Não faltou movimentação e esforço no jogo entre Manaus e PSC, ontem, na Arena da Amazônia. Em alguns momentos, houve até força excessiva, jogadas bruscas. Só faltou qualidade, de parte a parte. Ao longo do primeiro tempo, o cenário foi desolador. Muitos passes errados, faltas violentas e poucos lances claros de gol. No final, João Diogo compensou a pobreza técnica com um golaço. E o Papão foi abençoado com um gol que caiu do céu. Sem jogar desde dezembro, Rildo salvou a lavoura.

O empate diz muito do que foi o jogo, com equilíbrio acentuado entre os dois times, ambos limitados e sem inspiração. Na etapa inicial, o PSC adiantou a marcação e criou instabilidade no setor defensivo do Manaus até os 20 minutos. Conseguia recuperar a bola, mas não tinha planejamento e organização para criar situações de perigo.

Aos poucos, o Manaus foi se posicionando melhor e começou a levar perigo, com Philip e Anderson Paraíba, principalmente. Aos 21’, Rafael Lucas avançou pela esquerda e passou para Anderson cruzar rasteiro. Victor Souza espalmou e Philip chegou atrasado na pequena área.

Luan teve nos pés a melhor oportunidade do Papão, aos 32’. Danrlei fez o corta-luz e o atacante finalizou, mas a bola foi nas mãos do goleiro. Luan tinha a opção de passar por Marlon, que estava livre, entrando pela direita. Foi o único lampejo do ataque do PSC na primeira etapa.

Veio o segundo tempo e Vinícius Eutrópio trocou Paulinho por João Paulo, para melhorar o passe no meio. E, de início, funcionou. Logo aos 8 minutos, João Paulo apareceu na esquerda e lançou a bola na área, com três bicolores bem posicionados. Antes de a bola chegar, Denilson e Marlon escorregaram e o lance foi desperdiçado.

Aos 15’, o centroavante Danrlei recebeu a primeira bola limpa junto à área. Passou pela marcação e bateu cruzado. O goleiro Renan Rocha tocou de leve e a bola bateu na trave. Como prêmio às avessas, Danrlei saiu dois minutos depois substituído pelo novato Tiago Santos. Rildo entrou em seguida, no lugar do improdutivo Luan.


O Manaus mexeu no meio e no ataque, melhorando a transição ofensiva com a entrada de Douglas Lima e João Diogo. Aos 36’, surgiu a jogada que salvou o jogo da ruindade completa. No lance mais criativo da tarde, Douglas descolou um cruzamento perfeito na direita e a bola caiu no meio da área. João Diogo entrou livre e tocou com categoria, de calcanhar, para o fundo das redes.

O gol tranquilizou o Manaus e desarvorou ainda mais o já confuso esquema do PSC. Mais perdido ainda, Eutrópio botou Bruno Paulo em campo e o time ficou rondando a área, mas não tinha jogadas para superar a marcação.

Até que, aos 49’, quando o jogo caminhava para a vitória amazonense, uma cobrança de falta alcançou Rildo no meio dos zagueiros. Ele cabeceou e encobriu o goleiro Renan Rocha, que saiu mal. A bola ainda foi tocada por um zagueiro dentro do gol. Ante a derrota iminente, o empate foi intensamente comemorado como vitória pelos bicolores.

Avaliações delirantes para uma atuação ruim

Com 13 pontos (11 ganhos fora de casa), o PSC segue fora do G4 do grupo A da Série C. Segue posicionado atrás de Botafogo (15), Ferroviário (15), Tombense (14) e Volta Redonda (14) na virada para o returno da primeira fase. Apesar da colocação incômoda, o técnico Vinícius Eutrópio parece destoar do clima geral de descontentamento com as atuações do time.

A atuação confusa e atrapalhada de ontem foi avaliada como boa pelo treinador. Na entrevista, Eutrópio disse que dominou as ações, que merecia a vitória e voltou a argumentar que os times se fecham porque todos querem vencer o PSC de qualquer maneira. E afirmou que o Manaus saiu tão feliz que comemorou o empate, o que definitivamente não ocorreu.

Quanto às intenções dos adversários, nada a contestar, afinal vencer é o objetivo de todos. O problema maior é ver domínio onde só existiu balbúrdia e falta de estratégia. Foi mais um jogo sem força ofensiva e nenhum trabalho consistente no meio-campo.

Eutrópio também vê erradamente as atuações individuais. Elogiou Luan, Tiago Santos, Ratinho e até Bruno Paulo, que jogou por 12 minutos e não deu um chute a gol. No final, ainda levou cartão vermelho por reclamação. Nenhuma palavra sobre os nativos Diego Matos e Danrlei.

O PSC precisa rever a escolha de jogadores e o sistema a ser usado. Não adianta entrar com três atacantes se a equipe não consegue tramar jogadas com a participação de seu centroavante. Danrlei ficou isolado a maior parte do tempo e Diego Matos apareceu mais depois que passou a ser acionado por João Paulo.

Importante: a primeira parte da fase de classificação já passou.

Leão tenta estancar a súbita queda de rendimento

Com a presença do meia-atacante Mateus Oliveira como reforço, o Remo se prepara para o jogo de quarta-feira contra o Avaí. Confronto importante, que pode valer a recuperação dentro do campeonato. A derrota para o Londrina fez o time cair do 11º para o 13º lugar. A prioridade é retomar a pegada dos jogos contra Brusque, Ponte Preta e Cruzeiro.

A mobilidade ofensiva que impressionou a todos saiu de cena na partida em Londrina. O time parecia incapaz de trocar passes em velocidade e ainda sentiu a baixa performance de jogadores importantes, como Victor Andrade, Felipe Gedoz e Dioguinho.

O rendimento previsível e pouco agressivo deixou dúvidas quanto às possibilidades do Leão para os próximos desafios da competição. A queda brusca de nível técnico deve ser objeto da atenção do técnico Felipe Conceição. Com jogadores exauridos e sem reservas à altura, o time sofre quando precisa reverter resultados. Sexta-feira isso voltou a ocorrer.

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