O Paysandu é o primeiro clube do Brasil a ser denunciado por homofobia. A denúncia foi feita pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), por discriminação de gênero, no caso, por atos homofóbicos praticados por uma das organizadas do clube, a Terror Bicolor. Em 2014 houve um caso de denúncia por preconceito de orientação sexual, mas foi arquivado ainda na fase de inquérito.
O procurador Leonardo Andreotti é responsável pela ação que foi protocolada na última segunda-feira (10).
No dia 30 de junho, pela 11ª rodada, o Paysandu recebeu o Luverdense, no estádio da Curuzu, na ocasião integrantes da Terror Bicolor, organizada do time extinta em 2005, agrediram torcedores do próprio time, da torcida Banda Alma Celeste, pelo fato de a agremiação ter se manifestado a favor da causa LGBT.
Um boletim de ocorrência foi registrado pelos agredidos narrando não apenas este episódio, como ameaças de morte que integrantes da torcida vêm sofrendo por conta do posicionamento.
A Alma Celeste não entrou como parte no registro, mas prestou auxílio jurídico e psicológico aos denunciantes. Serviram como base para a denúncia do STJD, imagens captadas pela imprensa no dia do ocorrido.
Além desta denúncia presente no artigo 243 G, que diz pune quem “praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência”; o Papão também foi denunciado no 213, deixar de tomar providências para prevenir e reprimir desordens no estádio. Entre as penas previstas estão perda três pontos na competição, além de perda de um mando de campo e multa que pode chegar a cem mil reais.
O time ainda não foi notificado pelo STJD.
O artigo 243-G foi responsável pela eliminação do Grêmio, na Copa do Brasil, de 2014, quando uma torcedora chamou o goleiro Aranha, então no Santos, de “macaco”.
A Banda Alma Celeste foi a primeira torcida do Brasil a pedir o fim do preconceito por orientação sexual e de gênero, contra gays, lésbicas, transexuais, transgêneros, travestis e bissexuais. Além de terem aberto uma bandeira símbolo do Orgulho LGBT na arquibancada, num jogo contra o Santos, no primeiro semestre, eles também aboliram uma música que chamava os rivais do Remo de gays.
(Com informação do ESPN)