Para confirmar a evolução

O desafio do Remo neste sábado (19h) é mostrar contra o Jacuipense que a evolução está em marcha e o novo sistema é plenamente confiável. As vitórias sobre Manaus e PSC, ambas já sob o comando de Paulo Bonamigo, deixaram boa impressão. O time deixou de lado o conservadorismo defensivo e passou a ser ousado e ofensivamente forte. Com 16 pontos e na terceira posição do grupo A, marcar três pontos é fundamental para os planos de classificação.

A torcida apoia, entusiasmada, o novo momento da equipe na Série C. Antes, mesmo quando vencia, ficava a sensação de desconforto com o esquema utilizado. O Remo era sempre muito pressionado, passava o jogo dando sustos no torcedor. Mazola preferiu o pragmatismo, conceito que significa ter a defesa como prioridade máxima.

Bonamigo não prega atacar irresponsavelmente. A defesa continua um ponto importante e confiável do time, com apenas sete gols sofridos. A diferença é que agora há uma preocupação em explorar mais o potencial ofensivo dos jogadores. O predomínio parece perder espaço para a movimentação de meias e atacantes.

No confronto de hoje, o Remo tentará se impor a um adversário que se mostra regular (tem 10 pontos e um jogo a menos) e bem armado. Estava invicto há seis jogos até o confronto da 9ª rodada com o Vila Nova, quando foi derrotado em Salvador.

Danilo Rios e Rafael Bastos, que já jogou no Remo, são os organizadores, com a missão de municiar os atacantes Tiaguinho e Dinei. Na abertura do campeonato, o Leão triunfou por 2 a 1 em Riachão do Jacuípe, mas sofreu com as manobras do time baiano, principalmente pelas beiradas. Em resumo: é um adversário perigoso, que merece toda atenção.


Na sexta-feira, surgiu a informação de que Eduardo Ramos teria testado positivo para covid-19. O clube não confirmou e o departamento médico deixou para sábado a definição sobre o jogador. Se não puder jogar, ER será substituído provavelmente pelo novato Eron, com Tcharlles (que volta ao time) e Hélio Borges completando o ataque.

O meio-de-campo tem Carlos Alberto como organizador, com rendimento crescente sob a direção de Bonamigo. Lucas Siqueira e Charles são os volantes. A zaga deve ter o retorno de Jansen e Fredson, com Ricardo Luz e Marlon nas laterais.

Evitar as indecisões e falhas de finalização vistas no jogo contra o Manaus, que terminou dramático apesar do triunfo, é a principal tarefa da equipe. De todo modo, o bom aproveitamento de chances no clássico diante do PSC indica que os treinos de fundamentos deram resultado.

Papão encara o Santa tentando quebrar escrita do Círio

A cábula é antiga. Há 26 anos, nenhum clube paraense conseguiu vencer em competições nacionais no dia do Círio de Nazaré. A última vitória foi obtida pelo Remo sobre o Náutico, no Recife, pelo Campeonato Brasileiro, em 1994. A curiosa e incômoda escrita será novamente desafiada neste domingo pelo PSC, que, por coincidência, jogará na capital pernambucana contra o Santa Cruz, pela 10ª rodada da Série C.

Com poucas mudanças em relação ao time que enfrentou o Remo, o técnico Matheus Costa deve manter o esquema 4-3-3, embora com mais força na marcação. Serginho e Wellington são os volantes. Luiz Felipe e Alex Maranhão são as opções para a meia. O ataque deve ser mantido com Uilliam, Nicolas e Vinícius Leite.

A boa atuação de Elielton nos minutos finais do Re-Pa não deve lhe garantir a recuperação de um lugar no time titular. É mais provável que fique como arma para fortalecer o ataque na etapa final. É a mesma situação dos laterais Diego Matos e Netinho, que normalmente entram para injetar sangue novo, com bom rendimento.

O revés no clássico sai de cena para dar espaço ao otimismo em relação ao confronto com o líder do grupo, na capital pernambucana, domingo à noite. Foi à base de organização e jogo compactado que o PSC realizou sua melhor partida na competição, fora de casa, diante do Ferroviário, em Fortaleza. A meta é repetir aquela atuação.

Bola na Torre

Guilherme Guerreiro comanda o programa, a partir das 22h deste domingo, na RBATV. Em destaque, a rodada da Série C. Participações de Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Edição e direção de Toninho Costa.

Seleção sofre os efeitos da impopularidade de Tite

Por força da impressão antecipada da edição especial do Círio, a coluna fechou antes do final do jogo Brasil x Bolívia, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, o que não permite que faça aqui um comentário sobre o que rolou em campo. Vou me ater ao que houve nos últimos dias.

Poucas vezes percebi o torcedor tão desinteressado em relação á Seleção Brasileira. Um clima do mais completo tédio. Até mesmo o noticiário dos treinos, que antes despertavam atenção, agora se tornou tão banal que foi preciso criar um clima de suspense sobre a escalação de Neymar.

Todo mundo sabia que o camisa 10 estaria em campo, mas a comissão técnica fez o joguinho da dúvida sobre o estado atlético do jogador. Intencional ou não, esse tipo de situação só acentua o grau de distanciamento entre torcida e Seleção.

Não é uma tese científica, mas desconfio seriamente de que a permanência de Tite no comando técnico é o principal motivo do desgaste da relação. Após a pífia campanha brasileira na Copa da Rússia, a CBF decidiu mantê-lo na função. Com ele, continuaram as entrevistas modorrentas e cheias de maneirismos.

Conheço gente que simplesmente não suporta mais a figura do treinador, desgastado tanto pelo jogo quadradão do escrete quanto pela linguagem exageradamente rebuscada e professoral. A antipatia em torno de Neymar também não ajuda a atrair torcida. Talvez atraia até torcida contra. E assim começamos a disputa do Mundial 2022.

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