A chegada do novo executivo de futebol, Ítalo Rodrigues, profissional radicado há mais de uma década em Pernambuco, abriu oficialmente a nova temporada para o PSC. Finda a participação na Série C e encerrada a gestão Ricardo Gluck Paul, o clube tem que zerar tudo e partir para reformulações profundas, principalmente quanto ao elenco.

Quatro jogadores já deixaram a Curuzu. Alex Maranhão e Juninho, meias que não supriram as necessidades de criação, foram os primeiros a se desligar. O centroavante Jefinho, que não conseguiu ser titular, também já saiu. Por fim, Wellington Reis, volante resgatado no meio da Série C, que também não disse a que veio.

Alguns atletas têm contrato mais longo em andamento. É o caso de Bruno Collaço, Nicolas, Luiz Felipe, Paulo Ricardo e Tony. A grande maioria, porém, terá que negociar renovação a partir do dia 30 deste mês.

A situação permite que o time, mesmo sem técnico, seja escalado com a mesma base da Série C para a estreia na Copa Verde contra o Galvez (AC), na quinta-feira. A defesa estará completa, embora Perema, o melhor zagueiro do elenco, já esteja em conversas para renovar.

O meio-campo, problema de sempre, seguirá a atormentar corações e mentes no clube. Ítalo Rodrigues, que assumiu com um discurso pragmático e pé no chão, apostando na simplicidade de propósitos, terá que ir atrás de um meio-campista criativo, que seja o camisa 10 há muito tempo esperado. Aliás, desde Eduardo Ramos o Papão não tem um jogador digno das atribuições e responsabilidades da posição.

De todas as preocupações da diretoria a busca de um novo treinador é a mais urgente. Só com a chegada do comandante serão definidas as demais prioridades, principalmente quanto à formação do elenco.

Bolívar, Alexandre Gallo, Gilmar Dal Pozzo e Celso Teixeira são os nomes mais cogitados. Dal Pozzo, que deixou boa impressão na primeira passagem pelo clube, e Bolívar (ex-Vila Nova) estão à frente dos demais na bolsa de apostas.


Com base na produção dos jogadores durante a Série C, boa parte do elenco atual deverá ser descartada. Há insatisfação com alguns jogadores que ficaram de 2019 para 2020 a pedido de Hélio dos Anjos.

A permanência de Anderson Uchôa, que no momento é especulado como na mira dos azulinos, é um assunto que a nova diretoria não comenta. O clube tem interesse em manter o volante, embora haja o entendimento de que o custo-benefício foi negativo para o clube em vista da série de contusões que prejudicaram a atuação do jogador na Série C.

Um outro item volta à agenda bicolor: o investimento em jogadores formados na base. Nos dois últimos anos, essa política não criou corpo, talvez por força das opiniões e critérios dos treinadores. Alguns atletas – como Willyam, Alan Calbergue e Vitinho (já negociado) – chegaram a ser relacionados para jogos, mas raramente tiveram oportunidades.

A tendência é de que essa situação se altere drasticamente na gestão de Maurício Ettinger. A comissão técnica terá que investir no aproveitamento regular de jogadores revelados no próprio clube. A conferir.

Como um menino, Abelão renasce e impulsiona o Inter

Comovente a alegria de Abel na vitória do Internacional sobre o Grêmio, domingo, quebrando uma escrita que já durava 10 jogos. Aos 68 anos, com longa folha de serviços prestados ao futebol, ele parecia um menino pulando na comemoração do gol colorado e do triunfo que garantiu ao time a liderança isolada do Campeonato Brasileiro.

O lance capital da partida deixou dúvidas quanto ao acerto do VAR. Achei que não houve falta. Ocorre que Abel, a essa altura do campeonato, dependia dessa vitória para se tranquilizar na competição, desgarrando-se do S. Paulo (2º) e do Flamengo (3º), justamente o ex-clube do treinador.

A passagem pela Gávea é um ponto que incomoda Abel. Ele foi escorraçado pela diretoria, acusado de incompetência para montar um time de estrelas. Ficou célebre o episódio da barração de Arrascaeta, que depois encaixaria como luva no time supercampeão de Jorge Jesus.

Por tudo isso, a caminhada do Inter representa um desagravo público da carreira de Abel. Poucos conseguem o que ele está em vias de conquistar. Um profissional descartado de forma desumana sempre sonha com a volta por cima, coisa rara de ocorrer principalmente quando a idade avança.

No próprio Inter, Abel foi de certa maneira afrontado pelo acerto do clube com o espanhol Miguel Ángel Ramirez, ex-técnico do Independiente Del Valle. Abel é, por assim dizer, um vingador de todos os que sentiram o gosto amargo da rejeição. Que leve a cabo essa cruzada vitoriosa.

Uchôa interessa ao Remo, mas lesões ameaçam o negócio

Fazia tempo que um jogador pertencente a um dos rivais não entrava na prateleira de cobiça do adversário. Anderson Uchôa, nome improvável acaba de entrar para esse seleto clube, que nos últimos anos quase não foi alterado. A última grande travessia foi a de Eduardo Ramos, trocando a Curuzu pelo Baenão, caminho inverso ao de Vélber, em 2002.

As especulações foram confirmadas por pessoas ligadas ao volante. Ele teria uma proposta do Remo para disputar a Série B. Uchôa segue lesionado. Aliás, não joga desde a etapa de classificação da Série C.

Do lado remista, a informação é de que a oferta partiu do jogador. Ele está no PSC desde 2019, tendo disputado 45 jogos. A confiabilidade técnica nunca esteve em discussão. O problema é a parte física.

No final de 2019, ficou 80 dias ausente dos gramados em recuperação de uma cirurgia no pé. No ano passado, uma contusão na coxa direita logo na partida de abertura do quadrangular da Série C, contra o Ypiranga-RS, tirou o volante dos demais jogos.

Oriundo do Paraná Clube, o jogador ganhou destaque no PSC pela qualidade do passe e a capacidade de executar a transição ofensiva, quase um meia disfarçado de volante.

O trauma com as sucessivas lesões de Wallace e com o baixíssimo aproveitamento do lateral esquerdo Dudu Mandai, contratado ao São José (RS), pode indiretamente atrapalhar a contratação de Uchôa.

DEIXE UMA RESPOSTA

Digite seu comentário!
Digite seu nome aqui