Uma das grandes visitas na edição 2017 das Paralímpiadas Escolares foi a da ex-atleta Lais Souza. Ela esteve no Centro Paralímpico e bateu um bate-papo com a reportagem do DOL que está lado a lado da delegação paraense na competição.

Lais passou por uma grande comoção nacional, após ficar entre a vida e a morte depois de sofrer um acidente em treinamento de esqui aéreo, nos Estados Unidos. A atleta sofreu uma torção na coluna cervical que comprometeu parte dos movimentos dos membros superiores e inferiores. Perto de uma criançada sedenta por uma foto ou palavra de incentivo, a troca de experiência renovou as esperanças de ídolo e fãs.

“Experiência muito importante estar participando disso, vendo a garra deles. Me dá forças. Hoje não sou atleta. Pretendo, não sei, futuramente. Estou com os dias cheios e com outros objetivos. Só de ver eles competindo me traz muitas lembranças do que fui na ginástica e no esqui. Às vezes, a pessoa não se mexe, não respira sozinho, não se alimenta sozinho, mas está feliz com a competição e com o que está acontecendo. Percebo que a minha deficiência não é nada perto de alguns. É exemplo. Tem que dar valor”, contou.


Apesar de ser considerado o maior evento estudantil Paralímpico do mundo, Souza pediu para que todos olhem com mais carinho para essas pessoas. Segundo ela, o que é oferecido ainda não é suficiente para atender a todos.

“Acho que ainda falta muita ajuda e muita atenção para essa galera. É se mostrando, continuar treinando firme, que a gente vai conseguir conquistar um espaço maior”, reforçou.

Além de esquiadora, Lais Souza fez parte da seleção brasileiro de ginástica artística, participando dos Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004, e Pequim, 2008. O futuro da moça, porém, não deve ser em competições, mas ajudando fora das pistas, quadras e campos.

“Não sei se em algum momento eu vou voltar para o esporte. Meu plano futuro é poder ajudar essa galera, que, querendo ou não é o meu mundo agora, mundo de cadeira de rodas. Tenho vontade de abrir um instituto ou clínica. Continuar pegando firme na faculdade. Não sei, quem sabe trabalhar no ramo de esporte também, deixar a galera louca, com uma psicóloga louca”, finalizou.

Os Jogos Paralímpicos Escolares acontecem em São Paulo e vão até sexta-feira (24). O DOL acompanha tudo é levará o melhor da competição e do desempenho paraense.

(Por Felipe Saraiva. Enviado especial aos Jogos Paralímpicos Escolares)

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