O cenário ainda é confuso e indefinido. As torcidas aguardam ansiosas por uma resolução e os clubes que disputam o Campeonato Estadual seguem esperando as definições de data (e condições) para a retomada do futebol no Pará. Há uma corrente favorável a adiar o reinício do Campeonato Estadual, deixando a conclusão do torneio para depois do Brasileiro, em dezembro ou até janeiro de 2021.

Há, porém, um contrato a ser respeitado pelos clubes. O acordo assinado por todos os 10 participantes do Parazão diz respeito ao patrocínio do Banpará e da Funtelpa, representantes do governo do Estado.

O protocoloco elaborado pela Federação Paraense de Futebol, com orientações sobre cuidados a serem adotados pelos clubes, será encaminhado hoje ao governo do Estado. Os ajustes finais foram feitos ontem, por videoconferência, pela comissão de elaboração do protocolo de segurança. A partir daí, restará definir a data da retomada.

Com base nesse documento, preparado para subsidiar o Governo do Estado quanto à flexibilização do futebol, que é atividade não essencial, deve ser dada uma solução quanto ao Campeonato Paraense, que precisa de 18 dias para ser finalizado – 2 datas para as rodadas finais da fase de classificação, 2 datas para as semifinais e 2 datas para a decisão.

O acordo de patrocínio prevê a finalização do Parazão com a quantidade de jogos prevista inicialmente, respeitando a situação excepcional criada pela quarentena, mas sem considerar a hipótese do encerramento sumário da competição, como chegaram a defender alguns dirigentes.

A prioridade que os clubes procuram dar ao Brasileiro da Série C e da Série D é inteiramente compreensível, afinal é o caminho de acesso a competições mais rentáveis e importantes no cenário nacional, mas não pode jamais diminuir a importância do certame estadual.


Dificuldades têm sido apontadas pelos clubes como entraves à continuidade do Parazão antes do início do Brasileiro. São problemas sérios e que exigem atenção por parte da FPF e da própria CBF. O primeiro item refere-se às despesas com a testagem de covid-19.

Os clubes têm buscado saídas. A dupla Re-Pa fechou convênio com o Hospital Porto Dias, mas os oito outros participantes do campeonato continuam sem perspectiva. Caberia à FPF buscar a mesma parceria em benefício das equipes interioranas.

Do governo do Estado não há mais nada a ser reivindicado, visto que responde pelo patrocínio do Parazão e liberou até verba extra aos clubes que representam o Pará no Brasileiro. A missão de ajudar os clubes está agora nas mãos de FPF e CBF, ou, se for possível, da iniciativa privada.

Por ora, mesmo diante de tantas indagações, persiste uma única certeza: o Campeonato Paraense de 2020 será concluído em campo, conforme mandam as boas regras do desporto, respeitando as torcidas e honrando os compromissos firmados com o patrocinador.

Dinheiro passando de mão em mão e clubes em crise

Clubes são entidades de direito privado, mas têm caráter público, pois representam muito para a vida das pessoas. Não são baiucas de negócios, nem deveriam ser. O mais novo perrengue administrativo envolve o Santos, cujo presidente, José Carlos Peres, está ameaçado de impeachment ao ter as contas (de 2018) reprovadas pelo conselho fiscal peixeiro.

Um dos rolos mais graves envolve o pagamento de comissões a agentes de atletas. Caso essa moda pegue, logo haverá um turbilhão de impedimentos de presidentes por todo o Brasil, pois quase todos os grandes clubes gratificam empresários numa relação que quase nunca é transparente.

O interessante é que o presente processo no Santos acaba desnudando a relação promíscua entre clubes e empresários. Peres se defende com um argumento maneiroso: enquanto o Santos gastou “apenas” R$ 6,7 milhões, os rivais pagaram comissões ainda mais robustas.

O Corinthians teria pago R$ 34,5 milhões em 2019. O Palmeiras desembolsou R$ 32 milhões. O São Paulo foi o mais modesto, pagando R$ 25 milhões. O fato é que há muito dinheiro graúdo circulando entre pessoas que jamais chutaram uma bola. O sábio Paulinho da Viola já avisava, há uns 40 anos, que dinheiro na mão é vendaval.

Direto do Twitter

“Vasco e Flamengo são mais que uma paixão carioca; representam um amor nacional, ligação desde o início com o povo, com o negro que teve ali a porta aberta para o esporte. Essa é a essência desses gigantes, hoje achincalhada por dirigentes que fingem não ver a morte desse mesmo povo”. Roby Porto, jornalista e locutor esportivo

“Cancelaram as Olimpíadas, mas com certeza o mundo precisa de Flamengo x Bangu pelo Carioca na quinta-feira”. João Victor Medeiros, jornalista

“Retrato de um Brasil desumano, em que pessoas não passam de números irrelevantes: Prefeitura, Ferj e times preveem jogos no Maracanã, ao lado de um hospital de campanha. Ou seja, em campo jogadores lutando por uma bola, enquanto gente luta por ar e tenta viver”. Antero Greco, jornalista 

Anote este nome: Ansu Fati. Ainda vamos falar muito nele

O Manchester United ofereceu a fábula de 150 milhões de euros (cerca de R$ 875 milhões) por Ansu Fati. O Barcelona recusou. A informação é do jornal The Times. O United aumentou a oferta pelo jogador de 17 anos após tentativa inicial de 100 milhões de euros (R$ 580 milhões) também ter sido rejeitada. O Barça reafirmou que Fati é inegociável e só sai por 170 milhões de euros (R$ 990 milhões), valor da multa rescisória.

Além do United, Juventus e Borussia Dortmund também mostram interesse no atacante nascido na Guiné-Bissau, autor de cinco gols em 24 jogos na temporada. Chama atenção o valor estonteante das ofertas. Vi Fati em ação ontem contra o Leganés. Fez gol, mostrou habilidade e boa noção de posicionamento. Leva jeito.

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui