O jogo decidia vaga na Copa do Brasil, mas até o mais otimista dos azulinos sabia das dificuldades para superar um adversário mais qualificado e em vantagem. Em campo, o Atlético-MG confirmou o favoritismo, mas o Remo jogou o suficiente para sair com o empate. A chance de igualar o placar veio num pênalti, perdido por Felipe Gedoz, quando a equipe ensaiava impor pressão final para reverter o placar.

Foi uma atuação razoável, com erros pontuais e algumas boas ideias ofensivas. O aspecto positivo foi a troca de passes e a insistência em verticalizar o jogo, fugindo às características de um time que aprecia os passes laterais. As coisas funcionaram bem pelo lado direito, com Tiago Ennes e Dioguinho, mas enfrentou embaraços na esquerda, onde Igor Fernandes estreava e fazia dupla desafinada com Jefferson.

A marcação alta no começo pressionou e surpreendeu o Atlético. O problema é que, logo na primeira investida mais forte, o Galo chegou ao gol, utilizando uma jogada manjada: escanteio cobrado no primeiro pau para desvio do zagueiro Réver. A zaga não atentou para a manobra e a bola entrou rente ao travessão, aos 12 minutos.

Apesar do impacto do gol, os azulinos seguiram insistiam com passes curtos para abrir espaço. Lucas Siqueira comandava a transição, mas Gedoz destoava, excessivamente lento. A zaga ficava exposta, com Rafael Jansen e Romércio forçados ao combate direto a Hyoran, Keno e Hulk.

Por conta disso, o Leão sofreu sustos seguidos e tomou três bolas na trave em quatro minutos, dos 32 aos 36 minutos. A primeira com Keno, que recebeu livre entre os zagueiros e tocou no poste esquerdo de Vinícius. Tiago Ennes tentou fazer desarme e mandou no poste abençoado. Logo em seguida, Nacho testou de cabeça e a bola estourou na mesma trave.

Situações que refletiam a superioridade do Atlético e expunham a fragilidade do sistema defensivo do Remo. Sem marcação forte à frente da zaga, correu riscos constantes. Quando assumia postura ofensiva, a movimentação era interessante e produzia boas situações.


Quase ao final, após boa tentativa azulina em bola aérea, Keno saiu tocando errado. Atento, Romércio pegou o rebote, ajeitou a bola e mandou um foguete no canto esquerdo da trave atleticana. Um golaço.

A animação pelo empate acabaria frustrada logo aos 5 minutos do segundo tempo. Bola cruzada da esquerda por Nacho atravessou a área do Remo e, quando Réver tentava fechar pela direita, foi empurrado por Jansen. As imagens da TV mostram, na origem do lance, Réver ligeiramente à frente.

Hulk cobrou e desempatou. O Remo tentou se recompor, mas o cansaço que normalmente se abate sobre o time começou a cobrar seu preço. Aos 25’, Paulo Bonamigo fez três substituições: Jefferson por Gabriel Lima, Renan Gorne por Edson Cariús e Igor Fernandes por Marlon. Investiu no ataque, mas manteve o desgastado Gedoz.

Só na segunda janela, o técnico substituiu Uchoa por Artur, que entrou mal e errando passes, e Tiago Ennes por Wellington. Quando o jogo se encaminhava para o fim, Dioguinho investiu pelo meio, a bola foi rebatida e tocada pelo volante Jair. Gedoz foi bater o pênalti e Everson defendeu com o joelho. O empate seria um prêmio ao esforço do Leão, mas não faria justiça à melhor apresentação do Galo.

No geral, o Remo teve atuação digna e competitiva, apesar da desvantagem estabelecida no jogo de ida. Romércio, Igor, Lucas e Dioguinho foram os destaques, tanto pelo esforço quanto pela execução de jogadas. Uchoa, Gedoz e Jefferson ficaram abaixo dos demais.

A despedida de um bravo

Um grande ídolo do futebol uruguaio e mundial anuncia hoje sua despedida dos gramados. Sebastián Loco Abreu vai pendurar as chuteiras depois de alegrar torcidas de 31 clubes ao redor do planeta. De minha parte, passei a reparar mais no camisa 9 quando ele veio defender meu Botafogo – e fez isso com extrema bravura, raça e muitos gols. Virou ídolo alvinegro num momento em que a torcida (como hoje) se sentia órfã de alegrias.

Com dedicação extrema, ganhou a galera com declarações que não deixavam dúvidas quanto à capacidade de liderança e noção da realidade do futebol. Politizado, formado em jornalismo, dizia que vencer nunca é questão de sorte, mas de esforço e trabalho. Logo ao chegar, confessou admiração pela fabulosa galeria de ídolos do Botafogo – Mané, Nilton, Didi, Amarildo, Quarentinha, Gerson e tantos outros.

Ficou célebre a paradinha moleque na final do Carioca de 2010 contra o Flamengo do goleiro Bruno. Fora do Botafogo, por obra e graça de Oswaldinho da Cuíca, fez uma homenagem inesquecível ao clube ao beijar a Estrela Solitária na camisa que usava por baixo do uniforme do Figueirense em jogo contra o rival Fla.

Defendeu a seleção do Uruguai em torneios e Copas do Mundo. Em 2010, na África do Sul, cobrou pênalti contra Gana com a mesma cavadinha usada na decisão do Carioca. Reunidos no centro de imprensa da Fifa em Porto Elizabeth, ainda agastados com a eliminação do Brasil frente à Holanda, vibramos muito com o gol do irreverente Loco.

Pelos inapagáveis momentos com o manto sagrado botafoguense, a coluna só tem uma palavra para o bravo centroavante uruguaio: obrigado!

Em defesa da vida e da Ciência

A coluna segue na trincheira da ciência, da vacina e dos cuidados sanitários no combate à pandemia. Obrigatoriedade de distanciamento social e uso de máscara protetora. Se alguém disser o contrário, em plena pandemia e com mais de 480 mil mortos no Brasil, tenha a certeza de que é um inimigo da saúde pública e defensor do genocídio. E passe longe.

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