Quando o PSC desmanchou o time ao final da Série C e desistiu da Copa Verde, causou forte insatisfação na torcida, mas a diretoria tinha seus motivos para colocar em marcha um planejamento de curto prazo voltado para os grandes objetivos da temporada – Campeonato Paraense e Brasileiro da Série C.

Há no clube, desde a posse do presidente Maurício Ettinger, a consciência de que é necessário agir com extrema disciplina e foco para avançar e sair da situação atual, financeiramente incômoda e tecnicamente preocupante. O rompimento com o passado recente se fazia necessário, e urgente.

A circunstância de ver o rival ascender à Segunda Divisão, após uma década em contínua vantagem que envolveu até momentos de ampla folga em termos de estatura e posicionamento no âmbito nacional, a primeira reação foi dar uma pausa e preparar os novos passos.

Não foi uma decisão tão simples dentro da própria diretoria. A opção por liberar três atletas fundamentais – Nicolas, Perema e Bruno Collaço – nas quartas de final da Copa Verde foi estratégica e funcionou também como uma espécie de teste de laboratório, tanto para os jovens valores do elenco quanto para a massa torcedora.

Era preciso tomar um caminho que levasse a uma ruptura com o que tinha sido feito até então. O fim da participação na Série C serviu para demarcar a mudança de propósitos e de filosofia. Buscou-se um técnico de renome, experiente nas Séries B e C, para comandar o processo de reformulação.

Apesar das ínfimas possibilidades de êxito na CV, a torcida fincou pé, chiou, pois queria o time bem representado e brigando pelo título. A nova diretoria entendeu que era a ocasião propícia para virar a página.


Com base nas últimas gestões do clube, desde a entrada em cena do grupo Novos Rumos, esta é a medida mais radical quanto ao encaminhamento de ambições no futebol. Foram liberados 16 atletas no total. Abriu-se caminho para mesclar o time para o Parazão e iniciar, sem açodamento, as contratações para fortalecer o grupo.

Tudo sem atropelar a primazia que o conhecimento técnico deve ter nesses assuntos. A supervisão e a expertise de Itamar Schülle e do executivo Ítalo Rodrigues determinam as aquisições, embora qualquer negociação dependa do aval dos diretores. Três novos atletas (Victor Souza, Ari Moura e Junior) já treinam na Curuzu. Outros dois devem chegar no começo da semana.

A rigor, as mudanças não representam incompatibilidade com as gestões anteriores. Significam que o Papão vai buscar o retorno à Segunda Divisão com novos métodos, mais planificação e menos tretas, se possível.

É fato que os enroscos entre executivo de futebol e comissão técnica, frequentes na gestão passada, contribuíram para sabotar o projeto do acesso. Com a nova diretoria, esse cenário será evitado a todo custo. No fundo, os conceitos ainda são os mesmos, mas a execução passa a ser outra.

Bola na Torre

Valmir Rodrigues apresenta o programa, na RBATV, logo após o jogo da NBA. Participações, em home office, de Guilherme Guerreiro, Giuseppe Tommaso e deste escriba de Baião. Em pauta, a semifinal da Copa Verde e os preparativos para o Campeonato Estadual. A edição é de Lourdes César e a direção de Toninho Costa.

Vem aí “Leque de Estrelas”, novo livro de Edgar

Sai do prelo nas próximas semanas o segundo livro de Edgar Augusto Proença, “Leque de Estrelas”. O título homenageia e faz referência a Adalcinda Camarão, tia do autor. A obra se baseia na produção da pioneira coluna Feira do Som, publicada no Diário há 40 anos.

A capa é de Silvia Proença, o prefácio de Pedro Galvão, fotos são de Éder Augusto Proença e apresentação deste escriba de Baião. O lançamento é da editora Amo, com coordenação de Andréa Pinheiro.

Brasil cai de amores por técnicos argentinos e portugueses

Com a contratação de Hernán Crespo pelo São Paulo, confirmada na sexta-feira, fica estabelecido que o futebol brasileiro só acredita hoje nas escolas argentina e portuguesa quando precisa importar técnicos. Depois da má experiência com o argentino Edgardo Bauza, o Tricolor passou um tempo apostando em profissionais brasileiros. Ocorre que a instável era Fernando Diniz parece ter sepultado essa ideia.

Crespo é um tiro incerto. Aos 45 anos, é jovem na profissão, só teve êxito no Defensa y Justicia. É mais lembrado como o excepcional goleador que foi. No currículo de treinador, um único galardão: a conquista da Copa Sul-Americana 2020 e, a partir daí, entrou na mira dos são-paulinos.

O objetivo de sua contratação é dar competitividade a um São Paulo que não tem grande elenco, mas sonhou com o título da temporada. Pela forma de jogo do Defensa, Crespo cultiva o gosto pelas saídas rápidas com troca de passes, bem ao estilo clássico argentino.

Pode vir a representar uma evolução tática para o S. Paulo, mas um de seus primeiros desafios será achar um lugar para o astro Daniel Alves, que até hoje não sabe exatamente que setor do campo ocupa.

Crespo será o quarto argentino atuando por aqui nos últimos três anos, na esteira de Jorge Sampaoli, Eduardo Coudet e Ramón Diaz. Mesma quantidade de portugueses contratados por clubes brasileiros – Jorge Jesus, Jesualdo Ferreira, Sá Pinto e Abel Ferreira.

(DOL)

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