Ao longo de seis horas de programa, das 15h às 21h, a Rádio Clube premiou ontem a torcida paraense com uma edição primorosa dos “Jogos Memoráveis”, dedicada a tributar o Re-Pa. Uma homenagem à altura, afinal são 106 anos de história, enchendo estádios e mobilizando a paixão de todo um povo. É o maior confronto futebolístico da Amazônia, duelo mais disputado no mundo e um dos clássicos nacionais mais importantes.

Com produção esmerada, coordenação de Guilherme Guerreiro e apresentação de Giuseppe Tommaso, o programa reviveu momentos emblemáticos, como o 7 a 0 e partidas do tabu de 33 de jogos. Personagens da saga construída pelos dois clubes também marcaram presença, com depoimentos emocionados e ricos em detalhes.

Para falar sobre o clássico, radialistas e jornalistas até de fora do Pará marcaram presença, como Bruno Formiga (do Esporte Interativo), que observou um fato curioso: apenas o Gre-Nal, além do Re-Pa, tem por característica uma vinculação direta com o torcedor. No Rio Grande do Sul, como no Pará, a torcida sabe de cor o número de vitórias e as principais façanhas sobre o maior rival.

Formiga elogiou também a combinação perfeita de cores entre as duas camisas antagônicas: o azul marinho do Leão contra o azul celeste do Papão. Nós, que vivenciamos esse embate desde a mais tenra idade, nem atentamos muito para esse detalhe.

Dei meus pitacos também, obviamente. Instado a mencionar um clássico memorável dentre tantos que acompanhei, não consegui citar um apenas. Tenho muito viva a lembrança do embate decisivo de 1971, quando o PSC derrotou o Remo de virada, por 3 a 2. Moreira fez o gol decisivo nos instantes finais da prorrogação.

Foi um clássico dramático e vibrante, com nomes ilustres em campo. Alcino, Dico, Jorge Costa, João Tavares, Benê, Neves e Robilota, além de Arnaldo César Coelho no apito, como também por ter descambado em pinimba judicial que só seria sanada em 1972, quando o PSC abriu mão do então iniciante Bira para que o Remo desistisse da ação. Troca que se mostraria altamente lucrativa para o Leão.


Meu outro Re-Pa inesquecível, escolhido entre tantos que acompanhei e tive o privilégio de cobrir como jornalista, foi a goleada azulina de 4 a 0 (25º jogo do tabu de 33 jogos) em 1996, com três gols de Ageu e um golaço de Rogério Belém chutando de fora da área.

O programa teve o cuidado de resgatar figuras icônicas dos dois lados, como Chico Espina, Dario, Bira e Luís Miller, que marcaram época como artilheiros e que se tornaram muito estimados pelas duas nações. Além do craque Pagani, o mais clássico defensor que vi jogar, até mais que Belterra. Saía driblando, jogava como um lorde, sem sujar o calção.

A Rádio Clube fez uma declaração de amor ao principal dérbi do Norte. Pelo conteúdo jornalístico de primeira, riqueza de depoimentos e narrações, o programa deve ser guardado e mostrado às novas gerações. Vida longa ao Re-Pa!, disse Guerreiro no encerramento, frase que abre a coluna.

Combater o racismo é prioridade, dentro e fora de campo

Um brasileiro mostrou ontem que o futebol não pode se omitir na atual temporada de protestos contra o flagelo representado pelo racismo no mundo. O lateral Marcelo comemorou seu gol para o Real Madrid diante do Eibar com um gesto que já se tornou clássico nas gigantescas manifestações após a morte de George Floyd, assassinado pela polícia norte-americana.

Em meio à comemoração pelo gol, Marcelo se ajoelhou e ergueu o braço de punho cerrado, repetindo a simbologia do movimento negro. O lateral brasileiro mostrou engajamento e consciência social.

O Real voltou a campo e resolveu seus problemas logo no primeiro tempo, no estádio Alfredo Di Stéfano (o Bernabéu está em obras). Kroos, Sergio Ramos e Marcelo marcaram para o time merengue e Pedro Bigas diminuiu. O gol de Marcelo foi um disparo forte da entrada da área.

Interessante no retorno do Real foi a moral que Zinedine Zidane deu aos brasileiros do elenco. Utilizou como titulares Marcelo, Casemiro e Rodrygo. No 2º tempo, Militão substituiu Sergio Ramos e Vinícius Jr. entrou no lugar de Hazard.

Keno, que despontou no Águia, agora é sonho do Galo

O Atlético-MG de Jorge Sampaoli não está economizando na busca por reforços e a bola da vez é o atacante Keno, ex-Palmeiras, que hoje defende o Pyramids, do Egito. Tendo Alexandre Mattos como homem-forte do futebol, o Galo não está para brincadeiras.

Foi Mattos o responsável pela ida de Keno para o Palmeiras e, posteriormente, cuidou de sua negociação com os egípcios. O Atlético já fez uma proposta oficial pelo atacante, no valor de R$ 17 milhões.

E pensar que Keno passou por aqui em 21013 trazido por João Galvão para o Águia de Marabá, mas passou meio em brancas nuvens. Coisas do mundo da bola.

Direto do blog

“Gerson, assisti bem recente uma entrevista do Canhotinha ao Bial. Ele falou com méritos daquele timaço de 70, destacando exatamente o conjunto de que estava dentro e fora de campo. Uma seleção inesquecível e vitoriosa com todos os méritos. Não assisti à Copa de 70, tinha pouco mais de 1 ano de idade. A de 78, sim. Torci para o Brasil, mas fiquei deslumbrado com Mario Kempes, o canhoto argentino. Depois disso, só vi algo parecido, em 82, com o futebol-arte do escrete canarinho. Para mim, 1970 e 1982, foram o que tivemos de melhor. 70 com o merecido para aquela geração de craques e 82, pela retomada da democrática do país e a genialidade do Dr. Sócrates. O tetra não veio, mas ficou o legado histórico”.

Willys Lins, a respeito da coluna de domingo

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