No dia 10 de novembro do ano passado, o Clube do Remo conheceu a sua nova equipe de diretores, tendo Fábio Bentes como presidente da agremiação. Naquele momento, a torcida vislumbrou um futuro melhor, em virtude do plano de gestão prometido. Mas, passados dois meses à frente da instituição, os atuais dirigentes encontram uma série de empecilhos para cumprir os compromissos, seja por herança dos antigos cartolas ou de acasos paralelos.
E o pior de tudo é que os perrengues estão por toda a parte: indefinição da estreia no Campeonato Paraense; falta de estádio; bloqueio de receitas; incerteza da participação em torneio; ação na Justiça do Trabalho etc. Como um problema se junta ao outro; a administração precisará fazer o impossível para contornar as adversidades logo no começo do mandato.
Sem chances de atuar neste mês no estádio Mangueirão, após declaração do próprio secretário de Estado de Esporte e Lazer, Arlindo Silva, que já confirmou a que a praça esportiva só deve ser liberada para eventos em fevereiro – a entrega dos laudos oficiais pelo Corpo de Bombeiros deverá ocorrer na sexta-feira (18)-, e sem alternativa viável em Belém, a tendência é que o Remo vá para outra cidade abrigar seus jogos como mandante, algo que ainda não foi aceito por Fábio Bentes. Vale lembrar que o Estádio Olímpico está interditado por problemas estruturais que resultaram na queda de parte do reboco do teto nas arquibancadas.
Com a indicação da Federação Paraense de Futebol (FPF) para que os azulinos atuem duas rodadas seguidas como visitante, o presidente do Remo acredita que a agremiação será extremamente prejudicada financeiramente e tecnicamente em campo.
A erveira Beth Cheirosinha já foi chamada em 2013 para dar um banho de descarrego no Baenão. (Foto: Mário Quadros/Arquivo)
RECEITA EM RISCO
A prorrogação das partidas na capital, consequentemente, reduz a receita remista, que depende majoritariamente dos lucros das bilheterias. A depender do local escolhido, o clube poderá sentir um impacto superior a 60% de arrecadação. Como o Leão está com a cota de patrocínios e parceiros bloqueada pela justiça, a situação só se agrava.
“Começamos a vender (ingresso) porque o Mangueirão estava liberado. Foi uma fatalidade, mas acho que precisa ser encontrada uma saída para o clube não ser prejudicado, uma compensação financeira ou liberação parcial, que é um caminho viável”, apontou Fábio Bentes.
(Matheus Miranda/Diário do Pará)