Afora o Re-Pa, vencido pelo time bicolor, nenhuma outra partida da Série C do Brasileiro foi tão aguardada pela torcida do Paysandu como a de hoje, às 16h, contra o Náutico–PE, na Curuzu, valendo pela 17ª virada do campeonato. O confronto tem aura de revanche para o time bicolor, que no último jogo entre as equipes, em 2019, viu o sonho de retornar à Série B escorrer pelos dedos ao cair, diante do adversário alvirrubro, no sugestivo Aflitos, em Recife. O encontro foi cercado de grande polêmica criada pelo árbitro gaúcho Leandro Pedro Vuaden, que, descaradamente, “garfou” o time paraense.

Passados pouco menos de quatro anos, o torcedor do Papão, sobretudo os mais apaixonados pelo clube, não esquece o pênalti inexistente marcado por Vuaden, aos 53 minutos do 2º tempo e que na visão equivocada do apitador teria sido cometido pelo volante bicolor na época, hoje no Clube do Remo, Anderson Uchoa. A penalidade convertida em gol por Jean Carlos determinou o empate, por 2 a 2, com a vaga na semifinal da Série C e, consequentemente, o acesso à Segunda Divisão do ano seguinte sendo levada para os tiros livres da marca do pênalti, nos quais o Papão acabou sendo derrotado por 5 a 3.

Nem mesmo o reconhecimento do erro feito pelo árbitro, que se tornou “persona non grata” em Belém, ainda hoje é capaz de tirar da cabeça do torcedor do Papão o pensamento de revanche para o confronto. Este, porém, é apenas um dos muitos ingredientes que motivam a Fiel a comparecer em massa à Curuzu, que deve receber a sua capacidade máxima de torcedores: 16.200 pessoas. Ambas as equipes estão no G8 e lutam pela permanência na 1ª página da classificação e em condição mais confortável, faltando apenas três rodadas para o final da 1ª fase do campeonato.

Até antes do começo da rodada, ontem, o Papão e Timbu, como é apelidado o adversário bicolor, ocupavam a 8ª e 6ª colocações na classificação, com 23 e 25 pontos, respectivamente. O time bicolor viu a rodada ser iniciada sob a ameaça de ser desalojado do G8 pelo São Bernardo-SP, 12º colocado, com 22 pontos, mas que pode ter chegado a 25, caso tenha derrotado, ontem, em casa, o Amazonas-AM, vice-líder até então da competição. O Náutico, por sua vez, não corria risco de ser desbancado da parte de cima da tabela de pontuação.

LEIA TAMBÉM:

Paysandu x Náutico: onde assistir, escalações e arbitragem

Paysandu: Hélio tem longa conversa com o grupo


A partida de hoje será a 23ª reunindo as equipes. O Náutico leva pequena vantagem no retrospecto, com oito vitórias contra seis do Paysandu. Em oito confrontos houve empate. Os pernambucanos também levam a melhor em número de gols marcados: 38 a 22.

E MAIS…

O Náutico se preparou para uma final. É desta maneira que o Timbu, do técnico Fernando Marchiori, está encarando o confronto com o Paysandu. O Papão é visto pelo treinador como um adversário perigoso, sobretudo jogando em casa, com o peso de sua torcida. “É um adversário difícil, que cresceu desde a chegada de Hélio dos Anjos. Mas tenho total confiança no meu elenco e acredito que a gente possa voltar de Belém com um bom resultado, o que nos deixaria próximos da classificação”, disse Marchiori, ainda em Recife.

Ao longo da semana de preparação para a partida, o ambiente nos Aflitos ficou carregado, com Marchiori entrando em rota de colisão com o meia Souza, quando o atleta chegou a atacar o técnico com xingamentos fortes. Souza chegou a dizer, durante a briga, que não jogaria mais ao comando do treinador. Inclusive, teria comparado a situação com o último trabalho de Marchiori no ABC-RN. O meia acusou o técnico de ter comprometido o atacante Wallyson no clube potiguar e que isso não aconteceria com ele no Timbu.

O episódio causou preocupação à diretoria do clube, que tratou de apagar o “incêndio” com uma reunião na qual estiveram o treinador e o jogador. O encontro, pelo menos aparentemente, serviu para que a paz voltasse a reinar entre Marchiori e Souza, que acabou sendo punido com multa – valor não revelado à imprensa -, mas reintegrado ao elenco alvirrubro.

Meta é esquecer 2019 e não se complicar no presente

RUMO AO ACESSO

Embora tenha afirmado que o polêmico jogo entre Náutico e Paysandu de 2019, quando ele também era treinador do Papão, já faça parte do passado, Hélio dos Anjos admite que o pensamento de desforra entre os torcedores do time bicolor é real. “Sim, isso eu sinto. Aí são coisas que nós profissionais não podemos controlar. Mas eu sinto isso fora do clube, sim. Até mesmo pela linha de perguntas que eu vejo nas ruas, nas redes sociais. Você vê que a torcida naturalmente tem aquilo na memória”, diz o comandante bicolor.

O treinador garante que não pretende usar a partida que eliminou a chance de acesso do Paysandu à Série B do Brasileiro de 2020 como tema de sua preleção, hoje, aos seus jogadores. “No nosso encontro com o elenco nós vamos falar sobre vários aspectos dessa partida. Mas, sinceramente, eu não vou desenvolver nada na parte mental e de concentração sobre aquele episódio”, adianta Dos Anjos. Polêmica à parte, o técnico ressalta a importância do confronto com o Timbu para a manutenção do sonho de classificação do Paysandu à 2ª fase da Série C.

 











|













Texto Auxiliar:
Alinhamento Texto Auxiliar:
Link Externo:
Alinhar à esquerda:
Alinhar à direita:
Alinhar ao centro:
Fullscreen:
Fullscreen Exit:
Conteúdo Sensível:



 

“Se nós não conseguirmos ganhar teremos que vencer as outras duas partidas (contra Pouso Alegre e Confiança), e não é simples”, alerta. O treinador assegura estar contente com o desenvolvimento do trabalho que vem fazendo à frente do Papão, sucedendo a Marquinhos Santos. “Estamos felizes porque há 30 dias esse clube aqui estava desesperado e esse grupo conseguiu reverter o quadro. Fui contratado mais pela palavra rebaixamento do que pela palavra acesso. Hoje nós conseguimos transformar isso. Só se fala na palavra acesso e não se fala mais em rebaixamento”, lembra.

É DECISÃO

Com 26 jogos em seu retrospecto no Paysandu, o zagueiro Wanderson, de 28 anos, vai, hoje, para mais uma decisão com a camisa bicolor. Não se trata de uma final de campeonato, mas, pelas palavras do defensor, é como se fosse. O Papão, mais do que nunca neste Brasileiro precisa de uma vitória para consolidar sua permanência no G8 da Série C, no qual até antes do começo da 17ª rodada, ontem, era o 8º colocado, com 23 pontos, faltando apenas três viradas na competição para que sejam conhecidos os classificados à 2ª fase da competição.

O fato de o Paysandu voltar a jogar em casa, contando com o apoio da Fiel, depois de ter arrancado dois pontos, fora de Belém, nas partidas contra o América-RN e, depois, o Altos-PI, na visão do jogador, não diminui em nada o grau de dificuldade que deve ser enfrentado pelo Paysandu. “O jogo contra o Náutico, pode ter certeza, também será muito difícil, como foram os dois últimos que fizemos lá fora”, prevê Wanderson. “O Náutico vem pra cá querendo a vitória para assegurar a sua classificação antecipada, mas tenho certeza que o nosso grupo também vai buscar o resultado positivo”, argumenta o defensor do Papão.

Read More

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui