Foto: Sandra Lima e Ariel Lima

Com a proximidade do Natal e da Black Friday, muitas lojas de Belém já começam a decorar os espaços com itens temáticos, despertando a atenção dos consumidores que desejam presentear no final de ano. Contudo, independentemente de serem lembrancinhas ou presentes, e levando em consideração o atual cenário econômico, o importante é se planejar, de acordo com a educadora financeira Ana Ferrari. “É um momento que requer atenção. Devido a pandemia, saímos de uma situação e estamos em outro patamar, principalmente por causa da vacinação em andamento, porém, as pessoas vão querer manter a tradição de presentear, mas é preciso agir com cautela. Para isso, é importante se planejar, verificar o salário líquido, as entradas de receitas, as despesas e ver quais as prioridades”.

Nesse sentido, ela orienta para a eliminação ou a substituição de consumo. Por exemplo, substituir marcas de produtos por outros mais em conta, fazer mudanças no estilo de vida e reduzir despesas dentro de casa, para assim, conseguir poupar dinheiro. “Em muitas famílias, o provedor é o pai ou mãe. Porém, apesar de ter um provedor financeiro, os filhos também são, no sentido de ajudar a economizar e evitar desperdícios na família”, diz. “No cenário atual é necessário fazer esta economia de desperdício e se organizar, utilizando ferramentas como aplicativos de celulares, planilhas ou mesmo um caderno de anotações”.


Com a proximidade do pagamento da primeira parcela do 13º salário, previsto para o final de novembro, a tendência é que muitos consumidores utilizem o benefício para as compras, contudo, Ana orienta para que seja estipulado um cálculo de despesas. “A primeira parcela corresponde a 50% ou 60% do salário. Se for 50%, o consumidor pode separar 25% para guardar, e os outros 25% para fazer as compras. Com o pagamento da segunda parcela do 13º, em dezembro, o consumidor pode direcionar metade para a ceia e guardar a outra parte ou investir em ações, renda fixa, etc.”.

E na dúvida entre dar lembrancinhas ou presentear com algo maior, Ana diz que, primeiramente, deve-se avaliar a condição financeira. “Se o consumidor está mais confortável de reserva financeira e tem um valor guardado pode se dar ao luxo de presentear as pessoas com algo mais caro. Mas deve levar em conta também o tamanho da família e as pessoas que deseja presentear. Porém, se está com endividamento, deve focar na dívida, poupar e depois investir”.

No centro comercial de Belém, a autônoma Jane Almeida, 29 anos, disse que, embora entenda que a situação financeira não esteja boa e que deve economizar, não vai deixar que as festas de fim de ano passem em branco. “É importante estar com a família e celebrar que estamos com saúde. Tenho criança em casa e sei que os brinquedos, por exemplo, são bastante caros. Por isso já estou guardando um dinheiro e tentando gastar menos”. Compartilhando da mesma ideia, a cuidadora de idosos Joani Conceição, 24, contou que já está poupando. “A situação financeira está difícil, mas estou guardando um dinheirinho para quando chegar perto do Natal e conseguir comprar tudo aquilo que eu quero e, principalmente, presentear meu filho, minha mãe e meus irmãos. Meu filho tem oito anos, sabemos que criança gosta de brinquedo e tudo está caro. Ele quer um carrinho de controle remoto e estou economizando para ver se consigo comprar para ele”.

Moradora da Ilha das Onças, no município de Barcarena, a doméstica Sandra Lima, 38 anos, que estava com o filho Ariel Lima, de 24, disse que é importante fazer um planejamento desde cedo, já que próximo do fim do ano os produtos ficam mais caros. “Realmente, temos que procurar economizar um pouco, porque as coisas não estão fáceis”.

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