Astuto, seguro, confiante e até mesmo “milagroso”. Para o torcedor do Clube do Remo, tais características são facilmente anexadas ao perfil do goleiro Vinícius, ídolo e principal jogador da equipe. As virtudes do camisa 1, por exemplo, são pautas para comentários positivos, seja por parte dos azulinos ou até mesmo para os rivais. E de tanto contar com a qualidade técnica do seu arqueiro, o Leão acabou experimentando na segunda-feira (20) do próprio veneno, ao bater de frente com um goleiro inspirado, que fechou a meta do Ypiranga-RS e impediu inúmeras tentativas de gols que poderiam ter colocado os remistas na liderança isolada do grupo B, desta Série C do Brasileiro.

  • A partida se resumiu a um verdadeiro massacre imposto pelos mandantes diante dos visitantes. Em comparativo, o Remo teve 13 chances de bolas em direção ao gol do Canário (chutes e cabeçadas, sem contar as tentativas que foram para fora), contra uma única tentativa do adversário. A estatística enaltece a bela apresentação do goleiro Deivity, mas, por outro lado, escancara a incapacidade decisiva azulina em matar o jogo, uma vez que o time criou várias possibilidades para ter aplicado até uma goleada no Mangueirão.

Para se ter uma ideia, na segunda etapa, de dez jogadores de linha nos gramados, cinco eram atacantes, a maioria com a sua individualidade velocista, porém, nenhum homem-gol. O próprio treinador comentou pós-jogo a dificuldade em trazer um jogador para preencher a lacuna na referência do setor ofensivo, já que a maioria que tem entrado no radar pediu valores fora da realidade do clube.

De acordo com os jogadores da posição, a situação foi atípica devido, principalmente, ao volume de jogo imposto do começo ao fim dos dois tempos. “A gente pressionou os caras, eles não saíam do meio de campo. Atacamos, criamos, mas o gol não quis sair. O goleiro deles foi feliz. Fizemos uma excelente partida, mas não conseguimos marcar”, disse o atacante Gustavo Ramos.


O também atacante Alex Sandro, que é visto por muitos como a principal válvula de escape para atuar logo de cara como pivô, falou a respeito da falta de objetividade e o seu empenho em iniciar como titular. “Teve entrega total. A gente não deixou eles respirarem. Não deu para vencer dessa vez, mas ainda temos mais um jogo em casa e vamos buscar esses três pontos. Estou dando o meu máximo para poder ajudar o time, do começo, mas tenho que respeitar a opção do nosso treinador”, destacou o atacante do Leão Azul.

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E mais…

 – Após conquistar quatro pontos como visitante, no seu retorno a Belém após quase um mês distante, o Remo deixou de somar outros dois pontos ao empatar em 0 a 0 com o Ypiranga. A comissão técnica e os jogadores haviam comentado que de nada adiantaria o bom desempenho fora do Estado, caso a sequência positiva não fosse repetida em seus domínios. Por isso, mesmo controlando a partida, os atletas se mostraram insatisfeitos com o resultado, mas não querem saber de chorar o leite derramado.

– Agora, eles tratam de focar no próximo duelo, diante do Atlético-AC. “Acontece (empatar em casa). O que não pode é baixar a cabeça depois de uma partida como essa que fizemos. Não fugimos, jogamos e corremos. Mas dessa vez o resultado não veio. É bola pra frente, concentrar na semana que temos mais um jogo e se Deus quiser vamos sair vencedores”, disse o meia-atacante Carlos Alberto.

– O volante Yuri, que chegou à marca de 40 jogos com a camisa azulina na somatória das duas passagens pelo Leão, endossou o comentário do companheiro. “Série C é uma competição difícil e nós sabemos disso. O resultado não é o que queríamos, mas temos plenas condições de fazer diferente no próximo jogo”, pontuou.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)

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