Se o Re-Pa do final de semana passado, que abriu a final do Parazão, foi uma espécie de entrada de um grande banquete, o de hoje, às 16h, no Mangueirão, cujo resultado apontará o campeão estadual 2017, servirá o prato principal aos torcedores de Remo e Paysandu, que voltam a decidir o Estadual, após dois anos. A última vez em que Leão e Papão decidiram o título foi em 2014, com os azulinos levando para casa o “caneco” de campeão, repetindo o feito no ano seguinte.
Desta vez, é o Papão quem busca o bicampeonato, já que, em 2016, derrotando o São Francisco, sagrou-se campeão. Numa competição bem mais resumida, sem a “gordura” de turno e returno, por conta do calendário apertado, azulinos e bicolores asseguraram presença na final do campeonato após terem eliminado, na fase semifinal, Independente e São Raimundo, respectivamente, resultados que praticamente emparelharam os finalistas na classificação.
Em 13 partidas que disputaram na competição, Leão e Papão chegaram a 26 e 25 pontos, respectivamente, o que faz do Parazão 2017 uma das disputas mais equilibradas dos últimos anos entre os tradicionais rivais. Com o empate, por 1 a 1, no jogo de abertura da decisão no domingo passado, quem vencer, hoje, chegará ao título estadual, que, para os azulinos, representará o 45º de sua história, e, para os bicolores o 47º.
Caso o Re-Pa terminem com um novo empate, a decisão será levada para a “loteria” dos pênaltis. Situação que para o Leão não será inédita no campeonato, visto que na semifinal eliminou o Galo desta maneira. Já para os bicolores, que passaram sem susto pelo Pantera, a situação ocorreria pela primeira vez. A expectativa é de que o Re-Pa, de número 741, por ser decisivo, tenha público superior aos 16.550 pagantes registrados no clássico passado. Muitos torcedores procuraram guardar as economias para a grande festa da final.
Leão Azul e suas tradicionais dúvidas
Até a última quinta-feira, o técnico Josué Teixeira já tinha praticamente todo o time definido para enfrentar o maior rival no jogo de hoje. Porém, no treino de sexta, o meia Flamel, que faria o seu retorno depois de praticamente um mês parado, voltou a sentir a panturrilha e se torna a grande dúvida para o clássico, ficando praticamente descartado.
A tendência é que Josué volte a armar um esquema parecido como foi no primeiro jogo, entretanto ele ainda tem mais algumas possibilidades para fazer as variações de jogadas que ele costuma trabalhar durante os treinamentos. “Vamos fazer as modificações. Temos duas ou três possibilidades para a gente fazer. O Jayme ou o Fininho ou o Rodrigo e até o próprio Jackinha”, comenta. “O Henrique, normal, vai para o jogo. Agora, vamos ter de ter calma para ver quem fazer esse papel por dentro do campo. Vamos sofrer de novo, por não ter essa sequência de equipe”, completa.
Mesmo com a ausência de jogadores importante, o comandante azulino destaca que o grupo remista já deu provas que tem capacidade de superar as adversidades. “Sempre no princípio de valorizar quem está presente, sem lamentar as ausências. A gente confia que este grupo de jogadores vai dar uma resposta positiva, com intensidade, determinação, dignidade, para superar o grande adversário, que é o Paysandu”, afirma. “Vamos reunir com toda a comissão técnica para ver os prós e os contras para definir a melhor escalação”, argumenta o treinador azulino.
Papão vai com força total
Sem tempo para treinar o time e, ainda por cima, com a cabeça inchada, após a derrota, por 3 a 1, diante do Luverdense-MT, no primeiro jogo da final da Copa Verde, o técnico Marcelo Chamusca, tem, agora, motivos de sobra para segurar a escalação do Paysandu que enfrentará o Remo, à tarde, no Mangueirão. Os bicolores só retornaram no início da tarde de sexta-feira de Cuiabá, com o treinador evitando “estourar” seus comandados em treinamentos.
Embora a formação bicolor seja um mistério, que só terminará, hoje, no Mangueirão, Chamusca fará mudanças – e muitas – na formação que caiu diante do Verdão. O técnico poupou alguns titulares na partida na Arena Pantanal, justamente pensando na decisão de hoje. Assim, os zagueiros Perema e Gilvan, além do volante Wésley e do atacante Bérgson devem retomar a titularidade.
“Para este jogo (contra o Luverdense) procurei preservar sete jogadores. Temos uma decisão, um clássico e não podemos nem chegar perto do que apresentamos hoje contra o Luverdense (na última quinta-feira, 4)”, disse Chamusca. É possível que ele tire do “bolso do colete”, como tem acontecido nos últimos jogos do time, alguma novidade, a fim de surpreender o rival.
(Nildo Lima/Diário do Pará)