Um torcedor do Palmeiras de 35 anos morreu após ser baleado no tórax nos arredores do Allianz Parque, na Pompeia, zona oeste da cidade de São Paulo, na tarde deste sábado (12). O crime ocorreu logo após a derrota do time alviverde para o Chelsea, por 2 a 1, na final do Mundial.

Apontado pela Polícia Civil como suspeito de ser o autor do disparo, José Ribeiro Apóstolo Júnior, agente de escolta e vigilância penitenciária da Secretaria de Administração Penitenciária, foi preso. A arma era de uso pessoal. Segundo o delegado Maurício Freire, o preso alegou que foi confrontado por torcedores que duvidaram que ele era palmeirense, correu e, no desespero, disparou a arma.

Um outro homem, de 48 anos, foi socorrido pelos bombeiros com fratura exposta na perna à Santa Casa, em Santa Cecília, na região central.

O subcomandante do 4º Batalhão, major Fábio Teodoro, afirmou que um homem teria corrido de outros em direção a um gradil que fazia uma barreira entre a PM e a torcida alviverde. O rapaz que fugia, então, sacou a arma e baleou um homem no peito. A PM diz não saber o motivo da briga.

Depois do disparo, segundo o subcomandante, alguns indivíduos estouraram o gradil e partiram para cima de agentes da corporação. “Para manter a segurança dos policiais, dos familiares e de outros que estavam aqui com crianças, tudo mais, a gente teve que intervir. Foi necessária a ação do Choque”, afirmou o major.

Em nota, a PM disse que foi necessário o emprego de controle de distúrbios civis. A polícia levou um veículo blindado para o local, que atirou jatos d’água contra a torcida para tentar conter a confusão.


“Imagens serão analisadas para a identificação de outros envolvidos”, afirmou a Secretaria da Segurança Pública.

Também houve a prisão de uma pessoa suspeita de avançar com o carro contra torcedores. O nome não foi informado.

Havia famílias e crianças no local quando o tumulto começou. Bombas de gás lacrimogêneo foram lançadas sobre os torcedores, e muitos tentaram se abrigar nos estabelecimentos que transmitiam o jogo. Todos eles fecharam as portas. O Palmeiras, por sua vez, abriu os portões da sede do clube na rua Palestra Itália para torcedores se refugiarem. ​

A troca de bombas e objetos entre o Choque e os torcedores durou cerca de 25 minutos. Ao final do confronto, havia manchas de sangue por toda a rua Caraíbas, para onde o conflito se afunilou.

Três policiais sofreram cortes durante o confronto e ao menos duas viaturas foram apedrejadas. O comando de operações da PM instalado no local diz que não tem informação de outros feridos, mas que viaturas do Samu foram chamadas por torcedores e donos de estabelecimentos.

A reportagem viu um homem ser colocado em um carro de resgate, mas a polícia não permitiu a aproximação ou deu mais informações. Ele levou um tiro de bala de borracha na canela.

Imagens exibidas pela TV Bandeirantes mostram brigas entre palmeirenses. Em uma das cenas, um torcedor leva um soco, cai e recebe chutes na cabeça.

TRISTEZA

O clima de festa na rua Palestra Itália, especialmente após o gol de empate do Palmeiras no tempo regulamentar, deu lugar a torcedores calados e irritados ao longo do segundo tempo da prorrogação. Quando a derrota para o Chelsea começou a ser dada como certa, alguns dos presentes começaram a xingar o zagueiro Luan, que cometeu o pênalti decisivo. Outro grupo entoava o nome do jogador em coro, celebrando sua atuação.

Minutos antes do final da partida, uma pequena bomba foi lançada em direção ao contingente da PM que estava em frente ao Allianz Parque, na altura da rua Caraíba, atrás de grades de proteção. Alguns integrantes da torcida organizada pediram calma aos colegas.

Encerrada a disputa com o Chelsea, diversos torcedores começaram a deixar o local, cabisbaixos. Muitos choravam.

BLOQUEIO

A rua Palestra Itália foi cercada por cordões de policiais militares após o confronto. A passagem pela via só é permitida para quem deseja deixar o local.

Após a confusão, o clima no local foi tranquilizado e alguns torcedores voltaram a se reunir em frente a estabelecimentos em ruas próximas.

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