Em seu segundo dia de trabalho no campo com os atletas do Remo, Oliveira Canindé já começa a esboçar uma equipe para o jogo contra o Botafogo-PB, na próxima segunda-feira. Após algumas atividades de fundamentos, e situações de ataque contra defesa, na última quarta-feira, o treinador aproveitou o feriado para fazer um mini coletivo, de campo reduzido, e sinalizou duas mudanças no time titular em relação ao time que vinha jogando em outros jogos – a entrada de Jayme no lugar de Mikael e João Paulo no lugar de Labarthe.

Fiel à sua promessa, que era de não mexer muito de cara – enquanto ainda conhecia o grupo –, Canindé começou o treino no mesmo sistema 4-4-2 que o Remo começou o jogo contra o CSA-AL, com a entrada de João Paulo na cabeça de área ao lado de Tsunami. Após algum tempo, no entanto, o treinador sacou o meia Mikael e colocou na equipe titular o polivalente Jayme, que atua como meia, atacante e até mesmo lateral.

Principal articulador do meio-campo azulino, o meia Eduardo Ramos citou poucas mudanças, para si, com a troca dos meias. “O João Paulo dá um pouco mais de pegada lá atrás, já o Jayme é mais agressivo, trabalha mais a bola. Pra mim, da minha posição no meio-campo, não muda tanta coisa assim entre ele e o Mikael. Acredito que no momento a preocupação maior é mais assimilar o que o treinador quer e o método de trabalhar dele, porque é diferente do antigo professor”, avaliou o meia.


Se o time titular não teve tantas novidades assim, é curioso avaliar como o time reserva apresentou alguns nomes pouco cotados no Baenão. Os quase dispensados Nano Krieger e Ronny voltaram a ser testados. Recém-retornados de lesão, Bruno Costa e Daniel Damião também treinaram normalmente e Pimentinha, aguardando inscrição no BID, jogou no ataque.

Extracampo à parte, trabalho vai ser em ritmo acelerado

Assumir o posto de um profissional que não chegou a completar um mês à frente do seu trabalho é uma situação delicada. O trabalho de preparação física exige tempo. Para conhecer a condição física de cada atleta, o clima da região, para colher os primeiros resultados. Por tudo isso, os três dias de Roberto Farias Figueredo à frente da preparação física azulina, assumindo o posto que Walter Grassmann comandou por 17 dias, têm sido de reuniões e pesquisa para descobrir as condições atuais do elenco azulino. Apesar do pouco tempo, Roberto diz que tem a sensação que um bom trabalho vem sendo desenvolvido dentro do clube.

“A preparação física foi muito contestada nesse primeiro semestre. Mas apesar da sequência de lesões que o time passou no começo, no momento o DM só tem um jogador se recuperando, que é o Henrique, por conta de uma torção no tornozelo. Se as condições não eram boas acredito que foram ajustadas”, comenta Roberto.

Sobre o fato de alguns jogadores, já nesse Brasileiro, chegarem e partirem para o jogo com poucos treinos, ele comenta que o desgaste era inevitável nessa situação. Um desgaste muito polêmico, no entanto, ele afirma que não entra no seu rol de preocupações – que é o comportamento extracampo dos jogadores. Roberto diz conhecer a fama que cerca alguns atletas azulinos, como o artilheiro Edgar. “Esse em específico foi até atleta nosso, no Sampaio Corrêa. Acho que na vida extracampo do atleta ele fica à vontade para fazer o que quiser, desde que não se prejudique no trabalho. A intensidade do nosso treino é sempre lá em cima”, comenta Roberto.

Sem falso moralismo, Roberto afirma que o jogador precisa ser consciente sobre seus limites e o quanto vai prejudicar os treinos (e com isso o grupo) quando não se preserva. “É claro, se for um jogador com mais idade, vindo de algum problema físico ou algo assim, a gente faz uma atividade diferente, tem que levar em conta isso, mas um jogador em plenas condições não vai ser ‘aliviado’. E, se não se cuidar bem, o trabalho vai apontar isso e ele vai se prejudicar e perder espaço”, define.

(Taion Almeida/Diário do Pará)

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