O jornalista Fábio Sormani divulgou nesta quarta-feira (28) uma nota sobre sua demissão da ESPN. No texto, o comentarista afirma que o “desligamento não se deu por homofobia” e diz ter passado “dias terríveis” após o ocorrido.

Sormani foi demitido na última sexta-feira (23). O UOL apurou que a decisão foi tomada após denúncia de homofobia para a área de compliance (que cuida do cumprimento de regras e normas de conduta) da empresa. Segundo apuração da reportagem, uma piada de teor homofóbico foi feita em um banheiro dentro da ESPN, com testemunhas.

Fábio Sormani foi procurado pela reportagem algumas vezes no mesmo dia da demissão, mas preferiu não se manifestar na ocasião.

No texto divulgado nesta quarta, Sormani afirma que “há uma distância e uma diferença enorme entre essa infundada adjetivação [homofobia] e a brincadeira feita com um velho companheiro de trabalho e que entendia ser meu amigo (por isso senti-me à vontade para fazê-la). A ESPN entendeu que o episódio feriu cláusulas contratuais, por desrespeito e quiçá indevidas, mas, repito, jamais discriminatórias”.

No dia da demissão, a assessoria da ESPN divulgou a seguinte nota: “O jornalista Fábio Sormani deixa de fazer parte do time de comentaristas dos canais de esporte da Disney. Agradecemos por todo seu empenho e desejamos sucesso à sua nova etapa profissional.”. Procurada pelo reportagem após a divulgação da nota de Sormani, a ESPN não quis se pronunciar e manteve o mesmo pronunciamento enviado inicialmente.


ÍNTEGRA DA NOTA DE FÁBIO SORMANI

Sou jornalista há 43 anos e sempre pautei minha vida pessoal e profissional regido por alguns princípios que me são muitos valorosos: ética, verdade, respeito, retidão e moralidade.

Dentro dessa minha história não posso aceitar a divulgação que fui desligado da ESPN por homofobia. Isso é o que popularmente se diz fake news, o que é inaceitável.

Estou me manifestando porque quem cala, consente, diz o velho ditado. Por harmonizar com o secular axioma, estou aqui pedindo um minutinho de sua atenção para esclarecer os fatos.

Na última sexta-feira, dia 23/09/22, fui desligado da ESPN. Mas, ao contrário do que sites inveridicamente disseram, meu desligamento não se deu por homofobia. O comunicado do meu desligamento por parte da ESPN não cita, em momento algum, essa pratica preconceituosa. Aliás, nem o compliance da empresa entendeu o episódio desta maneira, ao contrário do que foi divulgado por alguns meios de comunicação.

Há uma distância e uma diferença enorme entre essa infundada adjetivação e a brincadeira feita com um velho companheiro de trabalho e que entendia ser meu amigo (por isso senti-me à vontade para fazê-la). A ESPN entendeu que o episódio feriu cláusulas contratuais, por desrespeito e quiçá indevidas, mas, repito, jamais discriminatórias.

A própria carta elaborada pelo Jurídico da ESPN sobre o meu desligamento não fala em trecho algum em ato homofóbico – e que isso, pois, fique bem claro.

O comunicado da ESPN sobre o rompimento do meu contrato, entregue aos veículos de comunicação, também não fala, em momento algum, de qualquer forma de homofobia ou ilicitude. Diz o comunicado: “O jornalista Fábio Sormani deixa de fazer parte do time de comentaristas dos canais de esporte da Disney. Agradecemos por todo seu empenho e desejamos sucesso à sua nova etapa profissional”.

Um dos princípios básicos do jornalismo é apurar corretamente os fatos. Isso não foi feito; sendo assim, cometeram o equívoco e expuseram meu nome e minha reputação ao julgamento público por um preconceito que não possuo e por infração que eu não cometi.

Nem preciso externar, mas faço questão de fazê-lo, que passei dias horríveis. Refleti a respeito da minha carreira, minha profissão e fiquei terrivelmente abalado por conta dessa atitude dos veículos de comunicação que informaram de maneira incorreta o motivo do meu desligamento.

Aliás, sinto-me ainda assim. Minha família também sofre neste momento. Por isso estou aqui, usando esse espaço, para clarear a situação. Repito: fui desligado da ESPN por uma brincadeira e não por homofobia. Nunca o fui, sou ou serei. Faz parte do meu caráter e formação.

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