Leão avança em busca do bi

A grande campanha nas duas fases da Série C deram ao Remo o legítimo direito de decidir o título. Vai enfrentar o Vila Nova (GO), do velho conhecido Márcio Fernandes, em jogos nos próximos sábados, com direito a fazer a última partida no Mangueirão.

Nem mesmo a pálida e pouco inspirada atuação de sábado contra o Londrina, com derrota pelo placar mínimo, diminui o entusiasmo da torcida azulina pelo retorno à Série B após 13 anos e pela chance de conquistar o bicampeonato da Série C.

Até sábado, é provável que os jogadores positivados para covid-19 estejam em condições de atuar. A preocupação maior é com os titulares Salatiel e Marlon, mas Mimica, Carlos Alberto e Augusto também são peças muito utilizadas por Paulo Bonamigo.

O deslize quanto ao distanciamento social, com a comemoração do acesso na Doca de Souza Franco, cobrou um preço caro aos azulinos, começando pela derrota em casa na rodada final, completamente fora dos planos da comissão técnica. O prejuízo, porém, pode ser ainda maior caso os jogadores contaminados não se recuperem a tempo da primeira final.

Diante do Londrina, ficou patente o impacto técnico da ausência do artilheiro Salatiel e do lateral Marlon, ambos de fundamental importância para a formulação de jogo da equipe. Sem eles, o Remo perdeu intensidade ofensiva e mostrou-se vulnerável pelo lado esquerdo da zaga.

Por sinal, o gol do Londrina saiu em jogada de linha de fundo na parte esquerda da defesa azulina. O cruzamento veio de lá para a atrapalhada tentativa de corte do zagueiro Gilberto Alemão.


É claro, também, que o resultado de sábado não gera qualquer abalo maior no aspecto emocional. O importante é que o time chegou à sonhada decisão. Resta saber se manterá a mesma pegada, com compactação na defesa e movimentação no meio, caso não possa ter todos os titulares.

A essa altura já se pode considerar que a campanha azulina premia um comportamento estável na maior parte da competição, desde que Bonamigo assumiu o comando e modificou a forma de atuar. O Remo continuou forte defensivamente, como nos tempos de Mazola, e ganhou qualidade do meio para frente.

Contra um Vila Nova que joga de forma cadenciada, valorizando a posse de bola e as saídas bem articuladas, a batalha pelo bicampeonato da Série C será acirrada, praticamente sem favorito.

O mais importante a essa altura é que os azulinos se mostram motivados a buscar o título. Nem sempre esse entusiasmo se mantém depois que o objetivo maior – o acesso – já foi conquistado. Por outro lado, aos atletas não deve passar despercebido que todos estão sob avaliação quanto à permanência para a disputa da Série B.

Insucesso nos clássicos selou a sorte do Papão

O jogo em Erechim foi nervoso e equilibrado ao longo do 1º tempo, mas, estranhamente, transcorreu sereno na etapa final, quando os donos da casa fizeram o gol e passaram a controlar as ações, sem correr riscos. Surpreendeu a maneira como o PSC se comportou, aceitando passivamente o resultado negativo e o fim do sonho do acesso.

Além da atuação de sábado, alguns pontos precisam ser analisados sobre a parte final da campanha bicolor na Série C. Os problemas se refletiram na partida final, mas se desenharam ao longo de toda a 2ª fase da competição.

A ausência de um meio-campo mais qualificado foi o maior entrave para a evolução da equipe após a ótima arrancada final na fase classificatória. PH, Serginho e Wellington Reis são volantes de rendimento instável e não conseguiram suprir a lacuna deixada por Uchôa, que, por sinal, nem é um jogador excepcional, apenas eficiente na função.

Na etapa de grupos, o PSC tinha a vantagem de realizar os três primeiros jogos em casa, privilégio concedido pela tabela que o time de João Brigatti não soube aproveitar. Obteve seis dos nove pontos em disputa. Tropeçou no rival e este foi o fator crucial da caminhada.

Sem Uchôa, o meio-campo não rendeu o mínimo desejado para dar competitividade e dinâmica à movimentação do time. O ataque acabou prejudicado e Nicolas ficou subaproveitado.

Acrescente-se a isso a queda de rendimento de algumas peças importantes. Marlon, decisivo para a classificação, sumiu por completo. Feijão não mostrou regularidade. Uilliam Barros, idem.

A baixa rotação do meio afetou o eixo defensivo, principalmente nos dois clássicos que selaram a sorte do PSC na competição. E o goleiro Paulo Ricardo, muralha na etapa anterior, cometeu erros crassos no Re-Pa.

Nicolas, principal jogador do elenco, não poderia passar incólume a tantos desacertos. Apesar do inegável esforço e da constante presença nas missões ofensivas, não foi o mesmo atacante decisivo de outras jornadas e não conseguiu conduzir o PSC a vitórias na virada da segunda fase.

Alvo de críticas, com dispensa anunciada ontem à tarde, Brigatti teve lá seus erros, principalmente quanto à escalação, mas não pode ser visto como o vilão da história. Foi importante na classificação, tirando o time do buraco em que se encontrava após a passagem de Mateus Costa.

Um fator pesou bastante no fim das contas: a coincidência de ficar no mesmo grupo com o Remo mostrou-se fatal para as pretensões bicolores. A perda de seis pontos (dos 18 em jogo) para o rival definiu a luta pelo acesso, pois desequilibrou matematicamente a disputa na chave.

Muito questionado pela torcida desde o ano passado, o executivo Felipe Albuquerque também foi demitido ontem. A contestada política de contratações e o conflito com Hélio dos Anjos inviabilizaram a presença dele na Curuzu. Ao mesmo tempo, é sinal de que a frustração pela permanência na Série C sacudiu as estruturas internas do clube.

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