O futebol paraense está passando por um momento bem delicado. O Parazão está suspenso, sem previsão para voltar, após o Tribunal de Justiça Desportiva do Pará (TJD-PA) acatar uma denúncia do Paragominas, que acusa o Bragantino de utilizar o atleta Hatos Arthirso da Silva Vida de maneira irregular durante a fase classificatória.
– Remo e Paysandu demonstram preocupação com parada do Parazão
– FPF divulga nota após paralisação do Campeonato Paraense
A diretoria do Tubarão se pronunciou nesta quarta-feira (9), um dia após a suspensão da competição. Em uma coletiva realizada pelo presidente do clube, Paulo Emílio Corrêa, e o presidente do Condel, Cláudio Wagner, eles detalharam todas as medidas de precaução que foram tomadas antes do início dos jogos e disseram para os torcedores ficarem tranquilos quanto às denúncias.
“Desde o primeiro momento, em que surgiu essa nota sobre a
infração relacionada ao nosso atleta Hatos, toda nossa Junta procurou as
informações, encaminhamentos jurídicos cabíveis, para que, de fato, entendêssemos tudo o que estava acontecendo, e fazer nosso encaminhamento jurídico. Temos documentos que
provam que o Bragantino pediu, dentro do tempo hábil, informações ao departamento
de futebol da Federação, que automaticamente informou no TJD sobre a pesquisa dos
atletas que hoje fazem parte do nosso plantel. Dentro desse prazo, ninguém
apareceu com punição ou infração. Então, estamos fazendo nossa parte através do
jurídico. Tranquilizo nossos torcedores e garanto que o Bragantino será bem
representado, assim como o nosso atleta. Com certeza, na próxima semana, o
campeonato já retorna e vamos fazer uma grande festa”, disse Paulo Emílio
Corrêa.
– Federação Paraense de Futebol brinca ao gerir nosso estadual
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Na temporada de 2021, quando atuava pelo Itupiranga, Hatos foi expulso no primeiro jogo das quartas de final, contra a Tuna. Com a eliminação do clube, ele se desvinculou do Crocodilo. Dias depois, houve um julgamento, que puniu o atleta em cinco partidas. No entanto, segundo sua defesa, ele não foi notificado da decisão. O presidente do Condel, Cláudio Wagner, acusa o Itupiranga de agir com má fé.
“O Bragantino está documentado. Temos o oficio que enviamos,
através de e-mail, à Federação Paraense de Futebol (FPF), no dia 14 de janeiro
de 2022. Foi solicitado o encaminhamento para o TJD e foi enviado pela FPF.
Fomos o quarto clube a enviar. Tomamos nossas providências. A secretária do TJD
pegou Covid e ficou 15 dias de licença médica, fazendo tratamento. Até o dia 3
de fevereiro, quando o campeonato já estava rolando, não tínhamos recebido
resposta do TJD. Fui até lá, solicitei a resposta ao ofício e eles nos
notificaram através de e-mail, dizendo que o atleta Hatos tinha punição.
Tomamos ciência e afastamos o atleta dos jogos oficiais. Queremos deixar claro
que não estamos colocando a culpa em ninguém. Nem em Federação, nem em TJD, nem
no Hatos. Sempre fizemos as coisas pelo lado certo. Agora, é aguardar o julgamento.
Vamos nos respaldar. Houve má fé? Sim! Do Itupiranga, pois eles tinham o
conhecimento do julgamento e não notificaram o atleta para ir à audiência de
custódia”, comentou.
O que diz o artigo do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD):
Art. 51-A: Se a pessoa a ser citada ou intimada não mais estiver vinculada à entidade a que o destinatário estiver vinculado, esta deverá tomar as providências cabíveis para que a citação ou intimação seja tempestivamente recebida por aquela. (Incluído pela Resolução CNE no 29 de 2009). Ou seja, o Itupiranga deveria avisar Hatos sobre o julgamento.
O DOL teve acesso à decisão referente ao pedido de revisão do atleta. O presidente do Tribunal de Justiça Desportiva do Pará, Mário Célio, determinou a intimação do Itupiranga para provar que tomou as providências cabíveis em relação a citação ou intimação do atleta, nos termos do Art.51-A do CBJD no prazo de 24 horas.
Entenda o Caso:
Para compreender melhor a história que paralisou o Parazão 2022, precisamos voltar ao Campeonato Paraense de 2021, mais precisamente no dia 2 de maio, quando Itupiranga e Tuna Luso se enfrentaram no Estádio Zinho Oliveira, em jogo válido pela ida das quartas de final, que terminou 3 a 0 para os cruzmaltinos.
Aos seis minutos do segundo tempo, Hatos foi expulso após falta em Kauê. O lance foi caracterizado pelo árbitro da partida, Djonaltan Costa de Araújo (CD/PA), como excesso de força. Uma confusão começou entre os jogadores. O atleta, em virtude da expulsão, foi julgado dia 26 de maio de 2021 pela 2ª comissão do TJD-PA (Tribunal de Justiça Desportiva do Pará), quando foi punido em cinco jogos.
Sua defesa diz que apenas o Itupiranga foi informado sobre o julgamento e decisão. Tanto é que, após a sanção, Hatos ainda jogou seis partidas pelo Cametá, na disputa do Campeonato Paraense da Segunda Divisão de 2021.
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