Longe dos holofotes do Campeonato Brasileiro, que o clube disputou pela última vez em 2007, a Tuna Luso voltará a participar da competição, como um dos representantes do Pará na Série D. Na última vez em que a Lusa esteve em ação na disputa nacional, foi a 14ª colocada entre os 64 clubes da Série C de 2007. Mesmo com a equipe envolvida na fase semifinal do Parazão, a diretoria alviverde já trata, nos bastidores, da montagem do elenco para encarar o Nacional. Os cruzmaltinos, segundo o diretor Vinícius Pacheco, entrarão na Série D mirando o retorno à Terceirona, em que pese o time já ter vaga na D de 2023.

A volta da Lusa ao Brasileiro representa um marco na história do clube, que ganhou o direito de participar da Série D por ter sido vice-campeã do Estadual do ano passado. A campanha da equipe no Parazão passado também rendeu a participação cruzmaltina na Copa do Brasil deste ano, competição em que foi eliminada pelo Ceará-CE, na segunda fase. O torneio rendeu a agremiação pouco mais de R$ 1 milhão. Parte do valor está sendo usado para manter a folha do elenco em dia, uma forma de incentivar os atuais atletas a permanecer no clube e motivar a vinda de outros para o Brasileiro.

“É importante ter o pagamento em dia para mostrar a boa imagem do clube”, afirma o diretor de futebol Vinícius Pacheco, que, hoje, dá as cartas no departamento da Lusa. A priori, o elenco tunante é formado por 32 atletas. Não deve mudar muito, conforme informou Pacheco. O clube pretende fazer contratações pontuais dentro e fora do futebol local. Mas, ainda de acordo com o dirigente, a direção alviverde seguirá dando prioridade aos atletas regionais e, também, à garotada da base do próprio clube.

A presença alviverde na Série D é algo inédito na história da Tuna, que tem tradição no Brasileiro, já tendo disputado todas as demais Séries do campeonato – A, B e C. O clube tem em sua galeria de conquistas as taças de campeão da Série B de 1985, na época chamada de Taça de Prata, e da Série C de 1992. Escudada por estas duas conquistas e as 24 participações no Brasileiro, somadas todas as Séries, a Lusa promete voltar com força na Série D, fazendo uma estreia para ficar marcada na história da competição e do clube.

E MAIS…

* Nem mais, nem menos. A diretoria da Tuna Luso não pretende extrapolar e nem reduzir o valor da folha de pagamento de seu elenco para a inédita participação do time na Série D do Brasileiro. De acordo com o diretor Vinícius Pacheco, o comando tunante, tendo à frente a presidente Graciete Maués, hoje na presidência da Federação Paraense de Futebol (FPF), interinamente, seguirá trabalhando com os pés no chão, dentro das limitações financeiras da agremiação. “Não podemos onerar as finanças do clube para não termos problema de pagamento”, justifica o dirigente.


* A folha do clube, hoje, gira em torno de R$150 mil. “Esse valor é até mais baixo em relação ao do ano passado. Vem dando certo, então não há razão para mudar. O clube está saneado financeiramente e dentro de campo o time vem dando uma boa resposta”, argumenta Pacheco. Ele ressalta que, além disso, a Série D não proporciona grandes rendimentos, diferente, por exemplo, das Séries superiores e da Copa do Brasil. Levando em conta os argumentos que apresenta, Pacheco informa que a ideia da diretoria é manter o máximo de atletas do atual elenco.

* “Evidente que vamos fazer algumas contratações, mas a campanha do time no Estadual é que nos mostrará quais as necessidades do elenco”, explica o diretor. “Já observamos alguns atletas que disputaram as fases anteriores do Parazão (classificatória e quartas de final) e temos uma lista de atletas que de repente podem estar com a gente no Brasileiro”, revela Pacheco. “Outros a gente pretende importar, mas em número bem menor, como fizemos na montagem do grupo que vem disputando o Campeonato Paraense”, explica Pacheco.

EMERSON ALMEIDA VAI FICAR PARA A SÉRIE D

A convincente participação do time no Parazão, no qual a Tuna Luso pode chegar ao título de campeã, quebrando um tabu que já dura 34 anos, deve fazer com que o técnico Emerson Almeida seja mantido no comando da equipe para a Série D do Campeonato Brasileiro. Na avaliação do diretor de futebol Vinícius Pacheco, “o treinador vem fazendo um excelente trabalho” e a tendência é que ele continue no comando da equipe, independente de a Lusa chegar ou não ao título estadual. “No que depender de mim, o Emerson continua com a gente”, antecipa o dirigente.

 











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Almeida faz sua estreia no comando de um dos grandes clubes da capital, tendo antes sido auxiliar-técnico do treinador Robson Melo, que levou a Lusa ao título da Série B local de 2020 e ao vice-campeonato estadual do ano passado. Após a saída de Melo do clube, Almeida assumiu o comando tunante, dirigindo antes equipes da chamada Segunda Divisão local. O treinador e Pacheco foram os grandes responsáveis pela montagem do atual elenco do clube, que conta com alguns poucos atletas importados e que estão dando certo, caso, por exemplo, do goleiro Victor Lube, um dos principais destaques da equipe.

Como ainda não tem a total certeza de que continuará na direção da Lusa no Brasileiro, Almeida só deve se manifestar publicamente sobre a montagem do elenco para a Série D após o encerramento do Parazão. Mas, como o entendimento entre ele e o diretor Pacheco é dos melhores, a tendência é que, ficando, Almeida venha a indicar alguns poucos jogadores para fortalecer o elenco que comanda. A prioridade, como já foi informado por Pacheco, é por jogadores locais.

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