Às vezes, no decorrer de cada trajetória, é possível que, em algum momento, o dito de que a vida imita a arte, de fato, acabe se concretizando. E essa máxima é refletida, principalmente, quando a história em questão é baseada em superação. Hoje é um desses dias. Às 17h, no estádio da Curuzu, em Belém, quando o Pinheirense entrar em campo, estará sendo o personagem principal de uma trama à la “A um passo da glória”, filme que retrata as dificuldades de um time de futebol, e decidirá, com o coração na ponta da chuteira, o título da Série A2 de futebol feminino contra a Portuguesa-SP.

Tendo a vantagem do empate, já que venceu o jogo de ida por 2 a 1, o General da Vila tem a conquista da competição como algo que vai muito além do simbólico, pois, como na película de 2000, é a materialização do êxito através das dificuldades, da falta de amparo, e, sobretudo, com a celebração de um novo horizonte esportivo, uma vez que, em caso de vitória, o grupo icoaraciense irá abocanhar um título inédito, além de ser a responsável pela 8° conquista nacional para o Estado do Pará.

Mas o que mais surpreende entre as semelhanças do roteiro do filme com a campanha do time paraense, é um ponto de equilíbrio que vem quebrando a banca e surpreendendo todos: o técnico. No filme, retratado pelo ator Robert Duvall, na vida real, o norte da equipe é a treinadora Aline Costa. Como é de conhecimento geral, a técnica, que contou exclusivamente com a qualidade de suas jogadoras, mesmo com os empecilhos, prevê que a conquista, representaria uma coisa que ainda está em falta na modalidade estadual: oportunidade.


“A gente espera muito essa vitória. Esse jogo é por todos os times femininos que acabam desistindo por falta de apoio ou oportunidade. Eu acredito com todas as forças que a vitória nos dará oportunidade de fazer um grande bem para o futebol feminino”, explicou a comandante. Assim como o título do filme, o Pinheirense, que está a um passo da glória, tem todos os atributos para encerrar sua participação no campeonato como no final do longa-metragem: se tornando lendas.

Um jogo que pode consagrar a artilheira

Desde o início da competição, o Pinheirense veio se destacando em suas partidas pelo seu grande volume de jogo e pelo entrosamento que a equipe demonstrou em cada partida do certame. Isso fez com a equipe se tornasse, além do melhor time na competição, o melhor em cada função, como a melhor defesa com apenas 6 gols sofridos, e o melhor ataque, com 34 gols feitos. E, nesse último feito, uma jogadora de apenas 22 anos ajudou bastante.

Irley Grahen, camisa 11 e principal jogadora da equipe no certame, é autora de 10 tentos e, para essa decisão, é a grande esperança de gols do time. Mesmo com o bom número de finalizações, Irley frisa que o seu desempenho, apesar de individual, é fruto de um grande trabalho coletivo. “Sou muito grata por ter uma grande equipe ao meu lado. Nossos treinos, sempre são focados no conjunto e pensando no grupo. Fico feliz de ajudar minhas amigas com gols, mas os créditos são todos delas também”, disse a atacante em reconhecimento as suas companheiras.

Precisando de um gol para se isolar na artilharia geral do campeonato, Irley garante que, apesar da gratificação pessoal pelo bom rendimento no torneio, o principal para hoje é ajudar o Pinheirense a conquistar o título inédito para o Pará. “Vou brigar de todas as formas pelo gol. Não pensando em artilharia, mas na nossa vitória. Por isso, se for o caso de ajudar na defesa, na lateral ou com passes, vou me integrar da mesma forma para garantirmos o nosso sonho e para o nosso estado”, disse.

(Matheus Miranda/Diário do Pará)

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