A trajetória de Éder Militão na Seleção Brasileira ganha um novo capítulo, mas desta vez marcada pela superação. O defensor do Real Madrid, convocado novamente após longos meses de recuperação, revelou que chegou a pensar em encerrar a carreira depois de sofrer duas rupturas de ligamento cruzado anterior, uma em cada joelho.
A primeira aconteceu em agosto de 2023, no lado esquerdo. A segunda, em novembro de 2024, no direito. O intervalo entre as lesões foi curto demais para quem ainda tentava se reerguer. O impacto físico e mental quase o afastou definitivamente do futebol.
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“Na segunda lesão, passaram muitas coisas pela minha cabeça. Pensei em parar de jogar bola, porque não é fácil, mas com a ajuda da minha esposa, da minha filha e dos companheiros, hoje estou aqui para jogar bem”, confessou o zagueiro.
Militão descreve o processo de recuperação como um dos mais desafiadores da carreira.
“Foram dois anos difíceis, com duas lesões muito complicadas. Na segunda, você encara de outra forma por já saber do processo. Não é uma coisa fácil de lidar, tem que estar muito apegado à família, a Deus…”, afirmou.
Ele lembrou o quanto o período fora dos gramados mexeu com sua rotina. “É algo que te tira do que está acostumado a fazer. De repente, você fica em casa dependendo de uma ajuda, de alguém fazer as coisas para você. Graças a Deus, me recuperei, voltei ao grande nível, o que não é fácil.”, completou.
A volta à Seleção também marca o reencontro com o técnico Carlo Ancelotti, com quem construiu uma relação sólida no Real Madrid. Juntos, conquistaram títulos espanhóis, europeus e mundiais. Agora, o zagueiro sabe que precisará reconquistar o espaço entre os titulares da Amarelinha.
“Vou ter, sim, que correr atrás desse espaço, brigar, porque temos ótimos jogadores, ótimos zagueiros. Vou ter que brigar por essa vaga. O Ancelotti deixou bem claro que as pessoas que jogam vão ter que estar bem fisicamente, vão ter que estar 100%, e vai depender de mim”, afirmou.
Apesar do histórico de lateral-direito no início da carreira, Militão se define hoje como zagueiro.“Hoje, eu sou zagueiro. Tive algumas passagens como lateral no São Paulo, no Porto, na Copa do Mundo… Não tenho problema em jogar ali, mas esse tempo todo venho jogando de zagueiro. O importante é estar no meio, independentemente de onde jogar, vou dar o meu máximo para ajudar”, explicou.
A confiança no trabalho de Ancelotti também é visível. “Por tudo o que já ganhou, ele consegue administrar bem o vestiário. Ele é um companheiro dentro e fora de campo. Ele deixa as pessoas com a sensação de importância dentro do grupo, quem está jogando, quem não está”, destacou.
Militão acredita que o novo ciclo da Seleção exigirá comprometimento total. “Sei que é uma pessoa que vai exigir bastante da gente, que vai querer tirar o máximo da gente. Depende da gente encarar bem, entender bem o que ele pede e conseguir colocar isso em prática”, completou.
O zagueiro volta a vestir a camisa do Brasil nesta sexta-feira (10), quando a equipe enfrenta a Coreia do Sul, às 8h (de Brasília), no Estádio da Copa do Mundo de Seul. Depois, o Brasil encara o Japão, na terça (14), às 7h30, no Estádio de Tóquio.