O treinador Josué Teixeira não faz rodeios para colocar em prática o que pensa em seu trabalho no Remo. Após a perda de Henrique, com estiramento na coxa, o técnico escalou o recém chegado Leandro Silva como titular, mesmo com o atleta fazendo só seu segundo treino no time. “A verdade é que, nesse momento, o Leandro está em condições físicas melhores que o Bruno Costa, por causa da recuperação da lesão que sofreu. Não é uma escolha técnica, o Bruno já foi titular em três rodadas e foi muito bem, justificando sua vinda, mas não está em suas melhores condições ainda, então não começa jogando”, afirmou.
Josué também ficou notório após expressar seu descontentamento com Eduardo Ramos, em uma coletiva de imprensa. Mas não se furtou em elogiar o atleta por se entregar em campo no último jogo. “O que o Eduardo fez, nas condições físicas dele, foi heroico. Aguentar 90 minutos, com o físico como ele ainda se encontrava, foi muito além do esperado. Ele usou de inteligência ao se aproximar da área, e eu até gritava para ele não voltar mais atrás da bola, que era justamente pensando em não desgastar mais para as próximas rodadas”, explicou o comandante.
Apesar dos elogios, Josué diz que sabe que a questão física é importante e tem em mente que nem todos os jogadores estão preparados para jogar até o final. “Alguns jogadores podem não aguentar o jogo e pensamos em algumas alternativas também. O campeonato não nos dá tempo de recuperar totalmente o grupo, mas temos de jogar com isso” explicou o comandante azulino.
AVALIAÇÃO DO RIVAL
Por fim, ele avalia que o jogo contra o CSA é um desafio diferenciado na série C. “É um time muito bom. Fez muitas mudanças em relação ao Estadual, mas recompôs bem o time. Tem um ótimo treinador, que eu conheço pessoalmente”, informa. “Repassei muitas coisas aos meus jogadores, mas à imprensa e torcida posso dizer que é um jogo diferenciado, porque é um adversário que vem com tudo para brigar pelo acesso. Vencer é colocar a moral do time lá no topo também”, comenta Josué.
AMOR E ÓDIO
Eduardo Ramos segue entre tapas e beijosAo fim do treinamento de ontem, um torcedor do outro lado do portão de acesso do Baenão conseguiu, por uma brecha, ver o meia Eduardo Ramos retornando do treino e o chamou. “Ô Eduardo! Por favor, abre aqui esse portão, bicho!”. Bem humorado, o meia se aproximou. “Mas como é que faz isso, tio?”, brincou, sinalizando que estava além do seu poder liberar a torcida pra entrar.
O ato de responder ao torcedor, no entanto, chamou atenção de outros torcedores. E logo outro torcedor se aproximou do portão para começar a desferir reclamações e ofensas ao meia. O jogador se afastou outra vez do portão e seguiu para a sala de imprensa.Poucos jogadores no Baeão, atualmente, contam com uma relação de amor e ódio tão intensa com a torcida azulina. Mas ele não se queixa. “Acho que é normal. A torcida do Remo é gigante e apaixonada. A paixão as vezes faz você ter umas reações um pouco exageradas, mas eu acho que quem apoia, paga ingresso e faz sua parte tem o direito de cobrar”, minimiza.
O Camisa 10 azulino afirma que mais uma vez deve jogar na base da superação contra o CSA. “Não tivemos tempo para fazer a recuperação adequada. Tivemos uma viagem de volta longa e apenas três atividades, desde então”, diz Ramos. “Fisicamente não estou 100%, mas estou pronto para me superar, se precisar”, afirma o jogador, que diz ter permanecido na concentração azulina desde o retorno para procurar se regenerar mais rapidamente.
(Taion Almeida/Diário do Pará)
