Na primeira partida das quartas de final do Campeonato Paraense 2024, o Águia de Marabá venceu o Caeté por 2 a 0, mas o jogo foi manchado pelo crime de racismo. Um episódio que chama a atenção para a necessidade de ações efetivas para combater o racismo no futebol, e reforça a importância do respeito e da dignidade no esporte e na sociedade brasileira de modo geral.

Aos 39 minutos do primeiro tempo, quando o jogo estava empatado em 0 a 0, o atacante Fidelis, do Caeté, foi alvo de injúria racial proferida por um torcedor identificado como Charles Martins dos Santos Pereira, membro de uma torcida organizada do Águia. No ano passado, o atacante Jean Silva, do Clube do Remo, também foi vítima de racismo no primeiro jogo da final do Campeonato Paraense, contra o Azulão, em Marabá.

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A situação ocorreu enquanto o atleta participava do aquecimento, à beira do gramado do estádio Zinho Oliveira. Fidelis, no entanto, decidiu esperar o término da partida antes de se dirigir à delegacia, onde registrou um Boletim de Ocorrência. Após a denúncia, o torcedor foi preso em flagrante por injúria racial, crime equiparado a hediondo e inafiançável pela autoridade policial.

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Diante do clima tenso gerado pelo crime, o ônibus com os atletas e a diretoria do Caeté precisou deixar o estádio escoltado pela Polícia Militar.


O delegado Bruno Martins Mesquita, titular da Seccional de Polícia da Folha 30, onde o caso está sendo investigado, afirmou que, segundo depoimento de testemunhas, o suspeito teria gritado palavras e expressões de cunho racista e discriminatório. De acordo com a autoridade policial, as diligências continuam para encontrar mais provas, apesar da escassez de filmagens com áudio do momento do crime.

NOTAS DE REPÚDIO

Os clubes emitiram notas oficiais sobre o ocorrido. O Caeté expressou veementemente sua indignação, repudiou o ato de racismo, e afirmou estar ao lado do atleta Fidelis.

O Águia de Marabá se solidarizou com o jogador vítima de racismo, informou que o torcedor foi identificado e conduzido imediatamente para a delegacia, e ressaltou que o clube jamais compactua com tais atos abomináveis. No entanto, não adiantou se adotará qualquer punição administrativa contra o torcedor.

A Federação Paraense de Futebol ainda não se manifestou sobre o caso até o momento desta publicação.

CONFIRA A ÍNTEGRA DAS NOTAS DE REPÚDIO DOS CLUBES:

NOTA DO CAETÉ

“A Sociedade Esportiva Caeté expressa veementemente sua indignação diante do ato de racismo perpetrado contra o atleta Fidelis por um torcedor em Marabá, durante a partida de hoje. O racismo é uma violação intolerável dos direitos humanos e dos valores fundamentais do esporte. O atleta prestou depoimento na Seccional da Polícia Civil de Marabá e o caso está sendo conduzido pelas autoridades.

Reiteramos nosso compromisso inabalável contra qualquer forma de discriminação racial. O Clube repudia esses atos de ódio e preconceito, que não têm lugar em nosso campo, nas arquibancadas ou em qualquer outro lugar da sociedade.

Nossa solidariedade ao atleta Fidelis. Estamos ao seu lado e faremos todo o possível para apoiá-lo neste momento. Vamos trabalhar para garantir que ele receba o apoio necessário e que o responsável por esse ato repugnante seja responsabilizado.

Reafirmamos nosso compromisso com a promoção da igualdade, diversidade e inclusão em nosso clube e em toda a comunidade do esporte. Juntos, continuaremos lutando contra o racismo e todas as formas de discriminação, para construir um ambiente onde todos os atletas possam competir com respeito e dignidade”. – Assessoria de Imprensa Caeté.”

 

 

NOTA DO ÁGUIA DE MARABÁ

“O Águia de Marabá se solidariza com o atleta Fidélis, da Sociedade Esportiva Caeté, que foi vítima de um ato de racismo na partida de hoje. O Águia esclarece que o “torcedor” que praticou tal ato foi identificado e conduzido imediatamente para a delegacia da Polícia Civil.

O Azulão está à disposição do atleta e das autoridades competentes, se comprometendo a colaborar com o que for necessário para a devida apuração dos fatos.

O Águia de Marabá ressalta que ao longo de sua grandiosa história jamais compactuou com tais atos abomináveis e que assim sempre será. Racistas não passarão!” – Águia de Marabá Futebol Clube.”

O Águia de Marabá se solidariza com o atleta Fidélis, da Sociedade Esportiva Caeté, que foi vítima de um ato de racismo na partida de hoje. O Águia esclarece que o “torcedor” que praticou tal ato foi identificado e conduzido imediatamente para a delegacia da Polícia Civil. pic.twitter.com/5n8SF679Sq

— Águia de Marabá FC (@MarabaAguia) March 10, 2024

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