De camisa polo, óculos de sol pendurado e carregando a mala com o braço direito, Paulo Henrique Ganso desembarcou ao do lado do compatriota Guilherme Arana em Benidorm, na região de Valencia, para seguir a pré-temporada com o Sevilla. O meia, cuja presença na preparação chegou a estar em dúvida, foi chamado para se reapresentar com os companheiros.
Os espanhóis concluíram que, mantendo a rotina de trabalho do meia debaixo de seu radar e deixando o brasileiro em forma, será mais fácil resolver o seu futuro.
Uma conversa recente entre a diretoria do clube e o empresário Giuseppe Dioguardi, o Pepinho, próximo ao estádio Ramón Sánchez Pizjuán afinou um pouco mais a sintonia entre as partes ao redor de uma definição. Como sinalizado anteriormente, ela passa por seu empréstimo dentro do futebol europeu.
Conforme apurado pela reportagem, o cenário mais positivo neste momento é dentro da própria Espanha.
A exemplo de seis meses atrás, diversas possibilidades foram colocadas em cima da mesa, com resposta positiva de pelo menos uma delas: o Alavés, que assegurou a Ganso um papel de protagonista dentro de seu projeto para a temporada. A princípio, surge como obstáculo para um acordo o fator financeiro. O ex-jogador de Santos e São Paulo é dono de um dos maiores salários do Sevilla, faturando em torno de € 2 milhões líquidos anuais (R$ 8,7 milhões). Os andaluzes teriam de seguir arcando com uma parte de seus vencimentos para que as conversas avancem.
O Valladolid foi outro a procurar Ganso na última semana. Outras consultas ficaram somente no primeiro contato. Existe a predileção por parte do meia de 28 anos de seguir no futebol espanhol e, após duas temporadas em que viu frustradas suas tentativas de decolar, enfim, provar o seu valor. Ele ainda poderia, assim, dar entrada no pedido de dupla nacionalidade a partir do segundo semestre e abrir o seu leque de opções.
O atleta mantém a sua família em compasso de espera no Brasil até que o seu destino seja resolvido.
DIRETOR EVITA ASSUNTO
No próximo sábado (14), o Sevilla faz o seu primeiro amistoso de pré-temporada contra o Bournemouth, da Inglaterra. Depois, na terça (17), enfrenta o Murcia. Será a chance do técnico Pablo Machín, ex-Girona, esboçar o time que pretende mandar a campo no mata-mata da Liga Europa, desafio principal em sua arrancada. Enquanto isso, o diretor Joaquín Caparrós, que encerrou maio no banco de reservas, conduz os negócios e se concentra na montagem do elenco.
Em entrevista recente ao periódico El Correo de Andalucía, ele foi perguntado se ainda acreditava que Ganso poderia triunfar no futebol espanhol e repassou a bola para o próprio jogador. “Depende dele. Se digo que o Sevilla está procurando uma saída, é claro (que está). Existem circunstâncias que têm que ficar dentro do clube, então, vamos à próxima pergunta”, disse.
Em Nervión, é clara a necessidade de fazer caixa e reduzir a folha salarial para ir atrás de reforços no mercado.
O comportamento de Ganso é tido internamente como exemplar no Sevilla. Não houve qualquer conflito entre as partes, mesmo em seu momento mais tenso, após o corte de seu nome da lista da Liga dos Campeões pelo ex-técnico Vincenzo Montella e o seu afastamento dos treinos com o time principal em fevereiro.
O contrato do meia com o Sevilla é válido até junho de 2021.
(FolhaPress)