As mudanças confirmadas ontem pela CBF no calendário para o restante da temporada afetam diretamente o futebol paraense, a começar pelo Campeonato Estadual. Com a Série C iniciando no dia 9 de agosto, como queriam os clubes participantes, o Parazão terá que antecipar o reinício, a fim de evitar que a tabela se misture com a do Brasileiro.

Os clubes já se movimentam e a Federação Paraense de Futebol tenta conduzir um acordo que seja satisfatório a todas as equipes que disputam o Parazão. Marcado para ir de 1º a 23 de agosto, o período que complementará a competição pode ser antecipado para 25 de julho, providência que permitiria encerrar o torneio antes do dia 9 de agosto.

A grande dúvida é se os clubes estarão sintonizados quanto à antecipação, pois todos já se programaram para voltar a jogar no início de agosto. Como qualquer mudança só pode ser efetivada por aprovação unânime dos 10 clubes, a situação tende a complicar.

O PSC já apresenta uma proposta para que o campeonato seja retomado a partir de 22 de julho, dez dias antes do previsto, alternativa que desagrada quase todos os demais participantes. Aliás, durante a última reunião do conselho técnico, uma proposta que poderia facilitar tudo agora foi rechaçada pelos bicolores.

A ideia era fazer semifinais e finais com um jogo apenas, nos dois casos, sem a partida de volta prevista no regulamento original. A alteração se justificava porque não há mais o benefício do mando, pois os jogos são em sede única (Belém) e sem público. Com isso, o Parazão precisaria de apenas quatro rodadas, mas o Papão não aceitou.

Agora, o esforço de todos será para que os jogos do Estadual recomecem antes do previsto, a fim de liberar a dupla Re-Pa para se planejar e pensar exclusivamente no Brasileiro. Será que os emergentes irão abrir mão de seus interesses para beneficiar os grandes da capital?

O mais provável é que os jogos inicie no dia 25 de julho, sábado, o que já impediria que o campeonato tenha jogos simultâneos com a tabela da Série C. Reuniões previstas para hoje irão definir a nova data.


Fogão investe alto para alavancar marca no exterior

Depois das exitosas experiências com Clarence Seedorf, Loco Abreu e Herrera, o Botafogo retomou neste ano a estratégia de abrir suas portas a talentos internacionais. Salomon Kalou, atacante marfinense que jogava no Herta Berlim, é a mais nova aquisição. Foi anunciado ontem à noite, depois da finalização positiva das negociações.

Kalou vem se juntar a Honda, médio japonês, que reforça o clube desde o começo da temporada e tem mostrado evolução como líder do meio-campo. O primeiro marfinense contatado foi Yaya Touré, mas o jogador criou uma série de embaraços e fez com que o clube se desinteressasse.

O marfinense vem com status de titular para atuar pelos lados do campo, como costumava jogar no futebol alemão. Fará companhia a Bruno Nazário e a Luiz Fernando, para aproximação ao centroavante Pedro Raul.

Além de Kalou, o Botafogo deve anunciar nos próximos dias a contratação do defensor Rafael Foster, que defendia o Ludogorets, da Bulgária. Outro que deve firmar contrato é Victor Luiz, lateral que pertence ao Palmeiras e que teve bom papel na Libertadores 2017 pelo Botafogo.

A estratégia é cara e arriscada, embora sempre apoiada com entusiasmo pela torcida alvinegra. O objetivo é claro: relançar mundialmente a marca da Estrela Solitária para auferir resultados mais à frente, quando o modelo de clube-empresa estiver implantado, provavelmente até o fim do ano.

Leão apresenta suas armas para a retomada

A apresentação de três reforços movimentou o Evandro Almeida ontem. Zé Carlos, atacante; Everton Silva, lateral direito; e Julio Rusch, volante. São jogadores que o Remo poderá contar ainda no Parazão, dependendo de regularização e do condicionamento físico dos contratados.

Zé Carlos, 37 anos, é o atacante recomendado pelo técnico Mazola Jr. para comandar o setor ofensivo do time. A posição está vaga, pois Jackson, titular até a 8ª rodada do Estadual, pediu as contas e saiu. Giovane, o centroavante que permaneceu, não conseguiu se consolidar como titular.

O campo está livre para o alagoano, que é um dos maiores goleadores da Série B e que sempre teve produção farta de gols quando trabalhou com Mazola. Justificadamente, o técnico assumiu a responsabilidade pela indicação, admitindo que é um contrato de risco.

Caberá ao artilheiro lutar para vencer o desafio e as muitas desconfianças da torcida em relação à sua capacidade de jogar em nível competitivo, após três temporadas pouco satisfatórias. Estava no S. Bernardo (SP), sem grande destaque.

Anunciado oficialmente ontem, Rusch vem do Londrina-PR e é um volante canhoto e de boa capacidade de apoio ao ataque. Com 23 anos, pode contribuir para diminuir a média etária do time na Série C.

Everton Silva jogou no Sampaio Corrêa e terá a missão de suprir uma das posições mais carentes do Remo nos últimos anos. O último lateral que conseguiu permanecer por mais de uma temporada foi Levy.

Flu festeja taça que vale muito pela atitude fora de campo

A conquista da Taça Rio pelo Fluminense, após empate no tempo normal e vitória nas penalidades, é um alento para a cruzada do clube tricolor – juntamente com o Botafogo – pelo respeito à vida e à dignidade. Tentou evitar que o Campeonato Carioca fosse reiniciado quando a pandemia avançava no Rio.

O Flu foi perseguido, enfrentou batalhas judiciais para ter direito a transmitir o jogo e em campo foi valente, apesar de tecnicamente seja inferior ao Flamengo de Jorge Jesus. O futebol vale por momentos assim.

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