. Foi dessa maneira simples e objetiva que a equipe conseguiu crescer na competição, obtendo vitórias importantes e categóricas.

O entrosamento da dupla Lukinha e Paulo Rangel responde, em boa medida, por essa volúpia na busca de gols, tendo a colaboração fundamental de parceiros como Léo Rosa e Jayme. O setor defensivo também ganhou consistência, tendo em Dedé e Felipe seus expoentes.

No Remo, que tem um time-base que raramente se altera, a entrada de Erick Flores compensa a ausência de Lucas Tocantins, lesionado, e dá ao conjunto de meio-campo um ativo apoiador, pois em muitos momentos acaba por se juntar a Felipe Gedoz e Lucas Siqueira na armação de jogadas.


Dioguinho, principal jogador do Leão na primeira fase do campeonato, não atuou bem nas três últimas partidas (uma vez contra o Paragominas e duas diante do Águia), mas é peça fundamental no modelo de jogo que Paulo Bonamigo montou desde o início da competição.

Além disso, Dioguinho é um dos artilheiros do campeonato, ocupando a vice-liderança (ao lado de Paulo Rangel), com seis gols. Dinâmico e habilidoso, é um atacante cuja maior utilidade está na capacidade de surpreender e quebrar linhas de marcação.

De certa forma, o destino do clássico centenário de hoje vai depender da atuação de Paulo Rangel e Dioguinho, os principais atacantes de seus times.

Águia Guerreira sobe e quer alçar voos mais altos

Campeã brasileira da Série B 1985 e da Série C 1992, a Tuna perdeu tempo demais na segunda divisão paraense. Ficou marcando passo por sete longos anos, repetindo erros e entristecendo sua leal torcida. Várias tentativas foram feitas, mas a ressurreição só veio através da atual gestão, presidida pela professora Graciete Maués.

Foi dela a ideia feliz de dar plena autonomia ao diretor Éder Pisco, responsável pelo futebol luso desde a Segundinha deste ano. Com contratações pontuais e aposta no técnico Robson Melo, a Tuna obteve o acesso e alcançou a semifinal do campeonato, além de garantir presença no Brasileiro da Série D 2022, após 15 anos ausente de torneios nacionais.

Até maus passos, como a aquisição de Eduardo Ramos, que bateu em retirada logo no início do campeonato, acabaram superados pelo esforço de todos. A Tuna conseguiu engrenar na competição, superando a descrença generalizada. Falta ainda convencer parte da torcida que se distanciou do Souza e das atividades do clube.

Pisco teve a colaboração de Vinícius Pacheco, outro baluarte da Águia. Estão no clube há quatro anos, acumulando desgostos e alimentando a fé em dias melhores. O êxito atual compensa os momentos de frustração.

Um dos segredos do avanço da Tuna está na política de contratações. Com exceção de ER, todas as aquisições frutificaram. A base da Segundinha mostrou sua importância na divisão principal. Hábil, Robson Melo se encarregou de costurar um time competitivo sem grandes custos.

Quis o destino que, pelas mãos de uma mulher, a Lusa voltasse a respirar dias de glória e vitórias. O plano imediato é brigar pelo título estadual, mas as metas atingidas até agora são dignas de comemoração.

Bola na Torre

Valmir Rodrigues apresenta o programa, que vai ao ar às 22h, na RBATV. Guilherme Guerreiro, Giuseppe Tommaso e este escriba de Baião participam, em home office. Em debate, as semifinais do Parazão. A edição é de Lourdes Cézar.

Fibra e tradição embalam o Papão nas semifinais

Depois do susto na luta pela classificação às semifinais, o PSC aposta na sedimentação do esforço coletivo para marchar rumo ao título. Driblando o descrédito de boa parte da torcida, o grupo comandado por Itamar Schulle superou o Bragantino e cravou sua 6ª partida invicta, sem sofrer gols.

Falta ainda fazer o time jogar com mais criatividade e confiança. O ataque continua a dever, principalmente Nicolas, mas os sinais de reação são indiscutíveis. A vibração dos jogadores após a conquista da vaga nas semifinais reflete a gana de provar valor e competência.

Pode ter sido conquistado ali o combustível que faltava para o Papão finalmente deslanchar. As dúvidas continuam a inquietar técnico e torcida, mas é inegável que a fibra característica está de volta. O jogo de hoje, em Castanhal, pode ser o começo de um novo tempo para os bicolores.

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