A última terça-feira (8) foi um dia tenso nos arraiais do Clube do Remo. A iniciativa dos atletas azulinos em iniciarem um processo de greve pelos dois meses de salários atrasados tomou os noticiários e virou o principal assunto da torcida. Diretores se manifestaram, já os jogadores mantiveram o silêncio com a imprensa. Com uma semana curta e viagem já na madrugada de hoje, mais um dia de paralisação poderia ser fatal para as pretensões azulinas contra o CSA-AL, adversário de sábado (12), pela 14ª rodada da Série C. Após uma conversa do grupo de jogadores e o técnico Léo Goiano, os atletas decidiram retornar aos treinos ontem.

Com a presença grande de torcedores e diretores no Baenão, o clima foi bem mais tranquilo do que o da véspera. Léo Goiano aproveitou cada segundo do trabalho, estendendo o treino até escurecer totalmente. Comandou alguns treinos específicos de situação de defesa, um trabalho técnico de meio campo e uma série de treinos de cruzamento e finalização dentro da grande área.

A preocupação maior, ao final do treino, era com relação à preparação para o jogo de sábado. Com uma viagem longe na madrugada dessa quinta para Maceió (AL), o time não deve ter tempo de treinar hoje, retornando às atividades apenas amanhã, véspera do jogo. Segundo o meia Eduardo Ramos, os danos da paralisação dos jogadores não devem ser tão intensos assim. “Na realidade o que nós perdemos foi o treino da tarde. Pela manhã, fizemos um trabalho de academia, físico e aeróbico, então fisicamente o grupo não perdeu tanto assim em termos de preparação pro jogo”, minimizou o meia.

RESTANTE SAI HOJE


Enquanto de um lado atletas se reuniam e deliberavam com a comissão técnica os rumos do seu movimento de greve, do outro a direção azulina corria para arranjar dinheiro e quitar ao menos uma folha. No início da tarde, as partes chegaram a um denominador comum. A direção azulina não conseguiu quitar uma folha integralmente, mas afirma ter pago metade.

“Conseguimos pagar metade nesta quarta-feira e o restante pagamos nesta quinta. Vamos nos preparar com todo empenho para o jogo contra o líder e, se Deus quiser, conseguir mais uma grande arrecadação na próxima partida para resolver de vez os problemas”, comentou Milton Campos, conselheiro azulino e membro da comissão de futebol do clube.

FOI O GRUPO

Eduardo Ramos diz que decisão não foi isolada

Eduardo Ramos, que falou em nome do grupo de jogadores ao final do treino, explicou que o movimento não partiu de uma liderança no elenco, mas de uma decisão coletiva. “Nos reunimos e cerca de 80% do grupo se achou no direito de cobrar dessa forma. A gente não sabe a dificuldade de cada um, então não julgamos. Alguns jogadores de fora têm família, suas dificuldades. Eu como capitão estou o tempo todo com eles. Quando ganhamos, ganha todo mundo, quando perdemos, perde todo mundo”, justificou Eduardo.

Sobre o resultado, o Camisa 10 azulino avalia que foi positivo. “Acredito que acabou tendo uma boa solução. A diretoria se manifestou, se organizou, e as coisas começaram a ser resolvidas da melhor maneira”, afirmou o atleta, reiterando confiar na direção.

DEMAIS FUNCIONÁRIOS

Vale lembrar que os demais funcionários do clube seguem com salários atrasados. O último pagamento que receberam foi o referente ao mês de abril. No entanto, esses colaboradores não paralisaram suas atividades.

(Taion Almeida/Diário do Pará)

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui