Nem bem o campeonato começou e o Paysandu já tem, hoje, às 16h30, no Mangueirão o seu grande desafio na Série B do Brasileiro: vencer o todo-poderoso Internacional-RS, três vezes campeão da Série A (1975/76/79), mas que, em 2016, amargou, pela primeira vez em sua história de 108 anos, o descenso à Segundona, motivo de êxtase para a torcida do rival Grêmio-RS, que por dois anos – 1992 e 2005 – conviveu com o mesmo dissabor. Mas, o Colorado, mesmo jogando fora de casa, entra em campo como favorito, embora não tenha ido bem em sua última partida, empatando com o ABC-RN, em pleno Beira-Rio.
Veja como foi o treino do Inter em Belém
Veja a galeria da movimentação bicolor
Alheio ao inferno astral vivido pelo adversário, que sofre pressão de seus torcedores, ainda insatisfeitos com o rebaixamento e mais ainda com o último resultado obtido pelo time, o Papão vai tentar, pela segunda vez na temporada, desbancar um dos gigantes do futebol brasileiro. Na primeira tentativa, jogando pela Copa do Brasil, o time comandado pelo técnico Marcelo Chamusca não logrou êxito, caindo por duas vezes diante do Santos-SP e, desta maneira, dando adeus ao torneio nacional. Mas para o confronto de hoje, a equipe bicolor conta com alguns pontos que lhe favorecem.
O fato de a partida ser contra uma equipe da região Sul, onde o frio é intenso neste período do ano, com os termômetros variando de 13° a 17° negativo, de cara já favorece o time da casa, acostumado a atuar em temperatura elevada, como a que deve fazer hoje na capital, conforme o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), que prevê calor de 33° a 34° na hora do jogo. Temperatura à parte, o conta ainda com o fato de o adversário estar sendo bastante cobrado pelos torcedores, o que mexe com o emocional de qualquer equipe. Um novo tropeço, de acordo com a imprensa gaúcha, só tumultuará ainda mais o ambiente no clube, com o técnico Zago podendo cair do comando do time.
O técnico bicolor, Marcelo Chamusca, afirma não ter montado nenhum tipo de esquema especial para surpreender o adversário. Mas, ao mesmo tempo, ele não nega que pretende tirar proveito do momento vivido pelo visitante. O treinador evitou mexer muito na formação do Papão que empatou, fora de casa, contra o Paraná-PR, na rodada passada. A única mudança diz respeito ao gol, posição que terá o goleiro Emerson de volta, após o camisa 1 ter se recuperado de uma lesão. Chamusca só lamenta o fato de não ter seus dois principais atacantes – Bérgson e Leandro Carvalho – para a partida, já que ambos continuam tratando de lesões.
PRESSÃO E ESTRATÉGIAS
– O fato de o Colorado vir a Belém pressionado para voltar a vencer, na opinião do comandante bicolor, poderá ser favorável a equipe local. “Em determinados momentos do jogo você pode tirar proveito sim, dependendo do que acontecer na partida. Para isso é preciso fazer com que o jogo se torne bom pra você para poder aproveitar a instabilidade do adversário”, ensinou Chamusca.
– Chamusca afirmou, na coletiva, não ter armado nenhum tipo de estratégia especial para encarar o Colorado. “Trabalhamos algumas situações, que sempre mudam de acordo com o adversário”, contou. “Não sou um treinador com perfil, com característica de inventar. Procuro colocar no jogo aquilo que foi treinado e que os jogadores assimilaram”, disse.
INTER POUPA ATLETAS
A ausência de D’Alessandro não será o único desfalque do Inter diante do Paysandu. Uendel também recebeu um descanso por conta da sequência de jogos que fez pelo time. O lateral-esquerdo acompanha a delegação colorada, mas ficará como alternativa para o decorrer do jogo. O técnico Antônio Carlos Zago ainda aguardava até ontem posição dos médicos sobre a recuperação de Léo Ortiz para definir o time.
No treino da última quinta-feira (25), ainda em Porto Alegre, Uendel trabalhou no meio-campo, enquanto Carlinhos entrou na lateral esquerda. Seria o retorno de uma formação já utilizada? Não dessa vez. Uendel, que disputou 26 das 29 partidas do Inter na temporada e é jogador mais utilizado por Antônio Carlos Zago, será preservado.
“A tendência é iniciar com o Carlinhos. O Uendel está com uma sequência desgastante. Ele e Dourado foram os que mais jogaram. Até contra o Juventude-RS, teremos os dois, mas depois o Gutiérrez defenderá a seleção do Chile. Talvez seja importante descansar o Uendel”, explicou Zago. O Colorado treinou, ontem, no Baenão, com o treinador definindo sua equipe.
(Nildo Lima/Diário do Pará)
