Respirando aliviado e feliz da vida pela vitória de seu time, o técnico do Paysandu, Hélio dos Anjos, chegou à sala de imprensa do Mangueirão bem mais leve, parecendo caminhar em nuvens. E nem poderia ser de outra forma, afinal o treinador manteve, ontem, o tabu não de não perder Re-Pa e, melhor, viu sua equipe acabar definitivamente com a zica que vinha incomodando a ele, aos jogadores e, sobretudo, ao torcedor. Mas, segundo o comandante do Papão, a semana de preparação do grupo foi das mais complicadas por conta de fatores externos.

“Foi uma semana conturbada externamente. Inventaram situações de jogadores meus na noite, situações de jantar, demissão de pessoas, demissão de companheiros”, revelou. “Felizmente tive o apoio da direção, do presidente (Ricardo Gluck Paul)”, prosseguiu o técnico. Falando sobre a importância do resultado para o Papão, o treinador observou: “O campeonato está totalmente em aberto e foi isso que eu coloquei para os meus jogadores e isso aconteceu”, comentou Hélio.

O treinador procurou valorizar a vitória, levando em conta a força do adversário, que até antes do Re-Pa ocupava a liderança do Grupo B da Série C. “Enfrentamos uma equipe que está num ponto de conjunto maior e melhor do que o nosso”, comparou. “Isso me dá uma satisfação muito grande. O brilhantismo do Remo fez a gente jogar a melhor partida desde que eu cheguei”, argumentou o comandante. Na visão de Hélio, o Papão fez a sua melhor apresentação sob o comando dele.


“Foi uma das melhores partidas do Paysandu, pelas informações que eu tenho, na temporada”, disse. Ele ressaltou o fato de o Papão ter entrado em campo sem uma referência de área. “Os grandes times que eu fiz na minha vida não foram com centroavante fixo. Foram times com flutuação”, ressaltou o técnico, que chegou ao seu terceiro Re-Pa sem derrota. Antes, ele venceu dois quando dirigia o Leão e o de ontem, agora do outro lado da Almirante Barroso.

Receita: ‘Mente fria e coração quente’

“Pra ganhar clássico é preciso ter mente fria e coração quente.” A afirmação foi feita no calor da vitória bicolor pelo volante Caíque Oliveira, na saída de campo, ontem, no Mangueirão. O jogador foi além e revelou pequena parte do teor da preleção do técnico Hélio dos Anjos aos jogadores bicolores. “Vou usar uma frase que o professor Hélio usou em nossa preleção – ‘clássico não se fala, clássico se joga e se ganha’”, lembrou o jogador, que apontou um novo momento para o Papão no campeonato, também usando palavras do treinador.

“Como o professor Hélio frisou, hoje começa a Série C pra gente”, comentou Caíque.

O zagueiro Perema, que arrancou elogios do técnico, falou sobre as dificuldades encontradas pelo Papão para superar o principal rival. “A gente sabia que seria um jogo difícil. A equipe do Remo é uma equipe qualificada, mas em se tratando de clássico, as coisas ficam equilibradas”, disse. Sobre a superação da fase ruim que vinha sendo enfrentada pelo Papão, que não vencia há oito jogos, sendo seis deles pela Série C, Perema comentou: “Sabíamos que uma hora essa situação iria passar”, declarou.

O meio-campista Thiago Primão foi outro que se manifestou na saída de campo. “Em alguns momentos as coisas não dão certo, mas nunca deixamos de lutar”, afirmou. “Essa vitória é importante não só pra nós jogadores, mas para todas as pessoas que trabalham no dia a dia e, principalmente, a torcida que vem nos apoiando”, completou. Por sua vez, o atacante Elielton, que acabou sendo substituído, falou sobre a sua saúda de campo. “Foi um pouco de câimbra, mas sei que dei o meu máximo”, informou.

(Nildo Lima/Diário do Pará)

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