A partir de um chamado dos clubes, a Federação Paraense de Futebol (FPF) confirmou para hoje, às 16h, a realização de um conselho técnico extraordinário para tratar do Campeonato Paraense, paralisado há duas semanas por conta da pandemia de Covid-19. Por conta da impossibilidade de reuniões com dez ou mais pessoas, o CT será feito por videoconferência. Entre as alternativas que devem estar em pauta na reunião estão o adiamento da competição, a sua realização ao longo do Campeonato Brasileiro e até um possível encerramento da competição.

Cancelada reunião que iria decidir o futuro do Campeonato Paraense

O conselho técnico esteve ameaçado de não acontecer durante o dia de ontem. A FPF chegou a emitir nota dando conta de um adiamento, mas voltou atrás após a pressão dos clubes. Muitos representantes de times do interior já tinham vindo a Belém e não aceitaram uma nova data. O adiamento, segundo a entidade, se daria em obediência à prorrogação do decreto governamental que ampliou em mais dez dias o isolamento social no estado.

O Parazão 2020 segue paralisado desde o dia 19 de março, devido a pandemia de Covid-19. A maioria dos clubes, por caminhos diferentes, já analisam como quase inevitável o fim do estadual. Entre as propostas dos clubes, estão desde a manutenção do resultado atual para a definição das vagas nas competições nacionais do ano que vem, uma divisão igualitária do prêmio de R$532 mil, o não rebaixamento de nenhum clube, entre outras. Algo que é praticamente consenso, com exceção do Paysandu, é a possibilidade do clube bicolor ser indicado o campeão estadual por ser o atual líder do estadual.


Quanto às datas para um possível retorno do Parazão, uma das possibilidades é a dos jogos serem disputados nas datas destinadas à Copa do Brasil, já que todos os clubes paraenses não estão mais na disputa.

Antes da suspensão da reunião, o presidente bicolor, Ricardo Gluck Paul, preferiu não adiantar detalhes, apenas confirmou que pelo clube o Parazão terminaria logo. Já as definições disso ainda são incertas. “O campeonato não tem como continuar. Estamos construindo propostas”, informou o dirigente. Fábio Bentes, presidente do Remo, defendeu um entendimento geral. “O importante é que o definido seja satisfatório para todas as partes, sem que pese mais para um lado em detrimento a outro”.

Até a paralisação, o Parazão havia tido oito rodadas, faltando duas para o fim da primeira fase. O Paysandu lidera com 19 pontos e é o único já classificado para a semifinal. Clube do Remo (17), Castanhal (14) e Paragominas (13) formam, nessa ordem, o grupo dos quatro primeiros e que se garantem na continuidade da competição. Águia (11), Independente (10) e Bragantino (10) ainda possuem chance de classificação à próxima fase. Tapajós (8) e Itupiranga (8) lutam contra o rebaixamento. Último colocado com dois pontos, o Carajás já caiu para a segunda divisão.

E MAIS…

– Em entrevistas recentes, alguns técnicos de clubes do Campeonato Paraense mostraram-se reticentes ao comentar sobre a possibilidade de retorno do Parazão. “Quanto ao campeonato, é lógico que eu quero que ele termine em campo. Faltam duas rodadas para a primeira fase, mas acho que as quatro vagas já estão definidas para Paysandu, Remo, Castanhal e Paragominas. Espero que isso aconteça, mas acima de tudo que se pense na saúde e que esse vírus não se espalhe mais”, comentou Artur Oliveira, comandante do Castanhal.

– Em vídeo divulgado na semana passada pelo Clube do Remo, Mazola Júnior afirmou que ainda é cedo para qualquer prognóstico sobre as competições. “Em relação à continuidade dos campeonatos estaduais ou do início do Brasileiro, acho que é muito prematuro pra gente se pronunciar em relação a isso. Vamos ver qual vai ser a melhor saída que os clubes, as federações e a própria CBF vão determinar. Acho que é muito cedo pra qualquer tipo de imposição nesse sentido”.

– Já o comandante do Tapajós, Matheus Lima, salientou que o pico da pandemia de Covid-19 ainda não aconteceu no Brasil, o que pode dificultar tudo mais ainda. “Diante da crise do novo coronavírus acho difícil o campeonato voltar. Nem tem mais clima para isso. Acho que teremos que pensar primeiramente na saúde das pessoas. É uma tristeza, pois o Tapajós vinha se recuperando e pensávamos na classificação. Mas o pico dessa pandemia ainda nem chegou e isso pode atrapalhar demais aos clubes, que teriam que pagar os atletas por mais tempo”.

 (DOL)

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