Na raça e na superação
Não deu para ganhar na técnica, mas a raça salvou o PSC em Teresina. Em jogo dramático, o time de Roberto Fonseca se aplicou intensamente em todas as jogadas, mesmo nas mais bisonhas. Essa entrega garantiu o excelente resultado de 3 a 2 sobre o Altos, no sábado. A importância da vitória se confirmaria ontem com o empate entre Manaus e Ferroviário (1 a 1), que deu a classificação antecipada à próxima fase da Série C.
Com base na campanha, não se esperava uma apresentação exuberante do PSC. O que estava em pauta era uma resposta ao vexame da rodada anterior, quando a equipe foi goleada pelo Ferroviário.
A resposta veio, mas a etapa inicial foi preocupante. Desorganizado e inseguro, o time errou muito e conseguiu às duras penas igualar o marcador antes do intervalo. Robinho marcou logo aos 7 minutos. Ele tocou de cabeça encobrindo o goleiro Fábio e o zagueiro Mimica.
A abertura do placar deu a falsa impressão de que o jogo seria tranquilo. O Altos se movimentava com desenvoltura no ataque. Aos 12’, o bom Manoel recebeu na área, fintou Denilson e Marino e mandou na gaveta de Victor Souza. Um golaço. O jogo virou então um festival de erros, chutões e trombadas com a contribuição do gramado esburacado.
Aos 33’, veio a primeira virada. Em cobrança de falta de Netinho, um estabanado Leandro Silva desviou para as redes, fazendo 2 a 1 para o Altos. O lance teve origem numa arrancada de Manoel pela direita. Ele driblou Diego Matos e recebeu uma sarrafada junto à área.
Cinco minutos depois, Diego Matos se reabilitou cobrando falta da intermediária. O cruzamento em curva enganou a trôpega linha de zaga piauiense e Perema, como um centroavante-raiz, bateu para as redes.
O empate foi providencial, pois manteve o Papão vivo na partida. Logo no recomeço, aos 7 minutos, Leandro Silva se recuperou do gol contra mandando para as redes certas um rebote surgido na cobrança de escanteio por José Aldo, que havia substituído ao inoperante Ruy.
Conquistada a virada, o PSC teve que se desdobrar para suportar a pressão dos donos da casa. É verdade que a necessidade de atacar levou o Altos a abrir a guarda permitindo várias chances para contra-ataques, todos desperdiçados pelos atacantes bicolores.
Ofensivo no tempo inicial, o Altos se perdia no excesso de toques laterais e dribles desnecessários junto à grande área. Criou mais sensação de perigo do que ataques realmente agudos.
Com José Aldo articulando as jogadas, Laércio atacando pela direita e Tiago Santos no lugar de Grampola, o PSC teve duas grandes oportunidades. Na primeira, Diego Matos cobrou falta e a bola explodiu na trave. Depois, Tiago Santos entrou livre e errou o alvo.
O Altos ameaçou com um cabeceio de Mimica e um chute de Cesinha que bateu na trave. No fim das contas, mesmo aos trancos e barrancos, confuso como sempre, o PSC conquistou o resultado que precisava, e é isso que importa.
Japiim sai de cena, apesar da melhor campanha
Melhor time da fase de classificação da Série D, o Castanhal sofreu um duro golpe ontem. O time foi eliminado pelo Moto Clube, por 2 a 1, após fraca atuação no estádio Modelão. No placar agregado, o rubro-negro maranhense marcou 3 a 1 – havia vencido o primeiro jogo por 2 a 0.
Esperava-se da equipe castanhalense um jogo de superação, capaz de garantir a reversão. Lutando por três gols de diferença para garantir a classificação, o Japiim começou timidamente e permitiu ao Moto pressionar desde os primeiros minutos.
Os gols saíram no 2º tempo. Vander marcou aos 4 minutos após boa trama do ataque motense. Depois, Samuel fez pênalti em Felipe Cruz. Ted Love cobrou, a bola foi na trave e Felipe Cruz aproveitou o rebote: 2 a 0.
Guilherme, escorando de cabeça um escanteio aos 22’, diminuiu para o Castanhal. Nos minutos finais, o time de Cacaio impôs uma pressão forte, mas não conseguiu acertar nas finalizações.
Os castanhalenses reclamaram de um pênalti em Leandro Cearense ainda no primeiro tempo. O atacante foi atingido na área, mas o árbitro Paulo Renato Moreira (RJ) ignorou a falta. Apesar da frustração, Cacaio foi elegante e reconheceu a superioridade do Moto no mata-mata.
Falsetas de um regulamento que não premia mérito e regularidade. Na fase de pontos corridos, o Castanhal foi absoluto, mantendo-se invicto por 14 rodadas. Quando a competição se tornou eliminatória, o time fracassou.
Em tempo: foi notória a falta que Willian Fazendinha fez ao meio-campo – o armador trocou o Japiim pelo PSC.
Paragominas classifica com vitória longe de casa
Com valentia e frieza, o Paragominas defendeu a vantagem de 1 a 0 imposta no primeiro jogo e foi além: venceu o S. Raimundo-RR, ontem à noite, em Boa Vista, por 2 a 1. A equipe de Robson Melo é uma das surpresas da Série D, pois chegou a ficar ameaçada de passar à 2ª fase.
O jogo foi equilibrado no primeiro tempo. O S. Raimundo buscava mais o ataque, mas criava pouco. O gol se desenhou quando Juninho invadiu a área e chutou, mas Dida defendeu. Depois, Tavinho cabeceou para o gol vazio, mas Biro salvou em cima da linha.
Logo aos 22 segundos do 2º tempo, o S. Raimundo marcou. Tavinho roubou a bola na intermediária e tocou de cobertura na saída de Dida. Aos 5 minutos, Eric quase ampliou, mas o chute foi em cima do goleiro.
O Jacaré reagiu com um gol de Paulo Rangel, anulado por impedimento. O empate veio aos 19’. Dutra chutou no canto do gol de André Regly. O S. Raimundo seguiu insistindo, mas falhando nos arremates. A virada veio aos 40’. Michel cobrou falta no segundo pau e Douglas testou para as redes.
Méritos de Robson Melo, que conduziu o Paragominas à classificação após alguns resultados ruins e dificuldades na montagem da equipe. O técnico foi expulso no fim da partida, junto com o meia Fernando.