Dioguinho chegou ao Remo no ano passado, depois de uma excelente participação no Campeonato Estadual defendendo o Castanhal. De início, não teve grandes oportunidades na Série C. A partir da chegada de Paulo Bonamigo, as coisas mudaram para melhor. Ele ganhou apoio, espaço e tempo para mostrar suas qualidades.

Aproveitou bem a chance concedida. Entrou aos poucos no time titular, sempre disposto a acertar e seguindo à risca as orientações do técnico. Apareceu mais na fase aguda da Série C, sempre entrando no segundo tempo para reforçar ações de meio-campo ou substituir um dos atacantes.

A versatilidade, que muitas vezes conspira contra o jogador, no caso de Dioguinho funcionou como valor agregado. Por se adaptar a várias funções, a partir do meio-campo, passou a ser peça de grande valia para Bonamigo. Começou completando a configuração da meia-cancha.

Depois, passou a entrar pelo lado direito, principalmente a partir da saída do ponteiro Hélio Borges. Aos poucos, porém, ganhou autonomia para se movimentar por toda a faixa de ataque, aparecendo pelo meio e no lado esquerdo também. Sempre em bom nível.

Com a carta branca para dar dinamismo ao setor ofensivo, Dioguinho tornou-se ainda mais essencial ao funcionamento do ataque. Passou a fazer gols também, cada um mais bonito que o outro. Resultado de muito treino, dedicação e esmero nas finalizações.

Na Copa Verde, despontou como grande arma da equipe, chegando em velocidade e alternando arrancadas com triangulações junto à área. No Estadual, confirmou o protagonismo, marcando três gols em três jogos, igualando-se na artilharia ao centroavante Renan Gorne.


A estreia na Copa do Brasil reservou novo palco para a excelente fase de Dioguinho, 25 anos. Dianteiro mais aplicado na tarefa de romper as linhas de marcação, só não deixou sua marca porque a arbitragem inventou um impedimento no lance iniciado por Wallace na metade do 2º tempo.

É sempre positivo para todos quando um jogador regional, jovem e sem badalação, consegue alcançar um lugar destacado como titular de um dos grandes da capital. Os méritos aqui são de Dioguinho, mas é necessário ressaltar também a boa vontade e a visão de Bonamigo.

Outros técnicos provavelmente não teriam a mesma paciência com o meia-atacante humilde, cujo início no Baenão não prometia grandes voos. Bonamigo percebeu que tinha uma joia em mãos e tratou de lapidar. Os resultados, ainda em escala modesta, provam que a aposta foi certeira.

Nicolas sob novo assédio para deixar o Papão

Desde o fim da Série C, o torcedor do PSC é constantemente incomodado com notícias sobre o interesse de outros clubes pelo ídolo Nicolas, principal jogador da equipe nas últimas duas temporadas. Primeiro, havia uma especulação vinculada ao Sport-PE, que não chegou a ser oficializada. Nos últimos dias, o Goiás é o clube que surge como bola da vez para tentar tirar o atacante da Curuzu.

Até o momento, não houve manifestação formal e nem contato com a diretoria bicolor. Nada que surpreenda, pois o futebol brasileiro tem normas flexíveis e pouco respeitadas a respeito do relacionamento entre os clubes. Jogadores costumam ser assediados diretamente e não é raro que o clube seja o último a saber do negócio.

A tranquilidade da diretoria do PSC decorre de um fato concreto. O contrato de Nicolas só expira no final do próximo ano. Para tirá-lo do clube, qualquer interessado terá que desembolsar R$ 5 milhões, valor da multa. Méritos da gestão de Ricardo Gluck Paul, que se cercou dos cuidados legais necessários para evitar a perda de seu melhor jogador.

Não fosse o projeto especial envolvendo o atacante, com plano de marketing e ganhos salariais, provavelmente a essa altura Nicolas já teria alçado voo. Para um jogador de 31 anos, no auge da carreira, sem histórico de lesões, a tentação de conquistar a independência financeira são normais.

Por ora, a multa pesada garante a permanência de Nicolas, mas, obviamente, sempre há quem possa pagar. E é aí que reside o perigo. Para o projeto prioritário do clube na temporada, a busca do acesso à Série B, a eventual saída do artilheiro representaria um tremendo abalo.

O êxodo de bons jogadores é uma velha tradição do futebol paraense. Alguns passam apenas uma temporada e logo são atraídos por propostas mais vantajosas. Foi assim com Cassiano, por exemplo, há dois anos. Fez gols em profusão e, ao final da Série B, partiu para outros desafios.

Bola na Torre

Lino Machado apresenta o programa, a partir das 22h, na RBATV, com as participações de Guilherme Guerreiro, Giuseppe Tommaso e deste escriba baionense. Em pauta, a Copa do Brasil e o Campeonato Estadual.

Futebol se fecha como bolha e ignora a tragédia

A covid matou 2.915 brasileiros na sexta-feira, 19. Números de um único dia, 15 mil óbitos em uma semana. No total, mais de 290 mil mortes acumuladas. Apesar disso, parece que essas vidas não importam para o mundo do futebol, que toca seus interesses inteiramente desligado da realidade.

Boa parte dos campeonatos estaduais seguem normalmente e a Copa do Brasil só teve interrupção porque não há local para a maioria dos jogos. Aberração é a única palavra que define isso.

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