Ano após ano, entre uma competição e outra no calendário azul-marinho à nível local, regional e nacional, o torcedor do Clube do Remo tem uma certeza em dias de jogos da equipe: o destaque absoluto do goleiro Vinícius, ídolo do Fenômeno Azul, que mantém uma invejável regularidade há 6 temporadas, desde a sua chegada ao estádio Evandro Almeida, em 2017. Aos 37 anos, o camisa 1 demonstra que a idade é apenas um registro no documento, ao apresentar elasticidade e reflexo de um jovem da base ao seguir sendo determinante em prol do time, como na conquista inédita da Copa Verde no ano passado, na reconquista do Parazão neste ano e, mais recentemente, ter sido fundamental ao ajudar o grupo na busca por R$ 3 milhões da Copa do Brasil, ao ser peça imprescindível na vitória por 2 a 1 sobre o Cruzeiro-MG no jogo de ida da terceira fase.

Sempre em alta, o jogador que também alterna o futebol com a função de vereador em Belém, de acordo com os mais gratos, tem o passe livre para se lançar a presidente se quiser seguir o ramo político. Mas, no que depender do atleta, o foco em seguir ajudando o Leão Azul a atingir feitos mais interessantes e expressivos será longo. O mesmo deu a fórmula mágica para tanta produtividade. “A gente procura aliar experiência a nosso favor. A gente procura trabalhar as valências, com a idade vamos perdendo, mas trabalhando em cima disso e de muita força, velocidade e reação, vamos conseguindo recuperar essas dificuldades que são naturais e normais. Preciso trabalhar mais, por exemplo, do que quando eu tinha 23 ou 20 anos. Hoje a gente procura estar mais focado e concentrado para esse bom nível de desempenho”, explicou.

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Intacto na sua posição, ao ter ficado de fora do time poucas vezes, sendo a mais notável em 2021 e por conta de lesão, Vinícius descarta pisar no freio, independente de idade. O jogador deu até exemplo como espelho. “A gente está se cuidando dentro e fora de campo, como falei. Sigo com muita ambição e tenho exemplos de goleiros no Brasil. A nossa maior referência é o Fábio, 41 anos e consegue jogar em alto nível, Série A, Libertadores, então, a gente segue esse exemplo e pretende trabalhar muito forte para dar o retorno para o clube em campo com excelentes atuações e grandes performances”, planeja.

Considerado o maior e melhor goleiro do século no clube azulino e o melhor do estado há anos, com a timidez e fala mansa, optou por dar o destaque ao trabalho e aos companheiros para isso. “A gente trabalha em cima daquilo que temos e em cima das nossas características. Temos um talento em si e é trabalhar em cima dele. Sabemos das dificuldades e tentamos melhorá-las. Mas nada é mais do que muito trabalho, ambição, concentração e apoio dos que nos ajudam. Temos um excelente preparador de goleiros que deixa as coisas mais fáceis. Quando você faz um trabalho correto durante a semana a gente consegue transferir tudo aquilo para os jogos. Ficamos felizes quando isso dá certo e tem dado certo ao longo dos anos no Remo. Manter o foco para prolongar o máximo possível essas boas atuações”, compartilhou.

VISÃO DO MESTRE    |


  

Absoluto na função, pelo que apresenta de resultados ao longo dos anos, Vinícius tem o seu lugar cativo na onzena inicial do Leão Azul. Mas, na última semana, ganhou uma sombra para sua posição de ofício com a contratação do goleiro Zé Carlos, de 27 anos. O jogador foi contratado após indicação do preparador de goleiros Juninho, nome sempre enaltecido pelos arqueiros do Mais Querido. Zé Carlos é o quarto atleta da posição no elenco, que conta com Vinícius, Yago e Jorge, os dois últimos reforços também para esta temporada. Quanto à possível preparação para um substituto à altura do ídolo da torcida, Juninho detalhou como anda os processos no Baenão, além do trabalho minucioso para que a base remista dê frutos lá na frente. Acompanhe a seguir o bate-papo com o moldador de talentos do arco azul-marinho!

O Vinícius é fruto de trabalho ou talento?

Os dois. O talento ele nasceu com isso, mas ele trabalha muito. Ele é um goleiro muito dedicado. Sempre é o primeiro a chegar nos treinamentos, muito profissional e isso ajuda muito a desenvolver o seu desempenho.

O Remo contratou há pouco tempo o Zé Carlos e conta no plantel com dois jovens talentos. Já pensa em uma sombra para o ídolo ou está cedo?

O Zé Carlos veio porque faz parte do planejamento. Esse ano a gente tinha o Vinícius, mas como perdemos os nossos dois outros goleiros, precisávamos de mais. Combinei com a direção em trazer mais goleiros e mais novos, como o Yago, que tem 22 anos, e o Jorge, com 19 anos, e depois um goleiro que se destacasse no Estadual. Dois no meu ponto de vista se destacaram, que foi o goleiro da Tuna (Victor Lube) e do Águia (Zé Carlos). Como o da Tuna tinha calendário e o Zé Carlos não, optamos pelo Zé Carlos. Mas isso não quer dizer que é um substituto. O Remo tem um grande goleiro e vamos trabalhar. Não sabemos o dia em que o Vinícius vai parar, mas a gente procura trabalhar pra poder prepará-los em uma ocasião de jogo e ter um bom desempenho.

O Remo tem dois jovens goleiros no elenco. Eles têm potencial para assumir a posição de Vinícius se for preciso?

R Jogar pelo Remo é muito difícil, porque tem na sua história goleiros que dispensam comentários. Tem o Edson Cimento, o Dico, o Weverton do Palmeiras-SP, o Clemer, Danrlei, Adriano Paredão. Se eu ficar falando de goleiros bons que passaram só aumenta a responsabilidade. A gente procura trabalhá-los para quando for substituir o Vinícius jogarem em alto nível. Trabalhamos todos iguais. Se por acaso amanhã ou depois o Vinícius tiver um problema e não jogar, eles vão poder jogar. Tem o Ruan, goleiro do sub-20, que vem jogando, a gente trabalha muito nele. A gente tem esperança com ele. O único problema é a altura, não é muito alto e o mercado pede altura. Mas a gente sabe que aqui no Remo o goleiro que for jogar, vai jogar bem, porque eles trabalham muito.

O seu trabalho à frente da preparação de goleiros dispensa comentários, mas, ainda assim, o Remo ainda não revelou nenhum atleta da posição. O que falta?

O Remo tinha uma metodologia de trabalho diferente da que a gente implantou agora. Agora com o CT pudemos trazer goleiros do interior, com uma altura que o mercado exige. Eu sou adepto do goleiro bom, só que a gente tem que ir renovando de acordo com o mercado. Se ele pede de 1,90m ou 1,88m, temos que ir atrás dele. Tínhamos goleiros bons na base, mas que não seriam aproveitados no profissional. A gente mudou esse método. O Remo está trabalhando com o Rafael Biro para formar um goleiro da base. Hoje nós temos o Ruan, que é um ótimo goleiro, preparado para jogar, só que ele tem 1,79m. Então a gente torce pra chegar um goleiro alto, com estatura, para podermos trabalhar no sub-15 ou sub-17. Mas isso é um trabalho a longo prazo, não a curto prazo. Estamos nessa torcida com esse perfil para revelar um goleiro.

Como você encara ser conhecido como o moldador do bom desempenho do Vinícius pela torcida?

Fico muito feliz por isso. Já falei outras vezes, a felicidade é muito grande porque estou aqui há um tempo e nunca escondi isso de ninguém, estou muito feliz no Remo, muito feliz com o reconhecimento da torcida. Isso não tem dinheiro que pague. O Vinícius tem o dom que veio nele. Tudo que ele conseguiu é fruto do trabalho dele. A gente ter ajudado na evolução é muito importante, porque o Vinícius quer mais partidas, quer buscar recorde e ajudá-lo nos deixa muito feliz.

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