No universo do futebol, algumas histórias se constroem sobre a base da superação e da resiliência. Foi assim para Esli Garcia, atacante venezuelano que protagonizou uma impressionante virada em sua trajetória no Paysandu. Depois de amargar a reserva sob o comando de Hélio dos Anjos, o jogador viu sua sorte mudar com a chegada do técnico Márcio Fernandes. Finalmente recebendo mais oportunidades, Esli se tornou peça fundamental para a permanência do clube na Série B, transformando cada chance em gols decisivos.
Esli passou boa parte da temporada como uma opção secundária, com questionamentos recorrentes sobre sua contribuição defensiva. No entanto, na reta final, sua habilidade ofensiva falou mais alto. Em momentos vitais, como a vitória sobre a Ponte Preta e a recente partida contra o Brusque, ele foi decisivo, saindo do banco de reservas para marcar gols que asseguraram pontos essenciais ao Paysandu. O treinador Márcio Fernandes, inclusive, reconheceu o talento do venezuelano, especialmente no “último terço” do campo, exaltando sua capacidade de finalização, embora ainda aponte a necessidade de ajustes na recomposição defensiva.
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Além do talento para balançar as redes adversárias, Esli conquistou a torcida com sua postura em campo. Após um gol importante – no empate em 1 a 1 com o Goiás, em 1º de setembro -, o atacante chegou a encarar Hélio dos Anjos, numa clara resposta à frustração acumulada pelos jogos no banco. Esse momento foi visto como um símbolo de sua superação, transformando-o em ídolo para os torcedores, que celebraram sua firmeza e vontade de provar seu valor. Desde então, Esli não apenas se tornou o principal artilheiro do clube na Série B, com oito gols, mas também um dos maiores responsáveis pela permanência do time na competição.
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MEDITAÇÃO NO GRAMADO APÓS “GOL DO FICO”
Na noite da última segunda-feira (11), Márcio Fernandes decidiu mandar Esli Garcia a campo aos 21 minutos do segundo tempo. Aos 35 minutos, o pequeno venezuelano recebeu um passe de Borasi e, com um toque preciso, abriu o placar contra o Brusque. Era o tão o “gol do fico” tão aguardado pela torcida bicolor. O Papão estava garantido matematicamente na Série B de 2025.
Após o apito final e a consagração da permanência do Paysandu na Segundona, Esli escolheu permanecer no gramado da Curuzu, um gesto que refletia o peso e o significado daquele momento. Primeiramente sozinho e, em um segundo momento, ao lado da namorada, ele observou em silêncio enquanto as arquibancadas iam se esvaziando, respirando a atmosfera de uma temporada intensa e de superação pessoal.
Cada olhar para o estádio parecia carregar as lembranças de sua jornada de altos e baixos, desde os tempos de “patinho feio” até o papel de herói que ele assumiu nas últimas partidas. Era como se revivesse mentalmente cada passo dado com a camisa bicolor, refletindo sobre os desafios e as conquistas que culminaram naquela noite especial. Ali, sob o brilho das luzes do estádio, também parecia projetar os próximos passos, ponderando sobre o que o futuro reserva e se ainda estará com a torcida que tanto o apoiou.
FUTURO INCERTO NA CURUZU
Apesar da reviravolta em sua primeira temporada pelo Paysandu, o futuro de Esli na Curuzu permanece incerto. “Não sei se vou ficar, mas agradeço muito ao torcedor pelo apoio que sempre me deu”, disse o atacante. Em um ano de desafios, a presença de Esli Garcia simboliza o espírito de luta do clube bicolor e da torcida apaixonada, que, agora com a permanência assegurada, se prepara para novos desafios, esperando que o ídolo venezuelano permaneça na equipe.