O duelo não foi no Monumental de Núñez nem mesmo na Argentina, perdeu encanto com os problemas fora de campo, mas não deixou de opor os dois maiores rivais do nosso país vizinho, uma das maiores rivalidades do mundo, ainda que tenha sido no Santiago Bernabéu, neste domingo, em Madri.

Em campo, o River Plate fez valer o seu melhor toque de bola, superou o gol de Benedetto no primeiro tempo e, com um a mais, viu Pratto, Quintero e Pity Martínez entrarem para a história do clube.

O 3 a 1, construído principalmente após a expulsão de Barrios, no primeiro tempo da prorrogação, deu aos riveristas o quarto título da sua história, juntando-se às taças de 1986, 1996 e 2015. E mais do que isso: um triunfo histórico da maior competição continental contra o maior adversário que podia existir. Impecável em campo.

Benedetto era o melhor em campo até ser substituído (Foto: Divulgação/Conmebol)

Benedetto coloca o Boca na frente

O primeiro tempo da partida foi marcado por um duelo individual: Benedetto, atacante, contra Maidana, zagueiro. Protagonistas na abertura do placar, eles começaram o embate logo nos primeiros minutos, com o centroavante sempre caindo mais pelo lado esquerdo e, invariavelmente, levando vantagem no pivô realizado sobre o defensor adversário.


Maidana, por sinal, promoveu o primeiro lance de perigo da partida ao rebater para trás um cruzamento em mandar por cima do gol de Armani. Na cobrança do escanteio, após desvio na segunda trave, Pablo Pérez chutou de primeira e Armani defendeu. Minutos depois, Nández quase roubou bola na entrada da área, mas sofreu falta de Ponzio. Benedetto bateu, a barreira desviou e Pérez só não marcou porque Casco conseguiu desviar o seu chute.

Dono da bola na maior parte do tempo, o River não conseguiu ser tão incisivo quanto o adversário e mais rodou a posse de lado a lado do que fez Andrada trabalhar. Uma das poucas boas escapadas foi em contra-ataque puxado pelo meio que caiu nos pés de Montiel. O lateral cruzou rasteiro para a entrada da área e Pity Martínez chutou forte, mas pegou mal e mandou por cima do gol.

Antes do intervalo, porém, sumiu o 0 a 0. Andrada errou na saída de bola, o River recuperou com Palacios e o meia cruzou rasteiro para a entrada da área, mas mandou para ninguém. Pavón pegou a sobra, acionou Pérez e o capitão deu para Nández. O uruguaio descolou lindo passe rasteiro a Benedetto. O centroavante ganhou de Pinola na corrida, deixou Maidana no chão e tocou de chapa no canto de Armani para enlouquecer sua torcida atrás do gol.

Pratto vibrou muito com o seu gol (Divulgação/River Plate)

Toque de bola do River dá resultado

A etapa final manteve um Boca mais incisivo no seu campo de ataque e perigoso para Armani, que precisou se mexer para evitar uma investida de Pavon pelo lado esquerdo. Em contra-ataque pouco depois, o jovem argentino limpou bem a marcação e cortou para o meio. Porém, mesmo com Villa passando livre pelo lado direito, preferiu chutar e mandou por cima do gol.

Duas alterações, no entanto, foram fundamentais para que o jogo mudasse de panorama. Visivelmente cansado, mas único atleta do Boca que conseguia aliviar a pressão sobre a defesa, Benedetto deu lugar a Ábila. Do outro lado, precisando do resultado, Gallardo deu a ordem para que o habilidoso Quintero substituísse o volante Ponzio, dando mais rapidez ao seu toque de bola.

Depois de Pratto ganhar dividida de Andrada e reclamar de pênalti, anotado como falta do atacante pela arbitragem, o River conseguiu vencer a defesa adversária justamente com seu toque de bola. Nacho Fernández recebeu no lado esquerdo, tocou para Enzo Pérez e recebeu ótima devolução, entre as pernas de Magallán. O canhoto, então, rolou para Pratto, com o gol aberto, deixar tudo igual.

O 1 a 1 deixou o duelo mais faltoso, com quatro cartões amarelos sendo distribuídos a partir dali. O lance de maior perigo veio em uma marcação de tiro livre indireto dentro da área do River, após Pinola travar chute de Nández com a sola. Depois de muito conversar e ensaiar, o Boca cobrou com Pavón rolando para Olaza, mas o lateral chutou em cima da barreira.

Jogo foi muito brigado no Santiago Bernabéu (Foto: Divulgação/Conmebol)

River fica com um a mais e triunfa

A prorrogação começou com Nández, que havia terminado o duelo estirado no chão com câimbras, dando um pique de dar inveja aos atletas, mostrando que a final tirava o máximo de cada um dos jogadores. O problema para o Boca, no entanto, foi que Barrios, amarelado perto do fim do segundo tempo, levou outro cartão ao dividir com Palacios, sendo expulso e exigindo ainda mais dos seus companheiros.

A desvantagem deu mais espaço e pagou seu preço logo no início da etapa final do tempo-extra. O River trabalhou a bola na entrada da área, Quintero abriu para Fernández e se movimentou para receber na linha, de frente para o gol. O canhoto ajeitou para a perna esquerda e chutou muito forte, a bola ainda tocou no travessão e passou sem chances para Andrada.

O Boca foi com tudo para cima, ainda ficou com nove após Gago se machucar e chegou a mandar uma bola na trave após a série de displicências do ataque riverista, quando Jara chutou rasteiro. O desespero, no entanto, deixou o gol vazio para Martínez puxar contra-ataque e selar o triunfo do River.

FICHA TÉCNICA
RIVER PLATE 3 X 1 BOCA JUNIORS

Local: Estádio Santiago Bernabéu, em Madri (Espanha)
Data: 9 de dezembro de 2018 (Domingo)
Horário: 17h30(de Brasília)
Árbitro: Andres Cunha (Uruguai)
Assistentes: Nicolás Tarán (Uruguai) e Mauricio Espinosa (Uruguai)
Cartões amarelos: Ponzio, Fernández, Maidana (River); Pablo Pérez, Barrios (Boca)
Cartão vermelho: Barrios (Boca)
Gols:
RIVER: Pratto, aos 23 minutos do segundo tempo, e Quintero, aos três, e Pity Martínez, aos 16 minutos do segundo tempo da prorrogação
BOCA: Benedetto, aos 43 minutos do primeiro tempo

RIVER PLATE: Armani; Montiel (Mayada), Maidana, Pinola e Casco; Fernández (Zuculini), Ponzio (Quintero), Enzo Pérez e Palacios (Álvarez); “Pity” Martínez e Pratto
Técnico: Marcelo Gallardo

BOCA JUNIORS: Andrada; Buffarini (Tevez), Izquierdoz, Magallán e Olaza; Nández, Wilmar Barrios e Pablo Pérez (Gago); Pavón, Villa (Jara) e Benedetto (Ábila)
Técnico: Guillermo Barros Schelotto

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