Apesar dos jogadores e a maioria dos torcedores estarem focados na Copa Verde, são as eleições presidenciais do Paysandu que estão agitando os bastidores do clube. Marcado para o dia 7 de dezembro, o pleito irá decidir quem estará no comando do Papão no próximo biênio. Nenhuma inscrição foi feita, mas esperam-se quatro chapas: Maurício Ettinger, querendo a reeleição; o atual vice-presidente Felipe Fernandes, que já confirmou sua chapa; a do Benemérito Sérgio Solano; e mais um grupo de associados e conselheiros.

A data chama atenção, pois fica bem próxima da temporada 2023 e, como todos sabem, é preciso de um planejamento assertivo para chegar ao sucesso e, para isso, é preciso tempo. Neste período, a maioria dos clubes já está formando os elencos. Ou seja, a diretoria eleita irá precisar correr contra o relógio para formar o plantel.

O DOL ouviu o Presidente da Assembleia Geral do Paysandu, Manoel Acácio, que explicou sobre esse processo das eleições, do período em que ela ocorre e do planejamento, não somente para a temporada seguinte, como ainda para a atual. Ele também citou que as urnas são disponibilizadas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e que, quanto maior o tempo de diferença para as eleições político-partidárias, melhor para que a disponibilidade das máquinas aconteça. 

“Conforme o estatuto determina, as eleições devem acontecer obrigatoriamente entre 1º de novembro e 10 de dezembro, sendo assim, a janela que a mesa da Assembleia Geral tem para marcar as eleições é pequena. No entanto, não só existe a preocupação com a preparação para a temporada seguinte, como também existe a preocupação para que as eleições não prejudiquem a temporada atual. E a data da próxima eleição foi decidida pela mesa, após escutar os demais poderes dos clubes, assim como também alguns dos pré-candidatos. Como utilizamos urnas eletrônicas cedidas pelo TRE, quanto mais distante dos fim das eleições, melhor para que a cessão das urnas aconteçam. E por mais que as eleições acontecessem antes, a posse da nova diretoria executiva só acontece no início de janeiro”, comentou.

Para nos aprofundarmos mais no assunto, entramos em contato com experientes jornalistas esportivos do Estado do Pará, que acompanham os clubes, em especial Paysandu e Remo, para expressarem opiniões a respeito do período em que as eleições do Lobo são realizadas. Entre eles: Guilherme Guerreiro, Clayton Matos e Danilo Pires.

Guilherme Guerreiro, apresentador do programa Bola na Torre e narrador e chefe do departamento de esportes da Rádio Clube do Pará:

“Isso é histórico. As eleições do Paysandu possuem esse
formato, diferentemente do pleito do Remo, onde o presidente é eleito e
empossado no mesmo momento. No Paysandu, estatutariamente, ocorre até 10 de
dezembro. No entanto, a posse só acontece em janeiro, do ano subsequente e isso
sempre foi um problema. Porque o tempo de planejamento fica curto. Ainda mais
para uma temporada, como a de 2023, que vai começar mais cedo. Ou seja, o presidente recebe a
posse a menos de 15 dias da bola rolar. É claro que há, culturalmente, um
período de transição. Quem é eleito, já começa a trabalhar com a diretoria que
está com mandato vigente e vai estruturando o trabalho. Mas olhando para a
data, 7 de dezembro, o elenco precisa estar formado, porque tem que começar a
treinar um pouco antes ou um pouco depois. É preciso de uma pré-temporada de no mínimo
30 dias”, destacou.













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“O Paysandu terá, possivelmente, quatro chapas concorrentes.
A da situação, a dissidente, a da oposição e uma quarta via formada por
associados e conselheiros. É verdade também que o presidente Maurício Ettinger,
candidato à reeleição, disse que chamou os candidatos, logo após a Série C, e
conversaram para convergir a definição de treinador, executivo, planejamento de
trabalho para a temporada 2023. Normalmente, isso não funciona, porque a
disputa eleitoral inibe essa ação conjunta. Há, sem dúvida, um prejuízo significativo
de planejamento, de investimento, contratações, de tudo, principalmente do
futebol profissional. É um desafio para a instituição e história do Paysandu
com as possíveis quatro chapas, que ainda não foram oficializadas. Com a decepção
do não acesso, a obsessão continua e para isso é preciso de um grande planejamento. Se não existir uma linha, um viés bem definido, mais uma vez o clube pode sofrer
com isso a maior de todas as punições que é a permanência na Série C, ou, até, coisa
pior. Sem dúvidas, o planejamento está prejudicado. Seria importante que
tivessem o mínimo de civilidade em prol do clube, para que o Paysandu possa ter
uma temporada vitoriosa em 2023″, ressaltou. 

Clayton Matos, cronista esportivo e Diretor de Redação do Jornal Diário do Pará:

“Esse desajuste, já cultural, envolvendo as eleições para as presidências dos clubes aqui, vai ter seu reflexo no decorrer da temporada seguinte. Como sempre ocorreu. Em 2022, é uma pena que ainda estejamos vendo essas aberrações acontecerem. Enquanto isso, os clubes ficam engessados, sem fechar comissão técnica, elenco, montar seu planejamento para 2023, no caso específico do Paysandu, e tudo isso vai ter seu preço numa eventual campanha desastrosa no ano que vem durante as competições”, salientou.












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“Ao definir os rumos no final do ano, o clube já fica sem opção para ir ao mercado e analisar com calma as opções que sobraram para fechar seu grupo de trabalho no futebol. Aí contratam por atacado, atropelando qualquer critério porque a primeira competição já está na porta. E depois acontece o de sempre: elencos reformulados com a bola rolando, sempre contando com o imponderável”, acentuou.

Danilo Pires, chefe de reportagem da RBATV

“Se houvesse um consenso interno e o Paysandu fosse
prioridade, poderia ser formada uma comissão entre os grupos que irão formar a
eleição e buscar, junto ao Conselho Deliberativo, uma autorização para que
houvesse renovação de jogadores que há o interesse e de outros profissionais.
Obviamente, com a anuência do Conselho em cima desse fato. No entanto, o grande
problema é que os candidatos estão mais preocupados em mostrar que estão certos e que
A ou B estão errados, do que pensar em no clube”, frisou.












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“Se buscarmos o histórico dos clubes paraenses, esse ambiente
interno da política sempre atrapalhou a formação de elenco, a questão da
evolução patrimonial. Temos o CT do Paysandu como exemplo. Muitas vezes foi
negligenciado pelo fato do cara ser um adversário político. Tentaram
ridicularizar o Maia, que fez, também de forma política, a questão da
inauguração de um pórtico. O problema dos nossos clubes, muita das vezes, é a
vaidade, onde não colocam o clube como prioridade. Sempre buscam ser o certo e
o outro o culpado de tudo”, finalizou.

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