O polêmico assunto envolvendo o histórico tabu de 33 jogos de invencibilidade do Clube do Remo, diante do maior rival Paysandu, ganhou mais um capítulo nas últimas horas que tem dado bastante o que falar. Desta vez, o epicentro da história tem a ver com manipulação de resultados, suborno de árbitros com doação de “pneus de carros”, em favor dos azulinos.

Após as declarações do ex-diretor de futebol e atual benemérito azulino Sérgio Dias, ao programa apresentado pelo radialista José Maria Trindade, na Super Rádio Marajoara, de que “o Remo já entrava sabendo que ia ganhar”, por ter subornador árbitros, alguns ex-jogadores que marcaram época nos anos 90, se posicionaram sobre o assunto.

Ex-dirigente do Remo diz que pagou propina pelo Tabu 33

Em contato com o DOL, os ex-jogadores Ageu Sabiá, Agnaldo de Jesus “seu boneco” e Rogerinho Gameleira, foram enfáticos ao desmentir o ex-dirigente contando fatos ocorridos entre os anos de 1993 à 1997, que foi o período que durou a sequência invicta do Clube do Remo sobre o Paysandu, no qual resultou em 20 vitórias e 13 empates.

AGEU SABIÁ

Uma das principais referências no ataque azulino na época, Ageu vestiu a camisa do Leão entre os anos de 1993, quando foi o 5º maior artilheiro da equipe na Série A. Depois, ele retornou ao time em 1996, onde ficou até 1998. O folclórico goleador lamentou profundamente as declarações de Sérgio Dias, e indagou sobre como ele conseguia dinheiro aos árbitros se não pagava os salários do atletas. 

“Primeiramente ele deve estar com algum problema com o presidente atual do Clube do Remo, a ponto de inventar essas coisas! E outra, isso é mentira e não procede. O Sérgio Dias era um diretor remunerado e com que dinheiro ele iria comprar o árbitro, se ele não recebia muito do Remo. Ele deve está de briga com o presidente atual e fica inventando as coisas”, disse.

“Ele está querendo mídia. Isso que ele quer. Um diretor que não teve sucesso, se teve foi por todos nós jogadores. Fiquei decepcionado com essa entrevista que ele falou um monte de bobagem. O mérito era nosso, não de árbitro e nem dele. Se a gente não corresse, não se esforçasse, a gente não ganhava os jogos. O nosso time era entrosado”, prossegue, Sabiá.

“E outra! Como ele iria comprar o árbitro, se o Remo atrasava até seis meses do nosso salário. Com que dinheiro ele fazia isso? Se a diretoria atrasava dois, três e até seis meses? Isso aí não procede. Ele é um inútil! Pior diretor que o Clube do Remo já teve, infelizmente”, disparou.

AGNALDO DE JESUS

Símbolo vivo da garra azulina nos anos 90, Agnaldo era um dos líderes do elenco ao lado do zagueiro Belterra e juntos fizeram parte de todos os jogos da histórica sequência de jogos favoráveis do Leão diante do Papão. Atualmente, ele é coordenador técnico do elenco de profissionais do Filho da Glória e do Triunfo e dispara profundas críticas contra Sérgio Dias.

“Não queria me interferir nisso, mas isso é algo desnecessário pois quando a pessoa não tem o que falar é preciso ficar quieta. Eu desconheço tudo isso e também não acredito nessas declarações. Naquela época, todo mundo sabe que o Coronel Nunes, era o presidente da Federação Paraense de Futebol e era apaixonado pelo Paysandu e que também tinha grandes dirigentes”, afirmou. 

“Ele está desmerecendo uma história vitoriosa do Clube do Remo. Uma fala totalmente desnecessária, mas entendemos que é um ano político e todo mundo quer tirar uma casquinha e quer aparecer. Hoje eu entendo ainda mais o Remo, quem está fora torce contra. Se o Remo fosse unido, essas coisas jamais aconteceriam dentro do clube”, apontou.

“Eu fui um dos maiores participantes desse tabu, eu não acredito e desconheço qualquer história dessas. Costumo valorizar tudo dentro de campo, claro que existe o extracampo, mas nessa situação aí, chega até ser um absurdo. As vezes é melhor ficar calado do que falar tanta abobrinha assim”, finalizou, Agnaldo de Jesus.

ROGERINHO GAMELEIRA

Embora tenha grande identificação no Paysandu, onde foi bicampeão da Série B nos anos de 1991 e 2001, Rogerinho Gameleira vestiu a camisa do Remo na Série A de 1994 e depois permaneceu no Baenão até 1998. Em 1997, ano do pentacampeonato estadual azulino, ele foi eleito o craque do campeonato. Sobre as declarações de Sérgio Dias, ele respondeu enaltecendo a qualidade do elenco da época.

“Tem pessoas que querem aparecer mais que os jogadores e aí falam tantas asneiras e baboseiras. Quem é Sérgio Dias para abrir a boca e dizer todas essas coisas? A gente ganhava porque o nosso time era bom mesmo e em todos os sentidos. Belterra, Agnaldo, Rogerinho, Rogério Belém, Flávio Goiano, Ageu, Edil, Marcelo Paraíba, e etc. Tínhamos muita qualidade e contávamos também com a sorte”, definiu. 

O TABU

A sequência de jogos invicta do Clube do Remo contra o Paysandu começou no dia 31 de janeiro de 1993. Os times ficaram no empate em 0 a 0 pelo Torneio Pará-Ceará. A hegemonia do Remista durou exatos quatro anos, seis meses e 24 dias, só sendo quebrada em 1997. No Mangueirão, Leão e Papão se enfrentaram e os bicolores venceram por 2 a 0.

OS JOGOS

01 – 31/01/93 – Remo 0 x 0 Paysandu

02 – 07/02/93 – Remo 2 x 1 Paysandu

03 – 16/05/93 – Remo 0 x 0 Paysandu

04 – 20/05/93 – Remo 1 x 0 Paysandu

05  – 23/05/93 – Remo 3 x 1 Paysandu

06 – 05/07/93 – Remo 1 x 0 Paysandu

07 – 26/07/93 – Remo 1 x 1 Paysandu

08 – 29/07/93 – Remo 1 x 0 Paysandu

09 – 04/08/93 – Remo 1 x 0 Paysandu

10 – 07/09/93 – Remo 2 x 1 Paysandu

11 – 06/10/93 – Remo 1 x 1 Paysandu

12 – 23/01/94 – Remo 1 x 0 Paysandu

13 – 30/01/94 – Remo 4 x 3 Paysandu

14 – 10/04/94 – Remo 0 x 0 Paysandu

15 – 24/04/94 – Remo 0 x 0 Paysandu

16 – 08/05/94 – Remo 0 x 0 Paysandu

17 – 04/06/94 – Remo 2 x 1 Paysandu

18 – 26/06/94 – Remo 1 x 1 Paysandu

19 – 11/07/94 – Remo 2 x 2 Paysandu

20 – 19/07/94 – Remo 2 x 2 Paysandu

21- 21/07/94 – Remo 2 x 0 Paysandu

22 – 02/04/95 – Remo 1 x 0 Paysandu

23 – 11/06/95 – Remo 1 x 0 Paysandu

24 – 03/08/95 – Remo 0 x 0 Paysandu

25 – 07/08/95 – Remo 1 x 0 Paysandu

26 – 31/03/96 – Remo 4 x 0 Paysandu

27 – 25/04/96 – Remo 2 x 0 Paysandu

28 – 26/05/96 – Remo 1 x 1 Paysandu

29 – 04/07/96 – Remo 2 x 1 Paysandu

30 – 01/09/96 – Remo 3 x 2 Paysandu

31 -22/09/96 – Remo 1 x 1 Paysandu

32 – 16/02/97 – Remo 4 x 2 Paysandu

33 – 13/04/97 – Remo 3 x 1 Paysandu

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